call me maybe.

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Billie.

Mia já está em sua segunda garrafa de Heineken, mas curiosamente está sóbria. Ela continua falando comigo da mesma forma e não está rindo à toa como a maioria dos meus conhecidos depois de duas garrafas de cerveja. Parece que ela é muito resistente a bebida alcoólica. Eu não coloquei mais nenhuma gota de álcool na boca, de verdade eu odeio esse tipo de bebida e me arrependo amargamente de ter bebido aquela tequila.

Maia não tira os olhos de nós, está com alguns amigos um pouco mais afastada da nossa mesa, mas seus olhos não saem daqui. Todas as vezes que nossos olhos se encontram, por acidente, ela levanta uma sobrancelha ou me olha de forma ameassadora. Eu continuando lhe mostrando o meu sorriso dissimulado.

- Acho que já deu pra mim. - Mia murmura, depois de terminar de beber a cerveja.

- Vai para casa? - questiono e dou um gole na Coca-Cola.

- Yeah. A nossa conversa está muito boa mas eu preciso ir, estou cansada. - ela faz aquele mesmo biquinho.

- Então eu te levo. - me ofereço, já me colocando de pé. Mia me olha e nega com a cabeça.

- Não, não precisa. Eu pego um táxi, não quero lhe incomodar.

- Mas não vai incomodar em nada, só estou aqui até agora porquê estávamos conversando.

Carter analisou meu rosto, provavelmente para ver se tinha algum resquício de mentira em minha feição. Obviamente não encontrou nada, realmente não me importo de levá-la em casa, isso vai servir para chatear Maia, além disso seria bom passar mais algum tempo com ela. Ela parece ser uma pessoa incrível, minha consciência chega a pesar por estar "usando-a" para atingir Maia, mas se eu fizer direito Mia nunca irá ficar sabendo disso.

- Tudo bem. - ela levanta. - Vou pagar minha conta e avisar Maia.

- Estarei te esperando.

A garota vai primeiramente ao bar daquele andar, paga sua conta e então vai direto para onde sua irmã está. Elas conversam por breves instantes e, pelo que consigo ver Maia não ficou nada feliz com a notícia de que levarei Mia para casa. Enquanto Carter vem em minha direção, a outra me olha com o semblante fechado e eu dou um sorrisinho debochado em resposta.

- Vamos, Billie?

Sem olhar para trás vou embora junto com Mia, despeço-me de algumas pessoas que conheço e digo para ela que primeiramente preciso passar no bar para, além de pagar minha conta, poder avisar para Lauren que estou indo embora.

- Estou indo, Jauregui. - aviso, assim que me aproximo dela.

- Indo para onde? - ela está meio grogue.

- Vou levar Mia para casa, depois vou passar no hotel. - entrego o dinheiro junto com a minha comanda.

- Mia! - ela exclama e me dá um empurrão de leve. Lauren sorri ao ver a irmã de Maia e estala a língua no céu da boca. - Oi. Billie é uma sem educação, não nos apresentou. - ela abraça a garota.

- Olá. - diz depois de terem se separado.

- Você é tão parecida com a Maia. - Jauregui bebe mais um pouco da cerveja e sorri. - Mas você é mais bonita.

- Obrigada? - agradece, visivelmente envergonhada pelo elogio. - Você é muito mais linda pessoalmente.

- Oh, obrigada. - minha amiga se apoia no balcão do bar, pois por pouco não caiu no chão. - Billie, depois dê o meu número à ela.

Dou uma risadinha sem graça, Lauren tem essa mania de dar em cima das garotas, principalmente quando está sob o efeito de álcool. Acredito que isso deve-se ao fato de que por muito tempo, ela esteve "dentro do armário", quando finalmente saiu se sentiu livre para paquerar garotas sem o medo de que no dia seguinte isso pudesse estar estampado em todos os tablóides.

ten thousand hours. | billie eilish. Onde histórias criam vida. Descubra agora