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Acordei com a notícia que Edu assumiu o sul.

Demorei um pouco pra conseguir colocar na cabeça que, isso era resposta pra tudo, que o poder é mais importante pra ambos, não existe amor.

Fui pra base mas não consegui fazer nada produtivo, como pode isso me afetar tanto.

Alguém entrou reclamando, era a Pam. Senti falta dela.

Pam- não precisa avisar que estou entrando! Sou de casa babaca!

Ela tava brigando com um dos vapores que fica na entrada da base.

Sorri.

Eu- pode deixar.

Avisei e ele saiu.

Pam- pode colocar outra pessoa no lugar dele!

Ela tava falando do cara que não deixou ela entrar kkk

Eu- a gente não tinha brigado?

Pam- eu desbriguei.

Só ela pra me fazer rir agora.

Pam- fiquei sabendo o lance do Edu.

Eu- normal já esperava.

Ela veio me abraçar e por algum motivo tosco eu chorei.

Pam- nao precisa dizer nada.

Eu- eu pedi pra ele escolher.

Minha voz saiu rouca em meio ao choro.

Ela arrumou meu cabelo que tava grudando.

Eu- eu me arrisquei indo ver ele, mesmo que a intenção era outra!

Pam- se você ficar lembrando disso agora, vai te fazer mal.

Eu- prefiro desabafar.

Pam- ok

Eu- eu sinto que não vou conseguir ficar com outra pessoa sem pensar nele, pior vai ser o nosso confronto, eu não vou conseguir fazer nada contra ele.

Eu tava numa carência sem tamanho.

Contei o lance do Lelê e como eu tava me sentindo com isso.

Passei o dia muito mal, não fiquei chorando porque isso não combina comigo.

Mais fiquei irritada e pra não descontar em ninguém, fui embora.

Mil coisas passando na cabeça, mil chegando no radinho.

Tentei dormir, não conseguir, chega de choradeira!

Voltei pra base e eu não tava boa pra papo, nem os valores me deram boa tarde.

Lelê tava lá, veio falando merda.

Lelê- teu pai cansou de avisar que essas peste de criança só funcionam no choque!

Eu não devia ter vindo.

Eu- cala a porra da sua boca antes de me ensinar oque devo fazer! Se fosse pra fazer o que o meu pai faria, essa merda seria outra coisa, ele taria aqui!

Lelê- não Larissa! Se eu tivesse aqui, taria como seu pai queria! Tu envolve muito o coração nessa merda! Mimada pra cacete, faz tudo errado!

Falou alto comigo.

Eu- engraçado você falar isso né Leandro? Se fosse mesmo como meu pai, você não teria deixado a mimada aqui tomar "seu lugar"!

Lelê- cala a boca!

Eu- você é fraco! Tá brigando comigo por causas das crianças ou porque eu rejeitei seu beijo ontem?

Ele saiu batendo a porta.

Passei o resto do dia pensando.

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Liguei de Manhã para meu pai, explicando alguns planos meus e ele super concordou, disse que confiava em mim.

Disse que o bebê já iria nascer, mas que estava com preguiça kkkk.

Falei com minha mãe e ela não me pareceu bem, está cansada, ansiosa, queria que eu saísse daqui, e eu não sabia oque responder.

Estou na base, marquei uma reunião com uns amigos do meu pai que comandao as biqueiras do morro.

Eu pensei muito e com o apoio do meu pai eu vou fazer tudo oque precisa pela família.

Lelê chegou com cara de cú, junto com os amiguinhos do meu pai que me desrespeita a todo tempo, que me olham de cima a baixo e ficam sussurrando entre eles.

Continuei sentada esperando as pessoas que faltavam.

Lelê- tá todo mundo aí.

Ninguém ficava quieto.

Lelê- vamo calar a boca pra ouvir caralho!

Respirei fundo.

Eu- como todo mundo sabe, o sul quer atacar, muito armamento tá sumindo e eu não vejo outra solução.

Lelê- ata, e vai então deixar o sul com o Edu porque ele tá pegando seu armamento.

Eu- não só o armamento, mas se ele quer comandar lá beleza, não quero uma guerra, uma guerra colocaria em risco todos nós, inocentes.

PH- mas é isso que eles querem, aquele massacre que seu pai comandou, não vão deixar barato, eles querem guerra, levaram seu pai, agora querem você.

Lelê- tu acha mesmo que eles vão querer ficar só com o sul?

Tava ouvindo a ideia de todos.

Ninguém queria aceitar minha aliança.

Eu- vocês querem ou não tá na frente deles?

Lelê- dando oque eles querem?

Eu- sim, mas confiem em mim, é só uma tática que eu prefiro não dizer agora, mas que vocês vão entender daqui um tempo.

Conversamos sobre como anda as vendas, e pelo que tô vendo tá todos pelo certo, alguns devendo, mas já me explicaram oque houve.

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Todos saíram menos Lelê.

Lelê- engraçado que eu já vi teu pai fazer isso antes.

Eu- isso oque?

Deixei os papéis na mesa pra prestar atenção nele.

Lelê- fingir que tá cedendo para o inimigo, no fim quase levou um tiro na cara da sua mãe!

Sorri.

Eu- o fim não foi aí!

Lelê- mas poderia ter sido, como vai ser quando ele descobrir essa falsa lealdade?

Eu- aí eu já vou estar a mil passos a frente dele!

Lelê- ou em cima dele né, você usa seu corpo do mesmo jeito que as putas que transo!

Dei um tapa na cara dele.

Eu- não quero mais sua opinião se for pra me ofender!

Sai dali me sentindo ridícula.

A Princesa da FavelaOnde histórias criam vida. Descubra agora