Konoha Privê

Chama o SAMU

Hello, babies.

Passei aqui só pra recomendar que vocês releiam Eclético parte III, se estiverem há muito tempo sem ler KP, antes de ler esse capítulo.

É só isso mesmo.

Boa leitura!

❅❅❅

Não era muita coisa que fazia Sakura ficar zangada, mas puta que pariu!

Como se não bastasse a incompetência de Kankurou, que quase custou a vaga dela nos testes da empresa, diga-se de passagem, Sakura ainda teve de lidar com instruções que iam na contramão da praticidade que a prótese oferecia. Abandonar obrigatoriamente o sedentarismo, por exemplo.

Só por estar muito apegada a seu novo apetrecho que se dispunha a estar em plenas onze da manhã numa academia, e na que pertencia à família de Kankurou, ainda por cima.

Bando de burguês safado!

Infelizmente, o estabelecimento dos Sabaku acabou se mostrando a melhor opção, uma vez que a Haruno não tinha saco de cruzar a cidade em busca de outra, muito menos tinha disposição para tolerar os olhares de pena que os estudantes sem noção da UFK lançavam sempre que a viam na academia da faculdade.

Por mais que Sasuke a tivesse convidado para ver como funcionavam as aulas de dança, a rosada recusou. A Supervisora do setor de próteses deixou bem claro que estávamos averiguando a resistência do produto, então esportes de contato e musculação seriam os mais indicados para esse caso. Mas como Sakura não tinha a mínima intenção de frequentar várias vezes por semana o primeiro andar do prédio, onde esteve com Neji durante meses à fio antes dele cagar em sua cabeça, a alternativa das artes marciais se tornou mais atrativa.

Sentada no banquinho ao lado da escada, Sakura jogava tempo fora no Tik Tok enquanto aguardava a chegada do professor. Os alunos veteranos, porém, já se amontoavam em um pequeno círculo ao lado do tatame vazio.

A Haruno respirou fundo, nervosa. Sem um quimono, e nem um único conhecido entre aquele grupo de pessoas, sentiu-se deslocada. Por isso, as dancinhas bobas na tela do celular pareciam mais reconfortantes que a visão de tantos caras em um lugar só. Sakura definitivamente não gostava de homens desconhecidos, muito menos quando esses estavam em bando.

Todavia, a chegada de uma aluna mudou o cenário. O berro que essa deu ao cruzar o último degrau da escada fez todo o corpo da Haruno sacudir de susto, o que quase rendeu uma queda em seu celular semi-novo. E nada que saía da garganta da mulher ia além de um grunhido animalesco, que foi correspondido pelo círculo de rapazes afoitos. Ela levantou os dois braços enormes, erguendo apenas o indicador e o dedo médio em cada mão.

O queixo de Sakura simplesmente despencou perante a beleza de semelhante monumento. O top esportivo preto expunha todo o trabalho dos músculos superiores, além da barriga chapada. Os cabelos castanhos amarrados em dois coques, a franjinha caída na testa delicadamente. Um sorriso divino. A calça cor-de-rosa do quimono da Mulher Gigante contrastava com o tom estrondoso usado contra os rapazes.

— Contrai, contrai! — um dos rapazes do círculo berrou, e a morena riu ao contrair os músculos dos braços, exibindo-os.

Não tinha outra explicação; era amor à primeira vista. Ou fogo no rabo à primeira vista. Ainda não tinha decidido bem.

— Assustou a novata, caralho! — caçoou um rapaz loiro de rabo-de-cavalo e franja, ao passo que dava tapinhas amigáveis nas costas da amiga.

— Uh, tem novato hoje? — disse ela com empolgação. — Cadê?!

— Tá ali no banco.

Sakura inclinou a cabeça, confusa. Pela primeira vez, a cor de seu cabelo não tinha chamado atenção como o semáforo. Estranho, ela pensou. Mas não tanto quanto ver a Mulher Gigante caminhando em linha reta, apalpando a parede e só então indo em sua direção.