A carta

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O dia amanheceu ensolarado em Sol e Lua.

O que é de se esperar do reino que adora ao Sol tão profundamente quanto o nosso.

Assim que acordei, abri as cortinas e me ajoelhei na direção do Sol.

Cantei as nossas orações, como sempre.

Pedi por um bom dia e por prosperidade para o reino, e agradeci por poder acordar com céu tão lindo.

Sai de meu quarto, só usando calças como sempre.

Eu sou o príncipe Bakugo Katsuki de Sol e Lua e tenho dezenove anos.

Meu reino está passando por algumas necessidades, causadas principalmente pelas poucas alianças com outros reinos. Mas meus pais já estão trabalhando para arrumar tudo.

Finalmente vamos ter que nos render para a União de Reinos. Sabíamos que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria.

Eu vou andando até a sala de jantar, encontrando meus pais para o café da manhã.

- Bom dia, majestades. - brinco com os dois e me sento.

- Bom dia, filho. - respondeu meu pai, sorrindo.

- Finalmente acordou, pirralho. - minha mãe não olha para mim.

Ela sempre lê as cartas que chegam durante o café da manhã. E como sempre, havia uma pilha de cartas a sua frente.

Com a mão direita, segura uma taça com suco. E com a esquerda, segura uma das cartas.

- De quem é essa carta? - pergunto, tentando saber quais fofocas estão rolando pelos reinos.

- De Inko. - responde.

Eu solto um grunhido. Midoryia Inko, mãe de Midoryia Izuku é grande amiga de minha mãe, embora não tenham se visto nos últimos anos.

- Ela fala sobre...hum...o Deku? - pergunto.

Eu e o rei de Magia somos amigos de infância. Ele quase sempre vinham aqui com os pais, até quase os sete anos. Depois disso, quase não o vi.

Nunca entendemos direito o que aconteceu, e acho que só acabamos presos nos trabalhos de realeza.

Chegamos a troca algumas cartas até os dez anos, mas depois disso quase não nos falamos.

Então, veio o dia de sua coroação, em que todos foram chamados em cima da hora. E depois, uma semana depois, na reunião da União, na qual eu o peguei me encarando durante a conversa, e sem prestar atenção no que realmente importava.

Minha mãe finalmente retira o rosto das cartas e olha para mim, com aquele sorriso travesso.

- Eu não gosto dele. - reclamei. - Só quero saber como ele está.

- Mas eu nunca falei nada. - ela se fez de desentendida, fingindo estar ofendida por ter acusado ela de algo que ela estava prestes a fazer.

- Mas eu te conheço. - retruquei, o que só a fez rir. - E então? Como eles estão?

- Izuku está bem. - disse minha mãe, e eu soltei um suspiro de alívio. - Ele se tornou um ótimo rei, extremamente responsável, e bem respeitado, pelo o que ela disse nas últimas duas cartas.

- Que bom. - falei, e ela riu de mim. Preferi ignorar. - E a rainha Inko?

Nesse momento, o sorriso de minha mãe se fechou e seu olhar ganhou uma sombra.

- Ela está muito doente. - me respondeu. - Diz que não quer preocupar o filho, mas que acha que morre logo.

Eu senti um peso em meu coração.

Joia da Família Real [BAKUDEKU] [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora