Com o passar da idade
Vejo que paz é raridade
Pensando em partir da minha cidade
Tentando parir vitalidade.Meu desânimo em ascenção
Distante do meu coração
Sem coragem de dá derrapante no corrimão
Eu tenho medo do chão.Ele machuca, me para e ainda me impede de voar
Me faz olhar meu sonhos da base
Mesmo que ela esteja em ruínas e prestes a desabar
A morte já me disse tantos quases.Na maioria por motivos tão fúteis, morremos no fato pra que o espírito suba para lua
Tão frágeis, somos tão frágeis: fagulhas.
Vi humanos temerem deuses, vi outros humanos temerem agulhas
As vezes me sinto divino e afiado, pois também já vi humanos temerem pretos na rua.Tentando soltar da boca uns pensados
Sem colocar na boca uns prensados
Respiração fudida, ofegante e apressado
Só por dentro, por fora mantenho um semblante relaxado.Externando suavidade como uma chuva passageira
Procurando corações onde me encaixo
Respirando tranquilidade como uma cachoeira
Eles se sentem leves ao meu redor, enquanto minha própria força me empurra para baixo.Sem me aceitar ainda desejo que se sintam confiantes ao estarem do meu lado
Capazes de caminhar sem se preocupar de serem deixados para trás
É que meu andado é lento, passos arrastados
Odeio ter pressa, não sei se já disse que eu quero pazMas..
Com o passar da idade
Vejo que paz é raridade
Pensando em partir da minha cidade
Tentando parir vitalidade.Meu desânimo em ascenção
Distante do meu coração
Sem coragem de dá derrapante no corrimão
Eu tenho medo do chão.Qualquer hora ele pode virar um abismo.