Depois de deixar Mia em casa Billie voltou para o conforto de sua cobertura. Ela estava encarando o céu azul de Nova York, sentada em uma cadeira da varanda do quarto de hotel. Ela se sentia feliz, em êxtase. Como se um enorme peso tivesse sido removido de suas costas, mas ao mesmo tempo ela tinha a sensação de que faltava algo para ela estar bem com ela mesma, faltava uma coisinha e isso estava a matando.
Billie soltou um suspiro alto, pois sabia muito bem o que estava a deixando assim. Ela pegou o celular da mesinha ao lado e foi até seus contatos, então encarou o nome de Maia Antonella Carter, a foto da modelo brilhava na tela do IPhone da cantora. Antigamente ela ligava para a mesma com entusiasmo, pois elas tinham um relacionamento, naquele dia ela estava nervosa e de uma certa forma, temerosa.
De olhos fechados a garota apertou no contato de Maia e levou o celular a orelha. A Carter de cabelos negros atendeu no terceiro toque, ela estranhou a ligação da outra.
- Billie? - Maia perguntou.
- Maia... - fez uma pausa. - você pode me encontrar no hotel de sempre?
- No hotel de sempre? - a estudante perguntou quase gritando. Então levantou-se da mesa que estava com alguns colegas de turma, indo para um lugar menos movimentado. - O que porra você tá querendo?
Ela e Billie sempre, ou quase sempre, se encontravam em um hotel mais afastado da cidade para passarem seus momentos. Elas tinham seu próprio quarto, o qual elas sempre iam.
Quando Billie lhe pediu para se encontrarem no hotel de sempre, Maia logo pensou que ela estava falando que queria a encontrar com outras intenções.
- Não é isso o que você tá pensando. - se apressou em falar. - Eu só quero falar sobre nós.
- Sobre nós? - perguntou surpresa.
- É. - respondeu baixo. - Nós nos dávamos bem e agora parecemos duas completas estranhas.
Maia encostou-se na parede e suspirou. Carter também queria muito conversar com Billie sobre elas, afinal nunca tiveram uma conversa desde o que aconteceu naquele dia em que ela deu um bolo na cantora. Depois disso elas passaram a se comportar de forma mais hostil e rude, como se se odiassem acima de tudo.
Mas agora elas são cunhadas e precisam e querem manter uma boa relação, não só por Mia, mas por elas também. São adultas e não podem agir como adolescentes.
- Tudo bem. Quantas horas? - indagou.
- Às seis pode ser?
- Ok. Eu estarei lá.
- Até mais.
Então Eilish desligou a chamada e deixou-se descansar no encosta da cadeira. Ela precisava resolver isso.
06:00 pm
Na hora marcada Billie já estava dentro do quarto de hotel. Não era tão luxuoso quanto o que ela mora, mas não deixa de ser bonito e aconchegante. Ela sentou na cama de lençóis brancos e apoiou os cotovelos nas pernas.
Memórias dos momentos que compartilhou com Maia naquele mesmo quarto invadiram sua mente. Elas se davam bem, eram amigas de uma certa forma e adoravam a compainha uma da outra.
Billie se perguntava como elas mudaram tanto. De um relacionamento de amizade -digamos que saudável - elas haviam passado a duas mulheres que pareciam mais se odiar do que outras coisas. Elas haviam entrado em um joguinho estúpido, onde elas queriam ver quem sairia mais magoada. Elas se tornaram sádicos, se odiando e descontando tudo no sexo. Elas estavam perdidas.
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ten thousand hours. | billie eilish.
AcakMia acaba de mudar para Nova York para morar com sua irmã gêmea. Em um dia aleatório uma estranha de cabelos tingidos de verde e olhos azuis aparece em sua porta a xingando de tudo quanto é nome. Ela não sabia quem era ela ou o quanto ela mudaria su...