Capítulo 4

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POV. Christian

Quando ele entrou no quarto do hotel, percebeu que Mason estava na cadeira da escrivaninha, o notebook ligado com um fone de ouvido, algumas poucas garrafas de cervejas vazias do lado. Pela maneira como os dedos ágeis de Mason passavam pelo teclado, ele já tinha começado com o seu trabalho, apesar de terem concordado em fazer isso somente amanhã. Tirando a sua jaqueta, Christian sinalizou para Mason quando ele virou com o barulho da porta se fechando. Tirando o seu Headphone, Mason lançou um olhar de questionamento para o amigo.

- Eu achei que você já estivesse aqui, quando não o encontrei no bar. - comentou o negro pensativo.

- Fui caminhar um pouco. -

Tecnicamente, era verdade. Logo depois que saiu do estabelecimento, confuso com o "aviso" que o barman tinha lhe dado, Christian sentiu que era necessário pensar mais sobre os eventos que aconteceram nas últimas horas, e o que era aquele peso no peito que carregava desde do momento em que saiu do beco.

- Tudo bem. - Mason concordou, dando de ombros com indiferença, pegando uma embalagem de salgadinhos, que Christian não tinha visto.

- Sim. Tudo bem. - suspirou, sussurrando.

Ele abriu a sua mala, pegando uma toalha branca, tirando a camisa que vestia, jogando ela por cima da bolsa de qualquer maneira. Guardou a arma em um local seguro, antes de entrar no banheiro estreito que era acoplado ao quarto. O banho não foi longo, principalmente quando ele ainda queria descobrir o porque de tanta culpa, se tudo já tinha passado, e não iria ter mais volta. Normalmente, Chris era bom em saber que já estava no futuro, e que nada seria desfeito, mas isso continuava martelando a sua mente.

No final, ele não precisou pensar muito. Sentado atualmente na cama, seus olhos minimamente embaçados por causa do álcool consumido, vestindo apenas uma boxer, escorado na cabeceira, ele percebeu que o sentimento não era mais culpa, mas sim, medo e desprezo, não de Gael, mas dele. Ele quem era o culpado. Ele quem era um péssimo Daddy e Guardião. O medo era de ser um peso para uma "criança", que não gostava dele, que queria distância. O desprezo era que Christian tinha a sensação de finalmente ter a sua liberação. Seu peito transmitia um sentimento de engrenagens funcionando, seus mamilos doloridos desde que encontrou Gael - o estranho foi só que ele percebeu isso agora, talvez tenha sido isso o motivo de tanta inquietude desde o esbarram na rua - , e tinha outra emoção lá, surgiu logo depois que ele notou que estava no começo de uma possível lactação. Tinha um gosto amargo, e Christian tinha certeza absoluta que não era por causa do álcool.

Murmurando, Chris saiu da sua posição sentada para deitar, se cobrindo, as luzes já tinham sido desligadas por Mason - que já dormia pesadamente - quando ele estava no banheiro. Talvez a emoção fosse arrependimento? Não. Culpa? Também não, tinha sido trocada como ele já notará. Aflição? Não. Nojo? Aversão? Repulsa? Sim. Sim.

Era deplorável e doloroso. Arfando, Christian se encolheu, ele se sentia pequeno pela primeira vez na vida, apesar do seu tamanho e dos seus músculos. Ele puxou as pernas, dobrando elas contra o seu abdômen, seus braços cobrindo asperadamente o seu peito nu - que não tinha um pelo sequer - . O leite que iria sair dali iria ser nojento, repul... Não. Não. Não. Não. Não. Christian não podia pensar assim de algo bom, algo único, uma coisa maravilhosa que conectava ele ao seu little. Tinha alguma coisa errada com ele. Seria baixa autoestima?! Seria tão ruim assim a ponto de se machucar mentalmente?!

Fechando os olhos, gemeu de cansaço. Tudo o que Chris tinha que fazer daqui para frente para não cair cada vez mais, era não pensar sobre coisas negativas, principalmente que o envolvia. Ele podia fazer isso. Seria fácil.

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