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"- Eu estava lá, eu vi!"

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Edu pov-

Então chegou o dia, os fogos pra comemorar tavam lá.

Todo equipado, os cara com bomba pesada, 10 horas da noite.

Fuzil e armamento pesado.

Pra todo lado que olhava, os cara apreensivo e fazendo sinal da Cruz na cara.

Outros rezando e pedindo proteção, até o colar beijava.

Foto do filho no peito, colete contra qualquer mal, mas o mal era nós.

Então gritaram "Invade porra!" .

Até os que estavam com medo, criaram coragem e foram.

Enfrentar Lc era a coisa mais suicida a fazer! E eu tava lá.

Os cara chegou aterrorizado .

Achamos que Lc não taria preparado pra nossa surpresa, mas ele tava lá indo de frente como um líder.

Cercando a gente por todo lado.

Porém ele não contava comigo.

Na primeira deixa dele, eu fui atrás.

Toda bala um dia acaba, e ele tava sem.

Eu espero que Larissa me perdoe um dia.

Mesmo com toda proteção dele, os cara se deixou levar pela vitoria, acharam que Lc tava bem sozinho.

E foi bem na porta da boca.

Ele me viu e pensou em atirar, mas não atirou.

Atirei no ombro.

A arma dele caiu.

Eu- foi assim que ela morreu não foi? Sentindo dor!

Ele riu da minha cara.

Atirei no outro ombro.

Ele não ia aguentar muito, mas tava lá tentando manter a postura.

Lc- eu fiz ela se arrastar, como a cobra que ela sempre foi!

Atirei na perna.

Então ele caiu.

O império dele ta caindo.

Lc- sabe o que é engraçado? Ela implorou pra não tirar você dela! E eu tirei ela de você!

Atirei na outra perna.

Lc- você só errou em uma coisa!

Eu- não errei se for pra te matar agora!

Lc- admiro sua coragem, mas minha filha tem um péssimo gosto!

Eu- esse é meu erro?

Ri dele.

Lc- você não sabe aproveitar o momento, deveria ja ter me matado!

Nisso senti algo forte na cabeça, uma pancada, não sei.

Minha visão ficou uma merda e o fuzil caiu da mão.

Cai no chão desmaiado.

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Acordei em outro lugar, num lixão, minha cabeça dói e eu não sabia o que fazer.

Em alguns minutos tava no morro.

Geral me olhando e comentando.

Então Geléia veio.

Eu tava todo ferrado e ele me ajudou a andar.

Geléia- então vocês conseguiram!

Como assim?

Eu- que?

Geléia- notícia de hoje, quentinha, Lc levou tiro pra caralho, não conseguiram salvar ele.

Até parei de andar.

Geléia- morreu.

E eu só consegui pensar em uma pessoa, na minha princesa.

O sul tava em festa.

Mas ainda não acabou.

Quem assumiria o morro?

Lelê certeza, matar ele era nossa próxima conquista.

Meu pai orgulhoso me abraçou, e no calor do momento, eu disse que fui eu.

Disse que a morte dele foi igual de minha mãe.

Mas eu não queria ver Laurinha de luto.

Porém fui no enterro e fiquei vendo a cena de longe.

Ela estava acabada de tanto chorar.

Vi como ela tava mal, mas não podia deixar de notar que a mãe dela não apareceu.

Meu pai queria que eu matasse ela, o alvo era ela também, eu não sei porque ele quer que Laureana sofra tanto! O que ela fez exatamente pra ele?

Depois ela saiu e segui ela até o morro.

Ela entrou na casa da Pam e depois disso não saiu mais.

Achei que seria melhor sair.

Uns dias depois, ela tinha sumido, me preocupei, mas no fim sabia que estaria bem.

Queria tá com ela naquele momento ruim.

E teve uma festa era pra mim, mataram MT e disseram que fui eu, coisa do meu pai certeza, me nomearam dono do Sul, em breve dono do morro.

Lelê tava preparando pra assumir, vou sentir prazer em acabar com isso.

Mas na hora certa, outra merda aconteceu, eu nem tava acreditando.

Eu vi toda aquela merda acontecendo de longe.

Eu vi toda aquela gente espantada e até eu fiquei.

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Larissa pov-

Então quando sai do cemitério eu fui pra casa da Pam.

Mas preciso lembrar de umas coisas que aconteceram antes disso.

Ver meu pai naquela situação foi inacreditável.

Naquele momento eu só conseguia pensar merda.

Como vai ser se me pai morrer?

Acho que tivemos o mesmo pensamento, mas meu pai foi mais fundo nisso.

Pai- preciso morrer.

E eu sabia exatamente o que aquilo significava, meu pai não faz nada sem um plano.

O Primero deu errado e ele ja criou outro.

A gente só precisava de um corpo, que não foi difícil ja que muitos morreram naquele dia.

Meu pai saiu daqui de helicóptero, no sigilo, sei que foi difícil, pode ser que até notaram, mas não pensaria que era ele, já que já tinha outro corpo naquele lugar.

Está internado, mas tá bem, daqui uns meses ta de volta pra acabar com essa bagunça, pediu pra Lelê assumir.

A morte dele mexeu com o morro.

Foi preciso toda encenação.

Lelê pegou minhas coisas pra colocar no carro, eu não queria sair do morro, mas iam me matar se continuasse ali, e também meu pai me deu ordem pra sair.

Eu não podia deixar a minha casa desse jeito, eu não sou qualquer pessoa! Eu não podia deixar as coisas acontecerem daquele jeito.

Sei que fui muito mimada e que faço coisas no impulso, mas preciso lembrar que tentaram matar meu pai!

Que tem pessoas ruins nesse lugar, e por mais que meu pai tenha deixado pra Lelê, eu não aceito!

Não é ignorância e nem ganância.

Mas esse lugar é meu por direito!

A Princesa da FavelaOnde histórias criam vida. Descubra agora