Uma vida de trapaças

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Lá estavam eles de novo.

Sasuke fazendo trapaças com cartas, Sakura dançando como uma meretriz para distrair transeuntes, e Naruto roubando joias e dinheiro sorrateiramente, como uma raposa.

Essa era a vida que os três amigos levavam. Não queriam trabalhar como a maioria dos mortais, afinal, isso era coisa de gado. Eles eram mais que isso. Queriam se divertir e buscar riquezas da maneira mais fácil.

Entretanto, não existe um caminho realmente fácil. Nada é tão simples.

Eles eram procurados pelos guardas do imperador. Haviam cartazes com seus rostos desenhados por toda parte. Não tardou para serem encontrados naquela viela suspeita, sendo reconhecidos por seus crimes.

E mais uma vez, a cena se repetia.

Novamente fugindo dos homens da lei, correndo pelas ruas estreitas e saltando por telhados. Rindo da situação perigosa em que se meteram.

Com o coração pulando, eles conseguiram escapar dos perseguidores. Pararam em um beco escuro e mal cheiroso e começaram a gargalhar.

— Despistamos eles! — zombou Naruto, um loiro de olhar sapeca.

— Não vai tardar para me pegarem — Sasuke murmurou, bagunçando ainda mais seus cabelos negros. — Itachi me deu um ultimato.

— Não é a primeira vez — Sakura interpôs, ainda ofegante. — Sabemos que ele dará um jeitinho.

— Não, ele falou mesmo sério. Estou sendo um estorvo para ele. Sua posição no exército do império é afetada por mim.

— Acha que ele vai entregar a gente? — Naruto perguntou incrédulo.

— Tenho certeza. Ele me deu uma semana para arrumar um emprego e dar um jeito na vida. O que se estende a vocês dois.

— Isso é ridículo! Sabem onde eu conseguiria algum trabalho? Na merda de um bordel! Eu não vou ser prostituta! Prefiro a morte!

— Não seja tão escandalosa! — Sasuke requeriu. — Ino pode te arrumar algo na taverna.

— E aguentar aqueles porcos bêbados?! Inferno! — reclamou a moça de cabelos cor de rosa, nada comuns.

— Bom, não temos muita escolha, meus amigos — o rapaz concluiu. — Naruto pode tentar algo nas docas, e eu... Limpar estábulos deve ser um começo.

— Não pode estar falando sério, Uchiha! — o loiro bradou. — Somos melhores que isso! Vamos! Você deve ter um plano...

— E se juntarmos algum dinheiro e nos mudarmos para... a China? — Sakura sugeriu sem ânimo.

— China? Como pretende sair do país com tantos cartazes com nossas lindas caras? — o moreno rebateu. — Seremos presos antes mesmo de pisarmos num navio.

— Então esse é o fim? — Naruto choramingou. — Quero beber e afogar as mágoas...

— Para a taverna, então. — Sasuke se levantou.

— Ainda acho que você vai pensar em algo — Sakura murmurou. — Não é do seu feitio desistir.

— Tsc. — Estalou a língua. — Vou pensar em algo, mas... vocês dois, comecem a procurar trabalho. É isso ou cadeia.

Caminharam pelas ruelas imundas e escuras, esgueirando-se de guardas. Adentraram no local de gosto duvidoso: uma taverna suja, cheia de gente mal encarada, a escória da sociedade. Em contraste com aqueles brutamontes, a linda garçonete loira desfilava por entre as mesas, servindo canecas de saquê e petiscos.

Os deuses de Konoha - O paraíso perdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora