John Constantine é um padre que serve a igreja de maneira dedicada e correta, mas sente o medo da corrupção, pela primeira vez, ao ter de frente para si a viúva de um mafioso italiano, Carmen Salvatore, a mulher mais misteriosa que já conhecera.
O P...
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Carmen não apareceu nas seguintes missas, decidiu por rezar diante do pequeno altar que se encontrava em seu belo e enorme jardim. Santa Maria, mãe de todos, com a mão direita levantada e olhos para o Céu ouvia suas baixas preces. Muitas preces Carmen fez ali, bem lembrava das noites em que Giovanni saía em missão, estava sempre metido em algo perigoso e o coração da esposa apenas se acalmava quando o via atravessar a porta de casa.
Mas ao fim achava que suas preces tão calorosas talvez tenham sido em vão; viu o amor de sua vida ser morto sem piedade, o viu sangrar para a morte e dar o último suspiro em seus braços, dizendo que a amava mais que tudo.
A partir daquele dia o calor sumiu de sua vida, não era mais aquela espanhola que usava vestidos floridos, cores quentes não faziam mais parte de sua vida, não mais cantarolava entre as parreiras e sorria sem fim. Aquela mulher calorosa e cheia de amor havia partido junto de seu marido, o único homem quem realmente a amou, se não a única pessoa quem a amou nessa vida.
Carmen passou por tanto nessa vida, lutou tanto para no fim perder tudo que mais amava. Suspirava e no final da reza fazia o sinal da cruz, encarava Maria pela última vez e partia dali. Ornamentada em preto se dirigia para casa, solitária novamente e para sempre.
Sentia-se traída pela Igreja, pelo Reverendo. Fez uma boa ação, sentiu do coração e ao final era julgada? Não deveria ser assim. Porém ela não ligava nem um pouco, pois achava que ninguém estaria sentindo sua falta mesmo...
Contudo ela estava enganada, aquele quem ela menos imaginava a procurava pela multidão. Mas os fios negros sempre bem ornamentados não se viam mais, os longos negros, os batons vermelhos haviam sumido. Carmen havia sumido.
John sentia-se muito mal pelo que falou semanas atrás, não deveria tê-lo feito, mas era totalmente contra a Máfia, construíam sua fortuna sobre mortes, assassinatos, tráfico de drogas, armas e pessoas. Eram a escória da sociedade italiana mesmo que estivessem no topo dela.
Sentia-se culpado por ter afastado srta. Salvatore, não era correto. Que Deus o perdoasse por julgar alguém, pois isso não era algo seu, não fazia isso, não era correto, ninguém tinha este direito além de Deus.
O Padre estava prestes a comandar a missa quando a viu entrar pelas enormes portas de madeira maciça, sentou-se nos últimos bancos e ali ficou até o fim da liturgia.
John precisava alcançá-la e redimir-se pelo que fez, isso sim era de seu caráter, pedir perdão era algo nobre, era admitir seu erro e dele arrepender-se. Por isso ao fim da missa, em passos largos alcançou-a já na praça que se encontrava do lado de fora, ela movia-se entre as pessoas, parecia fugir dele.
– Srta. Salvatore.
Chamou captando sua atenção. Carmen olhou para trás e parou onde estava ao avistar o Padre chamando-a, ele movia-se entre as pessoas que passavam pela praça, era dia de feira, o mercado era próximo, todos entretidos em seus assuntos.
