Konoha Privê

Olha o zap!

Negligenciando os cabelos úmidos, deitou a cabeça no travesseiro. Os olhos fechados e a mente reflexiva. Por que quando tentava ser legal com a prima, como tinha acabado de fazer ao assumir a autoria do pudim retalhado, ainda assim as coisas não acabavam bem?

Girou para um lado da cama, os fios escuros tinham a água sugada pela fronha. Os olhos de Neji fechavam em pesar; as falas ásperas de Hinata se repetiam como um mantra em sua mente, em especial, aquela que o acusava de dar as costas quando o assunto era resolver problemas. Rolou para o lado oposto, e uma figura longínqua, que tanto lutou para tirar dos pensamentos, reapareceu.

O rosto de Sakura tremeluziu em memórias que foram empurradas para o fundo do baú; o rubor das bochechas enquanto tirava o sutiã e, num outro momento, a fúria da face de quem havia sido enganada. Se pensar bem, Sakura o assombrava porque um dia ele a assombrou. Com Hinata/Shion a situação era a mesma. Suspirou pesado. E pensar que havia prejudicado duas das pessoas mais queridas de sua vida por causa do Incidente Naruto.

Quando abriu a vista para o quarto escuro, deparou-se com o repentino brilho da tela do smartphone. Curioso, tomou o aparelho na mão e viu o contato de Sasuke Uchiha no centro do visor. Deslizou o dedo pelo vidro, apreensivo, e aproximou da orelha:

— Alô?

— Olha o zap, seu arrombado!

E desligou.

Boquiaberto com tanta ousadia, Neji inseriu a senha a fim de ter acesso ao aplicativo citado pelo Uchiha. Abriu a conversa com o dito cujo e se surpreendeu com dez mensagens consecutivas que diziam apenas "Neji!".

Eita, porra! 

Num ouviu esse celular tocar, não?

Não.

Ele tá no silencioso desde o dia em que eu comprei.

Foda-se!

Olha, eu tava querendo falar contigo só pra acertar um negócio.

Que negócio?

É que a galera tá querendo dar um rolê. 

Cê quer ir?

Hum...

Quem vai?

Ô, porra!

É sério? Bora sair, caralho!

Vou repetir:

Quem vai?

Aff!

Até agora vai o Kiba, Shino e Konohamaru.

O Koninho? 

Irmão do Naruto?