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Mia.
- Aquela cadela oxigenada. - Maia reclama andando de um lado para o outro na sala. - O cara tava te assediando e ela diz que você estava com muita vontade. - diz com raiva. - Que ódio desse italiano nojento... E dessa cantora também.
- Só não vê quem não quer. - Millie diz fazendo carinho em Morfeu. - Aquilo não era um beijo consensual nem aqui nem na China.
Já é de noite e estamos nós três reunidas no apartamento para acharmos uma solução para todo esse problema. Contei para elas sobre a minha conversa com a Billie, minha gêmea está espumando de raiva, quase viajando para Paris só para dar uma bela de uma surra na minha até então namorada.
Quando ela encerrou a chamada eu me joguei na cadeira e fiquei olhando para as ruas de Nova York em busca de um pouco de paz e tranquilidade. Apesar do nó que se formou na minha garganta, eu não me permiti derramar uma lágrima sequer. Estou aprendendo a ser uma mulher forte, não posso chorar por coisas como essas. Eu tenho que ser mais forte do que isso, ela me ensinou a ser mais forte do que isso.
Quando cheguei em casa peguei a caixinha de som que Billie me deu quando voltei de Los Angeles em Novembro. Fiquei ouvindo as músicas e os cartões que ela me escreveu, então eu derramei algumas lágrimas, na verdade eu chorei como um bebê em posição fetal.
O que mais me dói não é ver toda a Internet me chamar de vadia, vagabunda, alpinista social, chupa fama, vadia interesseira, traidora e outras coisas completamente desrespeitosas, o que mais dói é saber que a minha própria namorada não consegue acreditar em mim. Estou com raiva, com muita raiva, com raiva e irritada com a Billie. Só de relembrar nossa conversa já sinto vontade de chorar de raiva.
Bem, eu estou tentando me fazer de forte para todas as pessoas que estão me ligando ou mandando mensagens de apoio, mas está sendo difícil ter que ler comentários maldosos sobre mim. As pessoas nem me conhecem e se acham no direito de me ofender e apontar o dedo para mim, se acham no direito de dizer se sou ou não sou boa para Billie. Isso machuca pra caralho.
- E você Mia, - minha irmã começa, fazendo-me levantar o olhar para a encarar. - depois dessa eu não quero nem saber, vai voltar para a terapia. E eu não quero ouvir nem um quim.
Estive enrolando para arrumar um terapeuta para mim, mesmo sabendo que estou precisando muito. Depois dessa tenho certeza de que a própria Maia vai arrumar um.
- Eu já sei o que podemos fazer! - minha cunhada exclama do nada, fazendo Morfeu se assustar.
- O que? - pergunto interessada, com os olhos um pouco arregalados.
- Vamos pedir a fita do circuito de gravação da entrada do prédio e postar no seu Twitter com uma nota informativa. - ela diz com um sorriso enorme nos lábios.
Eu e Maia nos olhamos com os olhos arregalados e sorrisos enormes nos lábios.
- Como eu não pensei nisso antes? - pergunto para mim mesma.
- Você é maravilhosa, gatinha. - Maia dá um beijo na Millie e ela sorri pequeno.
Millie Hannah é formada em acessoria de imagem, então ela tem um conhecimento muito vasto nesse ramo, até porquê é profissional. Se ela falou, é porque tem fundamente para tal.
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ten thousand hours. | billie eilish.
RandomMia acaba de mudar para Nova York para morar com sua irmã gêmea. Em um dia aleatório uma estranha de cabelos tingidos de verde e olhos azuis aparece em sua porta a xingando de tudo quanto é nome. Ela não sabia quem era ela ou o quanto ela mudaria su...