Capítulo 5

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POV. Christian

Não foi nem um pouco fácil. Ele tinha caído mais a fundo. Na negatividade da sua mente - agora turbulenta - que transbordava cenários ruins e dolorosos para o seu Big Headspace. Christian sinceramente esperava que não estivesse entrando em depressão, porque como se perguntara a três meses atrás, quando chegou no hotel depois de ter encontrado o seu baby, a sua autoestima era o suficiente para ele se machucar mentalmente. E com pesar na consciência, fisicamente. Mas Christian achava que não era tão grave como aparentava.

Suspirando culpado, Christian desligou o chuveiro do banheiro estreito, no qual ele vivia os últimos meses, com o seu melhor amigo e atual parceiro de missão. Ele pegou a toalha preta, enxugando as gotas geladas de água que escorriam por seu corpo musculoso e bem dotado. Enrolando o tecido felpudo na cintura, enquanto andava para ficar de frente ao espelho. Se inclinando para frente, Chris apoiou as duas mãos na bancada da pia, se aproximando do seu reflexo. Seus olhos pretos - que perderam o brilho maroto - percorreu a sua imagem, analisando as grandes manchas roxas, algumas partes até mesmo amareladas, nos seus dois peitos. Aquela visão era decadente. Mas era algo. O fazia sentir melhor, como uma espécie de punição.

Ele se culpava por não ir atrás do garoto. Porém, veja bem, Christian se odiaria mais ainda, se visse aquela expressão de horror no rosto do seu Little. Era seu little, não era? Ele podia chamar Gael assim, apesar de ele aparentar não querer ver Chris nunca mais na sua vida? Tirando uma das mãos de apoio da bancada, ele levou ela para tocar a sua pele domente. Christian não sabia nem mesmo como tinha ficado daquele jeito, e como chegou naquela situação. Ele, um dia, resolveu que estava chateado demais com tudo, e seus mamilos não paravam de latejar e deixar gotas ou filetes de leite caírem, então ele entrou no banheiro, sentou no vaso sanitário por cima da tampa, tirou a sua camisa de mangas, e apertou a área que o incomodava. O processo foi tão intenso, que a maneira que ele amaçava, não deixou que nenhum leite escorre-se. E de repente, Christian fazia isso todos os dias sem falta.

Seus pensamentos eram nublados e ele não queria pensar em nada além do seu trabalho, que aliás, estava indo muito bem. Descobriram que o bar que foram no primeiro dia, era um tipo de espaço, para quase todos os envolvidos com tráfico, iam para beber ou se tatuar. Então, com receio - porque Christian estava com medo de se encontrar com Gael novamente - voltaram ao estabelecimento, em especial no horário de pico, ouvindo conversas e sussurros de informações confidenciais do grupo. Em uma determinada hora, um homem corpulento recebeu uma ligação, e ele saiu do bar como se sua vida depente-se disso. Claro, Christian foi atrás do suspeito, que estava afobado e não percebeu que tinha uma pessoa o seguindo. No final, ele entrou dentro de um enorme galpão abandonado, mas que inusitadamente - ou não - estava cheio de seguranças percorrendo o local.

Ele fez uma acordo com Mason, seu amigo continuaria com suas pesquisas, colocando rastreadores nos carros de homens que também iam para esse galpão, enquanto Chris passava o dia escondido em frente ao que eles achavam que era a sede principal do tráfico. Era perigoso e cansativo, ele tinha que está lá antes do sol nascer, e sair de madrugada. Christian quase foi pego três vezes. Uma delas - por mais engraçado que seja - era porque ele caiu no sono. Mason, o ajudou. Por sorte, eles instalaram câmeras e sensores de verificação perto de onde Christian se escondia, e também na entrada para a estrada que levava ao galpão.

Então, quando Christian pensou, em uma tarde ensolarada e quente como o inferno, que aquela vigilância toda não iria levar a nada. Mason avisou desesperadamente que alguém - que não estava com os seus rastreadores - entrou para o caminho pedregulhoso da sede. Apesar das recomendações de Mason para Christian não se aproximar, porque era perigoso e podia ser alarme falso, ele simplesmente ignorou, avançando. Christian se escondeu dentro de alguns arbustos, torcendo para que um milagre acontecer-se. E por acaso, ou não. A janela preta e blindada da Ranger Rover desceu e - Deus - era ele. Alejandro Gusmão. O chefe do tráfico mexicano.

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