Os dias se passam e muitas coisas mudam na vida de Ane, seus pais retiraram as queixas e ela não precisa se preocupar com isso mais, ela começou a trabalhar no banco e o trabalho está ocupando toda sua mente e fazendo muito bem, com seu primeiro salário ela pretende pagar aos pais o que roubou. Ela voltou a sair com as amigas e se esforça para atender aos limites dos pais e o mais marcante para ela, um mês sem notícias de John ou de sua família conturbada.
É mais um dia comum no trabalho e de repente o coração de Ane gela, é John, ele está em um dos caixas eletrônicos da agência bancaria, ela o observa de longe e paralisada. Um de seus colegas de trabalho a chama e diz a ela que um cliente precisa de ajuda com um cartão bloqueado, ela se prontifica para atender o homem que precisa de ajuda torcendo para não se tratar do seu ex-namorado, mas parece que ela não torceu o suficiente.
Ane respira fundo e entra em um personagem totalmente profissional, John parece realmente muito surpreso em vê-la, no entanto ela continua agindo como se não o conhecesse e seguindo os procedimentos padrões para o desbloqueio do cartão. Depois de alguns minutos tudo está certo e ela agradece e encerra o atendimento como faria em qualquer outro, mas John não parece satisfeito em ser tratado como um desconhecido.
- Obrigado pela ajuda, mas não precisa fingir que não me conhece, Ane!
Ane tem a resposta rapidamente para John:
- É meu local de trabalho, senhor e eu tenho meus motivos. Então, se não tem mais nada que eu possa ajudar, tchau.
John vai embora resmungando e Ane passa o restante do dia atordoada pelo encontro com ele.
De volta em casa no final do dia, Ane se senta e abre uma cerveja para tentar relaxar, ver John e conversar com ele foi demais para ela, sua mãe a repreende pela bebida, então ela abre mais uma cerveja. Quando já está em sua terceira cerveja, o telefone da garota toca, ela receia em atender, é John, mas ela atende.
- O que você quer? Não converso com homem casado, John!
- Ah, sério? Para de ser pirracenta – retruca John- Precisamos conversar é importante.
- Não, não é importante! Vai dizer que está grávido de mim? Porque você é mestre em mentir. Ah, já sei, vai me pedir desculpas e me oferecer o cargo de amante?!
- Nenhuma das opções!
- Fala logo, cara!
- Pessoalmente. Em dez minutos estou na sua casa, Ane.
Ele desliga a ligação é uma mistura de medo e felicidade toma Ane, ela corre para o portão da sua casa e em pouco tempo John está lá. Ele a entrega um capacete e pede para que ela suba na moto, Ane reluta, mas acaba subindo e eles vão para uma praça afastada da cidade. Ane sabe o quanto aquilo é perigoso, se os pais delas sonharem ou pior ainda se a mulher ou a família de John souber, ela está perdida.
O casal fica alguns segundos em silêncio sentado no banco da praça e então John começa a falar:
- Primeiro eu quero te pedir perdão pela forma como terminei com você, mas olhando nos seus olhos eu não conseguiria. Eu terminei com a Cris de vez agora e eu quero ficar com você, Ane e só com você.
Ane ri.
- Acha que é fácil assim, John? Qual o seu problema?
- Eu não consigo ficar longe de você! Eu me afastei para o seu bem, para te manter fora de confusão!
- Voltar com a Cris me afasta de confusão?
- Olha, Cris e eu somos mais um contrato do que um casamento. No início éramos apaixonados, eu a ajudei a sair da casa dos pais e ela me ajudou com os vícios e a conter meu dom para confusão, mas depois as coisas entre nós foram esfriando até acabar e eu conheci você.
- E me deu um pé na bunda para voltar para ela, John! – Ane chora – Você me deixou sozinha com o mundo desabando na minha cabeça!
- Ela não teria para onde ir, Ane. Cris depende financeiramente da minha família, o trabalho dela são os negócios da família. Eu não queria te deixar assim, mas parecia o melhor para você.
- E agora? O que mudou? Agora ela tem para onde ir?
- Ela vai voltar para a casa dos pais e arrumar outro emprego, mesmo que ela odeie isso. Minha mãe não vai deixar Cris viver em paz, mas confio que ela não vai entregar nada a polícia porque a comprometeria também. Ane, por favor, me perdoa? Eu preciso de você comigo, nós contra o mundo, lembra?
A garganta de Ane dá um nó, mil dúvidas sobre John e a relação dele com a Cris passam pela sua cabeça e ao mesmo tempo seu coração acelera com a ideia de voltar para ele. São os minutos mais intensos dos últimos dias, uma guerra entre a razão e a emoção se trava dentro de Ane. A emoção vence e Ane abraça John.
- Me promete que não vão mais existir segredos e que seremos de verdade nós contra o mundo, promete John?
- Eu prometo! - Ele responde com convicção.
Eles se beijam e Ane sente seu corpo flutuar e o coração bater tão acelerado que parece que vai sair pela boca e é isso eles estão juntos novamente.
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Inconsequente
RomantiekAne está a poucos dias de completar 18 anos, ela é filha de pais conservadores e está com as emoções a flor da pele. O toque final para a ovelha negra vir a tona é uma paixão inconsequente. Até que ponto é seguro nos entregarmos a alguém?