3. Na minha vez, não me interrompa!

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Tori

Todos aplaudem, o que deixa André contente e eu também. Olho para o lado para ver a reação da An, e ela me rouba um beijo, hesito um pouco, mas não retribuo. Não foi um selinho, mas o beijo foi rápido.

-...

-Nossa isso foi... Bom!

Viramos para a "plateia", demos as nossas mãos e agradecemos, pondo um pé atrás e se curvando.

Vejo Jade saindo da cafeteria batendo os pés, me pergunto o que essa garota tem comigo, não aguenta ver minha felicidade?

Beck não corre atrás dela, na verdade nem parece notar que ela não está mais ali, então eu vou atrás dela.

- Tori! - An me chama, mas não dou ouvidos, quero tirar essa história a limpo.

Eu estava eufórica, e nem pensei nas consequências desse beijo, o que os outros iam pensar? De qualquer forma eu não retribui, então não tem como sobrar pra mim.

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Jade

Eu não acreditei no que vi! Para todos aquilo foi só um beijo, mas pra mim foi algo frustrante. Será que a Vega gosta de mulheres?

Essa pergunta foi martelando minha cabeça até eu ir para o banheiro, apressadamente, quase correndo, porém batendo os pés, quase que afundando o chão. Pelos corredores não tinha quase ninguém, pois todos estavam ainda aplaudindo a apresentação, os poucos estudantes que estavam pareciam me notar, uma vez que eu colocava medo em todos. Mas eu não liguei.

- Jade! - eu sei de quem é essa linda voz - Eu sei que está aqui - era a voz da garota que me deixa confusa, a voz que me faz duvidar da minha sexualidade, a voz da última música que eu ouvi, mas por que ela ecoa no banheiro? Por que a dona está aqui? - Jade, escuta. Por que você está estranha comigo? Você não aguenta me ver feliz?

Vega parece notar algo em meu rosto:
-Não sabia que VOCÊ chorava. - ela deu ênfase no "você", o que me fez dar um sorriso pequeno, porém involuntário. Como ela e boba.

Percebi que o banheiro estava vazio, apenas nós duas cara a cara.
- Vega, eu.. - respiro fundo, não sei se invento outra mentira ou conto a verdade, se eu contar a verdade meu relacionamento com o Beck já era. Mas tive coragem, dane-se vou jogar as cartas na mesa - Eu estou estranha com você Vega, por que você não liga! Você não rebate minhas provocações e me ignora quando eu a ignoro.

Ela ri.

- Por que você está rindo? - apesar de achar esse sorriso lindo, eu consigo disfarçar e fingir raiva, não esqueci que ela beijou outra garota.

- É sério mesmo? Não entendo como ficou tão irritada, eu apenas te trato como você sempre me tratou, cansei de ajudar você sempre, parei de correr atrás e você pisar em mim, você sempre diz que não é minha amiga quando tem oportunidade, e isso me cansou. Também não sei o porquê desse drama, se você também nunca se importou com que os outros pensam sobre você, ou o que deixam de fazer, quanto menos interações sociais com você, você acha mais conveniente.

Ela falando "pisar", foi irônico, ela acabou de pisar em meus únicos sentimentos, e jogou fora em qualquer lata de lixo desse banheiro. Mesmo que ela não soubesse, eu estava quebrada, ainda mais depois do seu desabafo.

- Isso é verdade, mas não com você, eu não sei o porquê, mas me senti incomodada com a falta de interação entre nós, mesmo que eu seje fria, eu nunca pisei em você Vega, e essa de não aguentar de ver sua felicidade não tem nada a ver, eu apenas não... - não aguentei e me rendi - a verdade é que eu escondo os meus reais sentim... - eu já ia terminar a frase, até que a maldita porta se abre, era a loira, nunca odiei tanto ela. Me perguntei o porquê de não ter trancado a porta, mas repensei e ficaria um clima estranho.

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