𝕽𝖎𝖙𝖔 𝖉𝖊 𝖘𝖆𝖓𝖌𝖚𝖊, 𝖕𝖆𝖗𝖙𝖊 𝖚𝖒

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Haviam se passado três meses. Um ano novo havia começado.

E com ele vinha a parte mais importante da vida de um illyriano: O Rito de Sangue.

E Lyra ainda estava planejando arrancar a cabeça do Grão-Senhor.

Foram quase seis meses.

Seis meses não tendo vida social ou familiar. Seis meses sem ir para Velares, pois estava muito cansada para tal.

Seis meses sem ver Mor. Sem toca-lá. Ou satisfazê-la na cama.

Tudo em nome de não explodir a cabeça alheia.

A pessoa que Asteria mais tinha falado, por incrível que pareça, era Helion. Que mandava cartas quase toda a semana.

A Archeron tinha certeza de que se não fosse por ele, ela teria surtado.

Lyra estava pronta. Roupas de couro, botas calçadas, armas à disposição.

Nesta se remexia ao lado de Cassian.

— Me prometa que não vai fazer nenhuma bobagem! — Ela pediu.

— Prometo, mãe.

Nesta estava chorando.

— Tem certeza de que quer fazer isso? Sabe que não precisa se não quiser.

— Eu quero mãe.

— Não quero perder você. É minha única filha. E eu te amo — Nesta abraçou Lyra. — Faça o que tiver que fazer. Só saía com vida desde maldito Rito de Sangue. Entendeu? — Yra assentiu. — Fiz muitos sacrifícios na vida, mas não quero de seja um deles!

Lágrimas gordas caiam dos olhos da filha.

— Vou sobreviver mãe.

— E não deixe que façam aquelas tatuagens em você. Não pretas, pelo menos! Você fica bem melhor de branco! — Nesta tremia. — Beba água, sabe que é importante se manter hidratada.

— E — Cassian se aproximou beijando a cabeça da esposa — em via das dúvidas. Não pense duas vezes em cortar a cabeça de alguém. Mesmo que seja seu amigo. Eles não vão ter a mesma consideração que você.

— Mael nunca atiraria contra mim — Lyra falou.

— Sim, mas seus colegas de treino não.

Nesta puxou a filha para um abraço apertado:

— Pelo Caldeirão, Lyra. Tome cuidado. Não sei o que vou fazer sem você.

— Viveu sem mim por mais de vinte anos.

— Sou sua mãe. No momento em que te tiramos daquela lama, se tornou minha filha. Minha bebê. Sua vida, passou a ser o centro da minha. Da minha e do seu pai! Eu só quero que viva o suficiente, para que em três dias. Possamos tomar nosso café da manhã em casa.

— E que possamos treinar de manhã — Cass completou.

A trombeta tocou pela primeira vez.

Nesta deu mais um abraço apertado na filha. E Cassian lhe deu um beijo na testa.

— Boa sorte. E lembre-se, o melhor elemento é o...

— Elemento surpresa. — Completou.

A segunda trombeta.

— Vai se sair bem — a mãe falou. — Sei disso. Só tome cuidado.

— Eu vou.

A terceira e última trombeta tocou.

Agora era matar ou morrer.

𝐂𝐎𝐔𝐑𝐓 𝐎𝐅 𝐒𝐇𝐈𝐍𝐍𝐈𝐍𝐆 𝐒𝐓𝐀𝐑𝐒 ☾ 𝐀𝐂𝐎𝐓𝐀𝐑 (𝘩𝘪𝘢𝘵𝘶𝘴)Onde histórias criam vida. Descubra agora