Cinco

652 80 24
                                        

A partir deste capítulo, o texto será escrito não mais apenas na visão de Lyanna, mas sim em terceira pessoa.




  Existiu um tempo em que Rhysand era um poder injustiçado, um lacaio para a  monstruosidade de Amarantha, e ele tinha consciência de tudo o que perdurava ao seu redor, mas o fazia do mesmo jeito, pois queria ser ferido no lugar de sua família, no...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

  Existiu um tempo em que Rhysand era um poder injustiçado, um lacaio para a  monstruosidade de Amarantha, e ele tinha consciência de tudo o que perdurava ao seu redor, mas o fazia do mesmo jeito, pois queria ser ferido no lugar de sua família, no lugar de todos que sobreviviam em Velaris. Um tempo no qual Cassian não carregava mais o seu sorriso cômico nos lábios. Um tempo no qual Mor fugia dos seus arredores e de quem pairava por ele, para ninguém perceber as lágrimas nos seus olhos. Um tempo que Amren não escondia apenas o monstro dentro de seu pequeno corpo, mas também todo o resto de si que havia sobrado. E um tempo que nunca passou para Azriel, a dor que carregava em si vinha de muito, muito tempo atrás, e com o irmão afastado do seu lado, os escudos da sua tristeza simplesmente desabaram.Mas como um pequeno milagre, Feyre trouxe de volta para cada canto de Prythian uma nova possibilidade de viver. Trouxe para cada canto de Velaris, para cada um do círculo íntimo e para o coração de Rhys, uma chance de felicidade. Além de novas pessoas na família, os acontecimentos trouxeram também sentimentos, que iluminaram a alma de Rhys e que perfuraram o coração de Cassian. 
Mas lá estava Azriel, deitado na sua cama, observando o teto de seu quarto, tendo os mesmos pensamentos que o dia anterior, e anterior, e anterior. Sempre acordando antes do raiar do sol, apenas para se lembrar novamente o quanto era indigno.

O encantador de sombras não queria se sentir ingrato para com sua família, não queria ser um macho que sentia inveja também, mas por que, Azriel se perguntava, por que ele nunca conseguiu conquistar o que queria e seus irmão simplesmente eram destinados a isso? 
Por que sua vida estava destinada a ser tão solitária, mesmo com pessoas que amava ao seu redor? E principalmente, por que ele nunca teve coragem de mudar seu destino, tomar Elain nos seus braços e preenchê-la com todos os sentimentos que abatiam a cabeça dele sobre ela? 

  Azriel levantou as costas da cama macia, apoiado nos dois braços, ele olhou para a janela e ficou observando o sol nascer, não queria ir até a janela diretamente e assistir o nascer do dia, não queria dar importância para isso, pois sabia que se o fizesse, o maldito iria acordar todo o santo dia antes do clarear apenas para ver o amanhacer, e mais uma distração não seria exatamente bem vinda. 

— Levante seu preguiçoso, o sol não vai viver por você. 

Azriel se levantou da cama rapidamente, as asas relaxadas tocavam o chão, mas logo se ergueram com um movimento dos músculos das costas do espião. O treinamento illyriano nunca saiu de sua cabeça, nem ao acordar. O movimento era agora involuntário.

"Deixar que as asas se arrastem no chão é visto como um ato de preguiça. Agora levante- as seu bastardo ignorante", Azriel nunca se esquecera das palavras do comandante que o treinou, aquele macho odioso, como todos os outros. Mas nunca se esquecera também dos seus irmãos o ensinando a voar e falando a mesma frase para ele, mas invés de "bastardo ignorante" o chamaram de "garoto besta", um sorriso de lábios fechados iluminou um pouco o rosto do espião. 

Corte de sombras e verdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora