Oito anos depois da grande guerra contra Hybern, um objeto mágico usado pela Feyre desapareceu da cela do entalhador de ossos. O espelho Uróboro. Sua ausência inesperada apenas mostra que está sendo amparado por mãos erradas, podendo ser usado para...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Lyanna nunca vira nada interessante assim, e nunca ficara tão animada por ter os pés no piso de madeira polido. Seus olhos contavam andares e mais andares acima até não haver mais nada para contar, apenas o escuro do pico da montanha. A biblioteca que Rhysand lhe apresentou, com sacerdotisas vestindo capas brancas andando pelos corredores silenciosos, era grande e incrível. Não apenas incrível. Ainda não tinha sido criada uma palavra na língua deles para descrever o quão perfeito aquela magnífica biblioteca era. Para ela, pelo menos. Na sua língua bruxa, Opatya, existia uma expressão que poderia ser suficiente ao tentar contemplar aquele lugar: Minatgyo nipala, ou "como ver os olhos da vida". E para Lyanna, a biblioteca com certeza era minatgyo nipala. Toda a criação em letras bem desenhadas. Ela não pôde resistir ao suspiro maravilhado que saiu de seus lábios.
Quando Lyanna acordou, achou que o dia seria monótono como os dois anteriores, mas não ocorreu assim. Ao chegar no salão de refeição, todos estavam sentados na mesa comendo, e ela tentou ao máximo não se intimidar com os vários olhares sobre si, mas era totalmente inevitável. Conversas paralelas tomavam a mente de cada ser na mesa, até mesmo Azriel, com o cenho relaxado, virado para a esquerda de Feyre. Todos distraídos e falantes. E Lyanna… se esforçando ao máximo para não chamar a atenção de ninguém. Estar no meio deles era como estar no meio de criaturas de dois metrôs, sendo Lyanna uma formiga. No dia que encontrou todos aqueles grão-senhores ela tinha certeza de que eles não eram melhores que ninguém, que ela era suficiente e bem resolvida com sua significância, não se deixara abalar por eles. Até desafiou um deles. Dois.
Mas só agora Lyanna ponderava sobre ser decepcionante os feéricos e grão-feéricos lhe temerem lá fora, mas aqui, perto desta corte, dessas pessoas… nunca teve tantas dúvidas sobre si mesma. Ela afastou seus pensamentos com um pedaço generoso de torta de morango que praticamente implorou para ser devorada; e foi assim o café inteiro.
Quando todos já estavam satisfeitos e as pendências resolvidas, em parte, Rhysand disse que a partir daquele dia iriam começar a procurar informações sobre o espelho e sobre as peculiaridades das mortes passadas. A caçada tinha se iniciado, e Lyanna não podia esperar para pôr em prática anos e mais anos de experiência, afinal… não aguentava mais se sentir inútil. E lá estava ela, envolta de pedra e madeira, de estantes e mais estantes, com Rhysand e Nestha ao seu lado. Uma dupla um tanto peculiar, pensou a bruxa. Apesar deles não serem exatamente inimigos, super amigos era um termo muito longe da realidade.
Nestha, ao decorrer do caminho para descobrir seu poder, passou horas e horas dentro dessa biblioteca à procura de respostas, e encontrou algumas, mas o resto teve que descobrir sozinha. Palavras da mesma. Por isso que estava aqui, conhecia essa biblioteca como a palma da mão.
— Os níveis acima vão ser inúteis para nós, o espelho é magia antiga, tão antiga que até o entalhador de ossos queria para si. Então temos que ir para as estantes do subsolo.