31

681 49 2
                                    

Tomar um banho, foi a melhor escolha.

Estou evitando pensar em muita coisa.

Pam- acho que vai fazer frio hoje.

Eu- e o que vou vestir?

Pam- coloca essa calça, só não trouxe blusa, eu esqueci, desculpa.

Eu- tá tudo bem, eu me cubro com uma coberta.

Pam- tem uma lareira lá embaixo, a gente podia ficar lá pra esquentar.

Já tava ficando escuro o céu, deve ser umas seis e meia agora.

Eu- eu não tô afim de ver o Edu, quero ficar aqui.

Pam- oque você quer que eu diga? eu já disse que ele não fez nada por maldade.

Eu- eu quero ouvir dele.

Pam- ele te ama amiga,  só dá um tempo pra ele, ele tá sendo pressionado por todo mundo.

Eu- fodase eu quero uma resposta que só ele pode me dar, então enquanto eu não ouvir a versão dele da história, vou sim me sentir presa nesse lugar.

Pam- amiga!

Eu- é isso e pronto.

Ela saiu do quarto brava comigo.

Vesti a roupa e fui terminar de instalar as coisas no celular, mas a Internet mal pega aqui.

Que ódio.

.
.
.
Resolvi descer e ver oque tem pra fazer, sei la, ajudar a fazer a comida ou alguma coisa.

Não tem ninguém na sala.

Entrei na cozinha, aqui é bem grande.

Vi o Edu cozinhando, isso mesmo cozinhando.

Geleia e Pam sentandos no balcao.

Pam- senta aqui amiga.

Sentei do lado dela no balcão.

Tava um clima estranho, minha presença causa isso.

Edu pegou uma panela com bastante molho, colocou tudo em uma travessa e jogou arroz, misturou alguns temperos e ele parecia saber bem o que estava fazendo.

Geleia- o melhor arroz de forno é com certeza o que você faz!

Eu nunca vi ele cozinhando.

Pam- a janta vai tá boa hoje então.

Eles ficaram conversando, mas eu não prestei atenção em nada, tava vendo minhas redes sociais .

Pam- né Larissa?

Eu- que?

Deixei o celular de lado pra entender oque ela tava falando.

Pam- a gente nunca usou droga né?

Eu- não que a gente saiba né amiga? A gente pegava bebida da mão dos cara, depois nois ficava doida a noite toda.

Edu- maconha conta como droga.

Pam- então já usamos.

Geleia- maconha é uma droga do bem.

Eu- claro, só acaba com o nosso cérebro só, super do bem.

Edu riu.

O celular do Edu tocou e ele saiu pra área da piscina pra atender.

Dava pra ver ele pelo vidro, tava discutindo com aguem.

Até assim todo sério e nervoso, ele fica gostoso pra caralho, que homem!

Geleia saiu e foi até Edu, os dois ficaram lá conversando.

Pam- tá babando!

Eu- para.

Geleia voltou dizendo que iam sair.

Edu passa reto por nois.

Pam- alguém mudou o humor bem rápido.

Geleia foi atrás.

Edu voltou e pegou a chave perto de mim e sem nem olhar pra mim, falou.

Edu- hora que o queijo derreter vocês já podem comer, não vamos voltar hoje.

E saiu.

Eu- o que vão fazer?

Pam- Geleia não quis me contar, mas é coisa grande viu. Tô preocupada.

Fui olhar o arroz no forno.

Eu- eu tô morrendo de fome.

Pam- ele fez pra você, não queria dizer mas, eu dei a ideia.

O queijo ainda tava intacto, resolvi fazer um suco.

Eu- com comida?

Pam- eu sei que você gosta, porque não tenta?

Eu tava procurando suco ou alguma fruta pra fazer.

Eu- sabe se tem suco?

Pam- no primeiro armário, sua direita, e não finge que não me escutou!

Eu- tentar oque Pâmela? Pelo amor, a gente não dá certo, eu nem sei se gosto dele! Eu não posso simplesmente me jogar pra ele, só porque ele diz que tá me protegendo, eu não preciso de proteção amiga!

Pam- eu sei que se eu falar que você podia estar morta agora, não vai adiantar merda nenhuma, porque pra você, você é a mulher maravilha que é a principal e não pode morrer! Mais acontece que qualquer um pode morrer! Não é a gente que escolhe, vai esperar acontecer oque pra perceber?

Eu- eu não pedi pra ele me salvar, e quer saber? Eu acredito mais no Lele que nele!

Deixei de fazer suco e saí de lá.

Pam- claro que vai me dar as costas, vc não confia em mim! mesmo depois de tudo, só porque não faço parte da sua família!

Me virei.

Eu- você tá se ouvindo? Sério que vai estragar nossa irmandade porque quer que eu fique com alguém sem vontade nenhuma?

Pam- pode só confiar em mim? Pelo menos quando digo que ele não quer o seu mal?

Pensei um pouco.

Eu- qual é o plano de vocês? Acham que vão fazer minha cabeça com essa história de confia e os caralho? Ou você tá comigo ou com eles! Eu não aceito quem fica em cima do muro!

Eu já ia subir as escadas.

Pam- AINDA BEM QUE SEU PAI MORREU! EU JA NAO AGUENTAVA DOIS DE VOCÊS! EGOCÊNTRICOS, AGORA SO FALTA VOCÊ, E PELO JEITO NAO VAI DEMORAR! Você não tem o rei na barriga não!

Ignorei e subi.

Ela pegou pesado.

Ela nao acha que vou ficar aqui chorando né?

Fiquei mexendo no celular.

Passei o resto da noite pensando no que ela disse e eu tenho razão.

Eu sei que tenho o ego grande, mas isso pra mim de certa forma faz bem, não me deixa ser boba, eu tenho que desconfiar de tudo, é assim que tudo fica no controle.

Falei com meu pai e minha mãe, vi o bebê.

Eu tô com muita fome, mas meu lado orgulhoso não me deixa sair dessa cama.

As horas passaram devagar.

Sai do quarto e fui no quarto de Edu.

Mas quando abri a porta vi que era bem maior.

Mexi em tudo, mas não tinha nada dele.

Só algumas roupas e mais nada.

Sai de lá e fiquei assistindo filme no celular até umas duas da manhã.

Foi quando eu resolvi dormir, mas ouvi barulho de carro e fui na sacada ver, era eles.

Voltei pra cama.

Me ajeitei pra dormir, tava frio e acho que alguém aqui vai ter a pior noite de todas.

Ouvi barulho na porta e me virei pra ver .

A Princesa da FavelaOnde histórias criam vida. Descubra agora