Mia.
Mesmo com vinte anos na cara meus pais não me permitiram levantar e ajudá-los a encenar 'O Papai Noel' com eles durante a madrugada. Eles sabem que eu não acredito nessas coisas, nem eu nem meus irmãos, só a Bay e o Alex que realmente acreditam na existência do Papai Noel. Mas meus pais dizem que a magia das manhãs de natal não podem acabar e que eu, Maia e Lewis temos que fazer isso pelos nossos filhos também.
Como estamos na manhã de natal claro que todos acordaram cedo, quem não quer abrir os presentes, não é mesmo?
Todos estamos com pijamas de natal iguais; camisa e calça vermelha cheia de papais noéis, junto com meias iguais a roupa. Bay saiu correndo com o Morfeu ao encalço dela, Alexander está tão animado que eu consigo sentir a serotonina exalando.
- Olha, o Papai Noel veio. - Bay fala sentada no chão, apontando para o prato com farelo de biscoito e o copo de leite.
- Oh, meu Deus! - meu irmão mais velho se aproxima dela. - Será que ele deixou presente aqui?
Mamãe e papai chegam na sala, com os pijamas de natal também, no deles está escrito 'mom' e 'dad'.
- Bom dia, meus amores. - papai cumprimenta beijando o topo da cabeça de Hayden. - Quem quer abrir presentes?
Todos nós respondemos em uníssono e então começamos por ver o que tem nas meias na lareira, no meu tinha uma Pandora com uma Estátua da Liberdade, o mapa da África, um negócinho escrito Milano, um mapa menor dos Estados Unidos e uma agulha. A da Maia é igual a minha, só que no lugar da agulha tem uma máquina fotográfica. Do Lewis também é assim, só que na dele tem uma arma de fogo. Meus pais disseram que isso é para que nunca nos esqueçamos de onde viemos. As crianças ganharam doces e chaveiros.
Então nós fomos sentar no chão, perto da árvore e a abertura interminável de presentes começou. Meus pais não são ricos ou assim, mas eles sempre gostaram de nos mimar muito com presentes, às vezes exagerando um pouquinho.
Em seguida fomos sentar à mesa para comer, vovó Bella que estava dormindo desceu para comer e fez uma oração e nós tomamos o nosso café da manhã entre risos, piadas e fotos.
Foram alguns natais longe da minha família e eu senti falta desse carinho, desse clima verdadeiro de natal. Onde eu sinto todo o amor e harmonia, aqui é literalmente o meu lar.
Seis dias depois...
Entre passeios e filmes em família os dias em Atlanta passaram voando. Morfeu estava se sentindo em casa, Bay e Alexander queriam ficar com ele mas é óbvio que tive que dizer que não, meu filhote não pode ficar longe de mim. Foi difícil ver o olhar de tristeza dos dois, então prometi à eles que eles também teriam um cachorro, talvez não agora, mas um dia terão, eles ficaram menos tristes e eu fiquei sem peso na consciência.
Todos nos acompanharam no aeroporto e para variar, Bay chorou no colo da minha gêmea porquê não queria que fossemos embora. Tive que lidar com algumas câmeras apontadas para mim, alguns olhares, sorrisos e alguns acenos. Lewis entrou com a gente na sala de embarque, lá nós comemos um lanche – mesmo depois do almoço que comemos em casa – e logo depois meu irmão seguiu até ao portão de embarque para Washington D.C. e eu e Maia fomos para o de Nova York.
Agora estamos no meio de uma multidão de gente e para evitar situações de tumulto, reconhecimento e coisas do tipo nós viemos tecnicamente disfarçadas. Colocamos muitas roupas de frio, pois a temperatura de hoje é de matar qualquer um; nós quatro – eu, Maia, Billie e Millie – estamos com máscaras da Drew House, Billie está de touca, eu coloquei uma lace rosa e minha irmã uma roxa.
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ten thousand hours. | billie eilish.
RandomMia acaba de mudar para Nova York para morar com sua irmã gêmea. Em um dia aleatório uma estranha de cabelos tingidos de verde e olhos azuis aparece em sua porta a xingando de tudo quanto é nome. Ela não sabia quem era ela ou o quanto ela mudaria su...