TDI é um transtorno no qual apresenta múltiplas identidades num mesmo corpo, tendo outros nomes, idades & outras informações distocidas. segundo estudos, a abstrata razão da criação dessas identidades é a reação bruta à um trauma; ou seja, as identidades são criadas para que a identidade principal não se recorde daquilo.
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CRIAR um laço intensivo com alguém complexo era uma barreira na qual shinsuke nunca pensou ter que romper. a mulher descrita como perfeita em seus sonhos, na cruel realidade, ganhava outros nomes, outras idades, outras vozes quando sozinha com ele. sua torção labial misteriosamente desaparecia, sua íris ganhava entonações de segundas, terceiras intenções, sua sonora risada era sempre irônica. se aquela bonita mulher fosse apenas uma, talvez o amor seria mais fácil.
(nome) era uma garota realista, apesar do fardo ser mais intenso que suas estruturas físicas. passando dias e noites numa ação de tentar romper suas identidades de tomarem posse de seu corpo, tinha a reação de desmaios espancarem seu corpo. era como se estivesse caindo lentamente num poço aterrorizante, tendo uma única alternativa para um fim: uma morte prematura.
amigos, namorados, amantes. apaixonados por corpos, mentes, almas. conectados por dedos, beijos, abraços. separados por transtornos, brigas com aparências conhecidas e identidade distinta, um suicídio que ao menos foi feito pela dona da alma. (nome) foi assassinada por si mesma, ou simplesmente pelo seu pseudônimo de loucura, em uma alucinação gritante entre as quatro paredes daquela mente perturbada que nunca pediu para ter. shinsuke viu tudo acontecer abaixo de seu tronco, de seus olhos, e nada pôde fazer; era tarde demais. a sensação de impotência era arrebatadora, ele havia perdido tudo em apenas trinta segundos.
seu tudo tinha dezenove anos, tendo dez deles afetados rudemente, impedida de voar como outros humanos premiados por serem comuns. (nome) não tinha asas, no entanto, poderia ser considerada um pequeno anjo que foi impedida de voar.
— shin, não crie momentos comigo, não me alimente em sua mente. a última vez que tive memórias ruins, sem querer, criei oito identidades para tentar me fazer esquecer. — água se acumulava na borda daqueles intensos olhos, contradizendo o sorriso em seus lábios. — de qualquer forma, eu te amo. eu te amo muito. queria ter te conhecido antes, não queria ter envolvido você na confusão que eu sou. —
pessoas cruzaram-se em seu caminho no velório da amada, oferecendo condolências quais não serviam de nada para o mar aberto que seu peito se tornara. a ossada ainda revestida de pele incolor e carne morta aparecia em seu campo de visão, e por mais que quisesse correr dali pela ânsia vinculada com repulsa sentida pelo típico cheiro de funeral, seu coração já ficara rouco de tanto gritar para se manter ali, esperando que ela, milagrosamente, acordasse.
sua ficha nunca cairia. até horas anteriores, (nome) estava beijando seus lábios, correndo, sorrindo viva por toda a sua fazenda, dizendo-o que amava cada pedacinho de shinsuke kita que encontrava-se acessível para seu toque, seu olhar. (sobrenome) era uma garota composta de cores saturadas, de voz harmoniosa e teorias sem pé nem cabeça às três da manhã.
e ao pensar que nunca mais se sentiria amado por ela por mais uma vez, seus olhos deixaram o mar de seu peito transbordar os pingos salgados para fora. ele nunca mais veria seu anjo. era tão difícil, não é?
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a descrição do transtorno foi bem por cima, enfim.
