Oito anos depois da grande guerra contra Hybern, um objeto mágico usado pela Feyre desapareceu da cela do entalhador de ossos. O espelho Uróboro. Sua ausência inesperada apenas mostra que está sendo amparado por mãos erradas, podendo ser usado para...
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LYANNA
Os primeiros raios de luz que vinham dos espaços descobertos da janela me acordaram. Os primogênitos do sol, do dia, avisando que já estava na hora de levantar meu corpo sonolento da cama e ir começar mais um dia na floresta. Na floresta… não estou na floresta.
— Pelo caldeirão, onde estou!?
Me levanto rapidamente da cama grande de lençóis macios, não me lembro exatamente do que aconteceu, onde estou e quem diabos me trouxe para cá. Apenas de me levantar de onde eu estava dormindo e do vento me açoitando em plena madrugada e… asas?
O barulho de madeira sendo cortada me chamou a atenção. Fui em direção a porta espaçosa e abri, um corredor não muito longo, mas largo, tomou minha visão; outra porta habitava a parede que estava do outro lado do corredor, na minha frente. Minha blusa azul escura e frágil, na qual passei o dia ontem, estava um pouco suja de terra. A calça marrom estava intacta, e as botas… não faço ideia para onde foram. Comecei a andar pelo corredor, dando passos lentos e cuidadosos, até chegar em uma sala de estar simples. Uma lareira de pedra cinza escura e um sofá de couro marrom estando de frente para a lareira. Cerca de dois metros atrás do sofá, uma pequena mesa redonda tomava um espaço da parede de madeira. Tudo no ambiente era sóbrio e escuro, mas bonito.
Não tinha armas no local. Na verdade não tinha nada que indicasse que alguém tivesse passado por ali; apenas a lareira acesa com um fogo ralo.
Andei até a porta, que ficava praticamente do lado da mesa, e abri a mesma, o que me permitiu ver um gramado verde e vistoso, e não muito longe, como as águas de uma cachoeira, fluindo por montanhas que se despediam do inverno, uma cidade. Colorida. Brilhante. Viva.
Meus pés involuntariamente andaram alguns passos, como se acreditassem que pudessem pisar naquela cidade se chegasse um pouco mais perto, apenas para ver se...
O barulho de alguma arma contra madeira foi repetido, ou não tivesse parado e eu apenas estava hipnotizada demais, e confusa para ouvir. O suficiente para eu não perceber que tinha atravessado a porta e andado até o meio do campo, procurando mais pela visão da cidade. Apenas segui o barulho. O campo era pequeno, mas ao seu redor todo o espaço era arborizado. Seguindo o estrondo me vi indo em direção a parte traseira da casa, e encontrando um par de asas longas e o dono das mesmas de costas para mim, com um machado na mão. As asas…
Azriel.
Não me dei tempo para raciocinar mais e fui em sua direção, provavelmente ele já sabia que eu estava ali, pois apenas girou o corpo em minha direção e seguiu os meus passos com os olhos. Cheguei até a sua frente, não o suficiente para invadir seu espaço pessoal, e o encarei. Não sabia o que tinha acontecido, e o motivo para eu estar lá naquele momento. Por que eu permiti que ele me levasse da floresta daquele jeito?