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"- precisei fazer isso ."

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Uma semana foi o suficiente pra organizar tudo.

Porém alguma coisa esta dando bem errado, não sei dizer o que é, mamãe não voltou e ta pedindo pra ir com ela.

Mamãe disse que o bebê ta bem e que ta sendo bom passar um tempo com a vovó.

Meu pai ta meio maluco, cheio de paranóia, Lelê se junta e me deixa maluca também!

É sempre dois seguranças na porta diferente, e se é pra mim sair, eu sempre vou com algum deles.

É tão chato, mas sei que é pelo meu bem.

Faz muito tempo que não vejo meu pai com sangue nos olhos, sem a mamãe aqui, parece que ele volta a ser frio.

Vai chegar alguns armamentos para meu pai, ele ta ansioso, se cair nas mãos erradas é a gente que corre perigo.

Meu pai diz que baixou muito a guarda durante todo esse tempo, por isso muitos idiotas se aproveitaram.

Meu pai suspeita que veio ajuda de fora,  eu não sei o que ele quis dizer com isso, porém agora eu realmente estou assustada!

Não vi Edu essa semana, a gente conversava por mensagens, do nada ele sumiu, as mensagens não chegaram mais pra ele.

Pam- o que foi?

Ela ta passando um tempo aqui comigo.

Tava dormindo, as vezes acorda sonâmbula.

Eu- o que foi o que?

Pam- porque quer ir no supermercado de novo?

Ela ta delirando, porem não é uma ideia ruim.

Eu- estou com fome!

Levanto e faço ela se arrumar.

Pam- que coisa chata ficar saindo!

Eu- isso se chama tédio!

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É estranho ter que sair e ver que muitas pessoas foram afetadas o pior é ouvir por ai que foi por minha causa.

Chegamos no mercado, peguei algumas coisas e pedi para os seguranças não ficar muito perto, é constrangedor os olhares.

Então quando tava saindo do mercado e entrando no estacionamento, eu vi Edu.

Fui até ele e deixei Pam para trás com os seguranças.

Eu- Edu?

Eu ja to puta e nem sei o motivo.

Ele me olhou estranho.

Edu- não podem ver a gente juntos, é perigoso pra você!

Eu- do que ta falando?

Ele continuou andando, olhando pros lado, como se tivesse com medo de alguma coisa.

Edu- é melhor cada um no seu canto.

Eu- foi meu pai?

Fiquei com medo da resposta.

Edu- não.

Eu- não vou deixar você ir sem falar comigo!

Então ele me puxou pra ficar atras da parede do elevador.

Edu- acham que to protegendo você!

Eu- a gente nem ta se vendo mais!

Edu- mas não acreditaram em mim, querem que eu te leve pra eles, mas não vou fazer isso, relaxa.

Eu não consigo acreditar em tudo que ele fala, vi a influência que ele tem no sul, vi como os amigos dele o trata.

Eu- e ta fazendo isso pelo que? O sul é seu lado, deveria obedecer.

Ele revirou os olhos.

Edu- achei que tava óbvio.

Nossa.

Edu- sabe que é por você caralho! E se eu ficar sem cabeça é por você!

Acabei empolgando e dando um selinho nele.

Eu sou emocionada mesmo.

Mesmo com um pé atrás de tudo que ele fala.

Mas vou continuar no joguinho dele pra ver até onde ele vai.

Ele realmente não esperava.

Eu- desculpa!

Ele me abraçou.

Edu- só toma cuidado.

Ele olhou pra mim toda bagunçada e desarrumada.

Edu- sentiu minha falta?

Eu- não.

Ele sorriu.

Edu- então ta, ja to indo.

Eu- eu senti a sua falta, to odiando todo mundo tentando me proteger toda hora!

Consigo ser sincera com ele.

Edu- sente mesmo a minha falta ou só quer foder?

Eu- os dois!

Ele me beijou devagar.

Ouço Pam me chamando pelo estacionamento.

Edu- preciso ir, to resolvendo umas coisas.

Eu- e quando a gente vai se ver de novo?

Edu- ta meio complicado agora.

Eu- então não vou deixar você ir.

Edu- não complica pra gente não!

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Fiz ele ficar comigo, enquanto Pam e os seguranças ficavam me procurando, mandei uma mensagem pra Pam dizendo que estava bem, só queria umas meia hora de sossego.

Edu- como ta as coisas na sua casa?

Eu- chato, você sabe que eu não gosto de ficar no tédio, mas só posso sair com dois cara na minhas costas!

Edu- se eu for pra casa da minha vó no leste, dou um jeito de te falar, ai você parece lá.

Eu- não podemos nos ver fora do morro?

Edu- sai agora porque pediram, mas to proibido por enquanto.

Eu- vou deixar você ir, preciso voltar.

Edu- se cuida.

Eu- se cuida também.

Ele me beijou e abraçou.

Edu- obedece lá seu pai, não sai sozinha por ai não! Eu vou sumir de novo, mas é por uma boa causa.

Eu- a gente se vê por ai.

A gente não consegue se despedir.

É tão clichê tudo isso que ja ta ficando estranho.

Ele começou a me agarrar de novo .

Edu- toma cuidado lá, toma seus remedinhos e fica de boa.

Eu- ta me chamando de louca?

Edu- tu é bem doidinha amor.

Sorri.

Eu- não some por muito tempo!

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Tava indo embora daquele jeito, sim eu sou essa pessoa apegada demais!

A Princesa da FavelaOnde histórias criam vida. Descubra agora