it's not bad but it's not good.

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Mia.

Aperto na maldita buzina pela milésima vez, bufando irritada ao ver que mesmo assim não adiantaria de nada. Dirigir em Nova York é um inferno, principalmente se for em horário de pico. Talvez se eu tivesse pego um táxi seria melhor, mas não, resolvi pegar o carro da Maia para ver se chegava mais rápido. E estou parada no trânsito fazem uns trinta minutos.

Estou indo me encontrar com a Billie no Central Park, desde o dia um que não nos vemos e ela me chamou porquê disse que tem que conversar seriamente comigo. Quando nos falamos ao telefone ela parecia séria e apreensiva, no momento em que questionei o motivo de ser no Central Park ela falou que queria se despedir dali. Fiquei confusa, sem entender nada, Billie só vai sair em tour e depois voltar, pra que se despedir do Central Park?

No final das contas Billie fez uma péssima escolha. 1) Central Park: muitas pessoas e paparazzi, 2) o trânsito horrível do Brooklyn até Manhattan. No entanto, o que eu não faço por ela, não é mesmo?

Depois de muito estresse passado no carro eu o estacionei em um lugar por ali e coloquei o óculos escuros e joguei meus fios castanhos um pouco para frente, assim as pessoas não veriam meu rosto direto e na minha lógica isso ajudaria para não me reconhecerem. Em passos apressados andei até onde Billie falou que me esperaria e lá estava ela, com suas roupas largas e touca na cabeça.

Chego por trás, cobrindo seus olhos com minhas mãos pequenas.

- Mia. - ela murmura rindo.

- Errou. - respondo.

- Eu sei que é você, amor. - ela diz e tira as minhas mãos do rosto dela, então ela vira para mim com seu sorriso lindo, puxando-me para sentar no banco ao seu lado.

- Como sabia que era eu? - tiro os óculos, os guardo no bolso do sobretudo.

- Seu perfume e as suas mãos pequenas. - ela abre um sorriso de lado. - Acha que não conheço seus dedos? - pergunta com as sobrancelhas mexendo de forma sugestiva.

- Billie... - baixo a cabeça fazendo biquinho, apenas eu fazendo charme.

Minha namorada levanta a minha cabeça e sem aviso ela junta nossos lábios; beijo sem língua, mas com muita vontade e desejo de ambas as partes, estava sentindo saudades de beijá-la e tenho certeza de que ela também estava.

- Uh, tem um cara gravando nas árvores ali. - Billie diz depois de nos separarmos, olho para trás e realmente tem um homem no meio das árvores com a câmera na nossa direção. Dou de ombros.

- Não estamos fazendo nada demais mesmo. - ela sorri.

- Aquele idiota tem te incomodado? - ela pergunta passeando os dedos por cima da minha calça jeans.

- Ele comenta em tudo o que posto. - respondo com a mirada direcionada ao lago a nossa frente. - Já o bloqueei mas parece que ele fica criando contas só para isso.

- Ele está perseguindo você. - ela contasta irritada. - Eu não sei o que podemos fazer... - diz com pesar na voz.

Minha namorada odeia se sentir impotente, sem poder algum ou controle sobre uma situação. Não é como se ela já tivesse me dito antes, mas eu percebi durante o tempo.

- Não quero falar sobre isso, muito menos que fique pensando nisso... - ela me corta.

- Como não quer que eu me preocupe?

- Billie, por favor. - mesmo contrariada ela assente. - Vamos apenas falar de coisas boas, o que quer conversar?

Percebi que Eilish ficou tensa e apreensiva. Seus olhinhos azuis pararam de me olhar para mirar as crianças que brincam do outro lado do lago, junto com os pais delas e um cachorro que me faz lembrar a Pepper. Fico ainda mais confusa com essa reação dela.

ten thousand hours. | billie eilish. Onde histórias criam vida. Descubra agora