A Princesa da Favela

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Foi uma noite bem agitada pra mim e me incomoda o jeito que ele falou, me incomoda saber que ele sofreu tanto com a morte da mãe dele. Ele só era uma criança.

Nesse momento eu só queria ficar com ele, ficar deitados juntos, igual antes, sem fazer nada, sem falar nada, só juntos.

Mas ao mesmo tempo eu sei que ele precisa de um tempo.

Ainda é de manhã.

Tomei um banho, tá bem calor hoje, talvez seja melhor eu ficar sozinha, só hoje, sem problemas.

Sabe quando a gente sente um cansaço, mas não fez ,nada pra sentir isso, só sente um cansaço, sem ter pegado peso e nem ter trabalhado duro, eu sou apenas uma mimada sentindo que é o maior problema de todos.

Deitei novamente sem roupa mesmo, não acho que ninguém vai me perturbar sabendo que sou uma máquina de briga.

Meu celular toca.

Meu pai.

Eu- oi pai, como tá as coisas.

Pai- não tá muito boa, mas eu já sei onde você tá e vou te tirar daí.

Eu- na verdade acho que quero ficar aqui um tempo, não quero saber oque vai acontecer no morro, eu tô cansada de tudo isso.

Pai- aconteceu alguma coisa?

Eu- nada que eu pensei muito algumas coisas que Edu disse, disse que não iria atirar em você, que exitou, que Lele ia me tirar do poder, tudo combinado com o Edu.

Pai- na verdade eu descobri umas coisas do Leandro, eu tô tentando não acreditar que ele queria tudo pra ele.

Acabei desabando, só de pensar que o Eduardo está certo.

Eu- o Lele não faria isso.

Pai- eu não tô em casa agora, tô viajando pra conseguir umas coisas, eu não precisaria invadir o morro se o Leandro não tivesse feito oque fez. Eu não consigo mais confiar nele.

Eu- mas e o Ph2?

Pai- sumiu, não sei oque aconteceu com ele, nem Leandro me atende mais.

Eu- eu amo vocês, se cuidem.

Pai- te amo, se quiser sair daí, te busco seja qual for a hora.

Eu- ta bom.

Desliguei e voltei a deitar.

...

Lc pov-

Estava a caminho da casa de um cara que me deve muito, nem é pelo dinheiro, mas eu preciso dele.

Liguei pra uma amiga antiga.

Eu- preciso de um serviço.

Dei o endereço.

Miranda- que bom que voltou.

Cheguei na casa do Deputado.

Usar terno não é meu estilo, mas eu fico gostoso pra caralho em um.

A casa do maluco é foda.

Estou no escritório dele.

Sentei na poltrona e me senti um empresário foda.

Então o canalha chegou.

Eu- meu grande amigo deputado.

Ele assustou.

Deputado- você... morreu? Tá vivo?

Sorri.

Eu- eu nunca vou morrer enquanto não receber de quem me deve.

Ele deixou as coisas dele na mesa e já tava suando frio.

Eu- eu não vou te matar, relaxa e também não quero dinheiro.

Deputado- eu não tenho poder nenhum.

Eu- eu só quero um serviço, simples.

Deputado- o Mauro pode fazer!

Eu- seu amiguinho não quis colaborar.

Mostrei a foto do Mauro morto.

Eu- uma amiga me ensinou como fazer uma pessoa sentir dor e morrer bem devagar, eu não quero isso você, mas você escolhe.

Deputado- oque quer Lucas?

Eu- quero invadir o morro, mas quero me infiltrar na polícia.

Expliquei o resto do plano e ele vai me colocar lá, não só eu, como meus aliados.

Deputado é só o apelido dele, ele é um delegado filho da puta.

...

Cheguei no cemitério e vi Miranda em frente ao túmulo de alguém.

Eu- envelheceu em.

Ela sorriu.

Miranda- você só tinha 15 anos quando me conheceu e eu já era velha. Meu último serviço vai ser pra você.

Eu- eu quero o Deputado morto, ele já me causou muitos problemas, já aproveitou muito do meu dinheiro e me traiu.

Miranda- quando?

Eu- depois do ataque do morro, quero suicídio, quero muita cocaína espalhada pelo rosto dele, pra que todos saibam que ele usava as drogas apreendidas, uma morte lenta, vai ser lembrando como Delegado cheirador de farinha.

Rimos

Miranda- adoro fazer o trabalho sujo.

Eu- eu sei Miranda, você é a melhor.

Miranda - e como vai a esposa? Nunca imaginei que vocês dariam tão certo.

Eu- vamos indo, ela é importante demais pra mim, fez eu enxergar outra realidade sabe.

Miranda- fico feliz por vocês.

E foi embora, sem se despedir e pronta pra fazer oque pedi.