ten thousand hours. | billie eilish.

burning fairytale.

Aproveitem :)

Mia.

A vida em tour é uma completa bagunça. Fizemos várias viagens de ônibus e apesar de não ter tanto conforto do que em uma casa, valeu muito a pena cada momento da viagem. Eu conheci cidades dos Estados Unidos que eu nunca havia ido e foi tudo perfeito. Eu não me cansava de ver Billie cantar as mesmas músicas todos os shows, pode parecer que é tudo a mesma coisa mas não é, a cada dia que ela canta ela canta de uma forma diferente, não sei como ela consegue fazer isso, mas ela faz e faz bem.

Faz um mês e alguns dias que voltei para Nova York, hoje é dia sete de Março. Apesar disso nosso relacionamento a distância está indo muito bem, estamos nos acostumando com as chamadas de vídeo constantes. A cada dia que passa nós estamos cada vez mais apaixonadas uma pela outra, fazendo planos para o futuro e nos conhecendo ainda melhor. Cada momento com ela, mesmo que seja a distância, é maravilhoso.

Quando voltei a minha agenda começou a encher de uma forma que chegou a me assustar. Eu tinha que ir para a Versace – porque minhas férias acabaram –, solicitações de entrevistas, marcas querendo me patrocinar, eventos para comparecer e fotos para revistas. Durante esse meio tempo eu tirei fotos e dei entrevistas para a The New Yorker, Allure e Vanity Fair e nesse momento estou indo a caminho para a sessão de fotos da minha primeira capa de revista.

Durante uma entrevista que dei para uma revista online eu falei do meu amor pela Playboy e que eu sou uma colecionadora. Alguns dias depois a própria equipe da Playboy entrou em contato comigo, convidando eu e a Maia para estarmos na capa de uma das edições. Foi a coisa mais aleatória que poderia ter acontecido; eu nunca achei que um dia seria convidada para estar na capa da Playboy, mas isso aconteceu e só Deus e Maia sabem o quanto fiquei feliz com isso. Vamos fotografar para a Playboy Itália, assim terão revistas físicas, já que a dos Estados Unidos só tem a versão digital. Além disso decidimos assim porquê somos italiano-americanas. Sai em Maio, no mês do nosso aniversário, exatamente nos dias em que estaremos lá para comemorar os nossos vinte e um anos.

Não vou mentir e dizer que estou super calma e tranquila, estou surtando por dentro. Eu nunca tirei fotos completamente sem roupa, exceto as que Billie tirou enquanto tomavamos banho de banheira; mas aquilo foi tranquilo para mim, afinal só estávamos eu e ela. No entanto, dessa vez vou tirar fotos para uma revista, para a fucking Playboy; lá tem pessoas desconhecidas que vão me ver pelada e ainda tirar fotos minha daquele jeito. E no final de tudo o mundo todo vai ter acesso a isso. Maia por outro lado está muito tranquila, ela está acostumada a tirar fotos com pouco roupa para o Instagram.

Antes de aceitar o convite nós tivemos que pedir para os nossos pais. Vamos tirar fotos nuas para uma revista de entretenimento adulto, querendo ou não é uma coisa muito grande. Mamãe aceitou depois de um tempo de conversa, papai até que gostou da ideia, mas ele não quis aceitar porquê sabe o que os homens fazem quando têm uma Playboy na mão e ele disse: "Não quero que minhas princesas sejam o motivo de orgasmos de homens desconhecidos". Depois de muita conversa ele aceitou. Vovó Bella ficou sabendo disso também, minha mãe comentou com ela, que quase passou mal da casa dela em Florença.

Quando finalmente chegamos a empresa deles que tem aqui em NY, seguranças vieram abrir a porta para nós duas.

Uma coisa ruim que tudo isso trouxe é a falta de privacidade. De uns tempos para cá tem sido um inferno. A cada lugar que eu vou, tem um paparazzo pronto para tirar fotos. Tem um homem em especial que vive me seguindo; não sei qual é o nome dele ou para qual veículo ele trabalha, só sei que ele está sempre nos lugares que eu estou. Sei que é o trabalho dele, mas isso é um inferno, por Deus!