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Capítulo 7

POV. Christian

- Meu Deus. - exclamou Violet, sobressaltando para trás, vendo abismada a poça de xixi que se formava no piso.

Julian arregalou os olhos para o Cuidador e o Little, soltando um suspiro alto do que parecia ser de nojo e pena, já que Gael voltava para o seu desespero de horas atrás. Maya quase tinha derrubado o prato com o susto do choro repentino, se virando com pressa para notar que seu primo estava/tinha feito suas necessidades fisiológicas bem no centro da cozinha.

Christian ficou paralisado por minutos, antes de tomar as rédeas. Infantilistas normalmente tinham problemas como esses nas primeiras recaídas, apesar de ser algo considerado nojento e horrendo para muitos Neutros, os Guardiões geralmente tomavam isso como liberdade e conforto da parte do menor. Era de certa forma lisonjeiro dependendo da maneira em que acontecia. Gael não parecia com medo e muito menos apavorado, o que foi bom, porque só restava uma opção, ele estava se sentindo seguro e protegido para não se importar com suas necessidades básicas.

O problema agora era que Gael tinha voltando com sua energia, gritando a plenos pulmões, ou seja, ele não seria tão parcial a ponto de aceitar uma fralda, ou uma troca, ou no caso, um banho. Uma ducha significava que Gael não iria dormir tão cedo, gerando futuramente birra, horas seriam gastas para fazer ele adormecer. Não que Christian desse importância a isso, mas era que ele já estava pensando como um cuidador faria, ele simplesmente não podia evitar de prever os acontecimentos. Basicamente, ele estava nas nuvens.

- Isso é... - Violet começou a falar, mas se interrompeu com o cheiro excêntrico subindo no ar.

- Sim. - respondeu Chris prontamente, franzindo o cenho para o pequeno irritado e exausto no seu colo. - Gael. - chamou, mas o menor não se deu o trabalho de escutar. - Gael. - de novo, nada. - Bem. Se você quer chorar, tudo bem. - Christian resmungou sorrindo compreensivo, massageando as costas do little em um movimento calmante.

Ele não poderia força o garoto a engolir as lágrimas e todo aquele sofrimento. Gael era um ser humano como qualquer outro, ele tinha o direito de colocar tudo para fora se esse fosse o seu desejo. Até seria melhor em questão psicológica. Se corroer por dentro não era uma opção agradável. E Christian sabia disso.

- Que? Não. Você não pode simplesmente deixar ele chorando. - Violet se exaltou.

- Na verdade... - Chris murmurou. - Eu posso sim. - rebateu, erguendo a sobrancelha.

- Você acabou de fazer ele parar, faça novamente. - acusou a matriarca com um aceno de mão.

- Não é como se eu pudesse estralar os dedos para isso acontecer. Se ele quer colocar suas mágoas para fora, é aconselhável agora, do que mais tarde. - Christian explicou, puxando a cabeça de Gael para deitar no seu ombro, ignorando a baba que saía em filetes da boca do menor.

O ar ficou tenso na cozinha, Julian até o momento estando de olhos arregalados, soltou um barulho de surpresa, assim como Mayalu. Christian estava literalmente - diante de seus olhos - batendo de frente com a sua chefe temporária e eles não conseguiam mover um dedo, porque ninguém nunca possui tal ousadia. A própria Violet, não piscou nenhuma vez depois do comentário, porém logo se forçou a trazer-se de volta a realidade, coçando a garganta. Claramente ela não iria deixar assim, mas por hora, Violet ignoraria a audácia do até então "cuidador" do seu único filho. Futuramente, ela poderia ensiná-le uma lição.

- Vou mostrar o quarto de Gael. Tem um banheiro acoplado e o closet dele. - afirma a mulher, fuzilando o casal. - Acho que você sabe como dar banho é um infantilista, não é?! - perguntou sarcástica.

Chris assentiu, seus olhos doloridos pela fúria que ainda os cercavam. Com delicadaza, ele tentou sair da poça, o líquido fazendo barulho com as pisadas calculadas para não escorregar. Dando um aceno confiante para Violet, ela dar a meia-volta, mais uma vez saindo e o guiando pela residência. Suspirando, Christian pressiona mais o tronco do mais novo com o seu, ele estava ficando nervoso e inquietante com o molhado em sua virilha. Não demorou mais do que alguns minutos, para que eles estivessem no segundo andar, perante uma porta. Violet a abriu com força, o barulho ecoando pelo corredor quando a madeira bateu na parede juntamente com o trinco e a fechadura, revelando o quarto de Gael.