Existe um poeta.

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A paz tão tediosa
A guerra tão cansativa
A verdade tão dolorosa
A mentira mais ainda.

Mentira que expôs através da verdade
Verdade que desvendei através da mentira
Não por ser intelectual
E sim por ser poeta.

Gamas finitas de humanidade
Penso como Cecília
Não sou o bem ou o mal
Sou poeta.

Criança de alma elétrica
Que ansiava ser poeta
Escrevendo coisas nada poéticas
Que já me fazia ser tão poeta

Um traficante de poesia
Contrabandeando a paz
Por ser poeta que me fiz delinquente
Aprendi a malandragem quando comecei a rimar.

Me intitulei de curupira
Quando ando para frente, eu segui pra trás
Mas se seguir pra trás, andei para frente
O ciclo complexo e vicioso dos meus passos onde ainda nem sair do lugar.

Por querer voar
Acabei arrancando minha raiz
Por tanto procurar
Que me esqueci de onde vim.

Essa insegurança me espreita
O cansaço deita meu rosto sobre o colchão duro
A morte é a certeza que me aceita
Mas teu amor é a indecisão que procuro.

A indecisão que sou, quem sou ?
Esqueci o meu próprio nome
Qual é a minha meta ?

Não conseguir me sobrepor
Ao limite do homem
Nada sei. Só sei que sou poeta!

Mas tem até vezes que não me sinto poeta
Mesmo essa lírica sendo meu idioma mais fluente
Mesmo me afogando em tais palavras
Sinto que meus versos nem são tão profundos.

Talvez eu não tenha fôlego o bastante
Para explorar as profundezas do meu sub-consciente
Talvez eu esteja sendo leigo com as desconhecidas criaturas
Que se propagam no meu submundo.

Conspiração DivinaOnde histórias criam vida. Descubra agora