Nostalgia

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A rainha Mitsuki me deixou só há uns cinco minutos.

Eu estava sentado de frente a uma mesa cheia de comida, e pensei em roubar alguma coisa quando meu estômago começou a roncar, mas decidi esperar o meu noivo.

Noivo. Uau.

Eu sinto algo se aquecer dentro de mim toda vez que escuro tal palavra.

E só de pensar que ela se refere ao Kacchan, meu coração erra as batidas.

Eu suspiro, enquanto passo minhas mãos pelos cabelos, bagunçando-os.

Me levanto num pulo e fico andando de um lado para o outro.

- Eu levei um susto quando revi o Bakugo, mas definiticamente foi um susto bom. - murmurei para mim mesmo, lembrando do príncipe sem camisa. - Não sei se cheguei na melhor ou na pior hora. - ri baixinho.

Levei o dedão para a boca e fiquei mordendo a unha.

- Minha mãe me mataria se me visse fazendo isso. - murmurei. - Quando será que ele chega? Eu estou tão nervoso com isso. Só espero que dê tudo certo.

Parei de andar e comecei a me balançar para frente e para trás. Meus pensamentos estavam bagunçado e confusos.

Eu estava muito ansioso para encontrar o Kacchan, poder conversar com ele, e poder reavivar minha paixão de infância.

Quando ele apareceu, meu coração errou algumas batidas.

Eu gosto dele. Definitivamente gosto.

Mas será que eu estou apaixonado pela lembrança que eu tenho dele? Ou por ele? É isso que eu espero que os três meses que vamos passar tendo encontros e nos organizando para o casamento respondam.

O casamento foi toda a ideia da minha mãe.

- Pelos deuses, como será que está a minha mãe? - continuei a murmurar para mim mesmo. - Eu espero que a situação dela não piore enquanto eu estiver aqui. Eu não vou suportar perdê-la sem poder dizer nenhum adeus, vou me culpar tanto por estar longe.

- O que você está murmurando, Deku? - a voz do Katsuki vem de trás de mim, me tirando de meus devaneios.

- Kacchan? - dou um pulo quando escuto o príncipe.

Me viro e vejo-o usando, finalmente, uma roupa. Seus cabelos loiros e espetados, que eu adora brincar quando era criança.

Ele mostrava um sorriso lateral que me fez ter um arrepio por todo o corpo.

- Você finalmente chegou. - comentei, sorrindo para ele. - Estava aqui te esperando.

Ele balançou os ombros, como quem diz 'que seja'. Me lembrei dele fazendo a mesma coisa quando criança, e acabei rindo baixinho. Pelo visto, velhos hábitos nunca mudam.

- Você estava murmurando, que nem fazia quando criança. - ele comentou, indo na direção de sua cadeira. - Pelo visto, velhos hábitos nunca mudam.

E pelo visto, nossos pensamentos estão conectados, que nem quando criança.

- É mesmo. - digo, igualmente me sentando. - É tão bom estar aqui com você.

Vejo ele dar de ombros novamente, mas ele desvia o olhar para as flores do jardim, e vejo que suas bochechas ficam levemente avermelhadas, indicando que gostou do que eu disse. Eu apenas rio baixinho.

- Então, me fale do que você fez todos esses anos. - pedi.

- Por que quer saber? - ele pergunta.

- Bom, eu estou aqui para conhecer você melhor. - explico. - Desse modo, gostaria de saber o que você fez desde que foi embora naquela reunião, há cinco anos atrás.

Joia da Família Real [BAKUDEKU] [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora