Billie.
Pela manhã, assim que acordei, tive que enfrentar uma pequena batalha. Tirar as pernas da Mia de cima de mim sem a acordar; durante essa tarefa eu parei algumas vezes para observá-la dormir como um anjo. Ela dorme tão livremente, como se estivesse voando numa nuvem no céu. O único problema é que estou do lado dela e sendo assim, eu sofro um pouco por conta da falta de espaço. Mas eu acabo não ligando muito pra isso, puta que pariu, eu tenho a garota que eu gosto dormindo na minha cama comigo e vou ficar reclamando porquê ela se mexe demais e ocupa a cama inteira? Não mesmo!
Enfim, voltei a cobri-la com o lençol e me levantei. A luz vermelha estava ligada ainda. Visto meu roupão preto da Chanel e calço meus chinelos, desligo a luz e vou para o banheiro de casa.
Deixo o roupão pendurado no suporte, prendo meu cabelo num coque mal feito e fico na frente do espelho.
Encarando meu próprio reflexo no espelho, lembro-me automaticamente do dia anterior. Foi um dia incrível, do início ao fim.
Passei o dia todo produzindo as novas músicas para o novo álbum junto com o Finn e no final do dia, mesmo estando cansada, fui dar um passeio na praia com Mia. Foi relaxante e libertador.
Depois eu e ela pegamos a estrada de volta, afinal El Matador realmente é longe de Highland Park e é muito chão. Mia cuidou de mim ontem, foi algo simples, mas que aos meus olhos pareceu uma coisa muito grande. O fato dela ter tomado cuidado ao me levar pro banheiro, ela ter cozinhado pra gente sozinha... Sabe, são essas pequenas coisas que me fazem me apaixonar por ela cada dia mais.
Deslizo meus dedos pelo meu pescoço, onde tem um pequeno círculo arroxeado e um sorriso pequeno brota em meus lábios. Fazia muito tempo que não transava, porquê eu não conseguia sentir desejo por qualquer outra mulher ou homem que não fosse Mia.
Um pouco depois da gente ter se conhecido, eu conheci uma modelo e eu cheguei a flertar com ela (o porquê nem eu sei) e eu a beijei. Quando as coisas estavam se encaminhando para algo mais profundo, tive que parar o que estávamos fazendo, pois a única pessoa que surgia na minha cabeça era Mia, eu só queria a Mia.
Acho que durante esse tempo nós estivemos esperando pelo momento certo. Não por falta de sentimento ou de atração sexual, mas sim porquê queríamos que fosse natural e sei lá... Só esperamos e aconteceu, sem pressa.
Foi um momento especial pra mim e certamente pra ela também. Eu nunca havia sido tocada daquela forma, com tanto cuidado e sentido amor em cada toque como senti ontem.
Meu corpo tem algumas marcas, não muito fortes, é provável que elas desapareçam amanhã ou depois. Tem algumas marcas no meu abdômen e no colo, perto dos seios. Mas eu realmente não me importo com isso.
Após o banho vou para o quarto e visto uma blusa preta de alcinhas e um short da mesma cor, como sempre Los Angeles está quente e como ainda estou em casa vou usar uma roupa mais leve. Ao chegar na sala, lembro-me da pequena bagunça que deixamos aqui antes de irmos para o quarto e mordendo o lábio inferior passo pelo cômodo. As cobertas estão dobradas em um dos sofás, a televisão desligada e a bandeja não está mais ali. Mamãe ou papai devem ter arrumado.
- Bom dia. - cumprimento assim que apareço na cozinha.
Patrick e Maggie tomam café da manhã juntos na mesa, conversando sobre algum assunto deles. Os dois me respondem e papai dá um beijo na minha testa.
- Como foi o dia de ontem? - mamãe pergunta, afinal ontem mal nos vimos.
- Foi ótimo! - exclamo tirando dos armários ingredientes para fazer o meu café da manhã e da Mia. - Finneas e eu estamos quase terminando o álbum.
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ten thousand hours. | billie eilish.
RandomMia acaba de mudar para Nova York para morar com sua irmã gêmea. Em um dia aleatório uma estranha de cabelos tingidos de verde e olhos azuis aparece em sua porta a xingando de tudo quanto é nome. Ela não sabia quem era ela ou o quanto ela mudaria su...