Kalita não suporta a dor

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-- Ia me deixar? Ia fugir? – pergunto tristonho com sua atitude

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-- Ia me deixar? Ia fugir? – pergunto tristonho com sua atitude.

Kalita vira lentamente na minha direção, reparo em seu lindo rosto agora com alguns hematomas...

-- Não. – ela diz em voz baixa. – Eu ia esperar sentada na sala conversar com o capo e depois ir.—ela diz entre lágrimas.

Olho em suas mãos e dou por falta.... – Cadê seu anel? Sua aliança?

Ela respira fundo, chorando.

-- Aqui. – Kalita abre uma das mãos mostrando a aliança e o anel.

-- Acaso acha que vai saí daqui levando meu bem maior? – pergunto entre os dentes. – Acha que vai me abandonar? Se enganou! —afirmou.

Ela arqueia uma sobrancelha, olha no interior da mochila procurando algo, depois volta seu olhar na minha direção, aquilo acaba comigo, se quer minha morena imagina sobre que bem estou falando.

-- Não estou levando nada além do pouco que trouxe. – ela explica.

A olho certo de que minha morena se quer imagina que gera um Pasini, e de que ela junto do nostro figlio é o meu bem maior. Me aproximo tento beijá-la mas ela faz cara feia mostrando dor, fito seus lábios cortados.

-- Perdão minha morena. – ela olha séria bem dentro dos meus olhos. – Nunca vai sair do meu lado. É minha! E nada vai mudar isso. -- afirmou.

-- Vou, e não porque não ame o capo. – ela fala aos prantos. – E sim porque sou...—ela leva as mãos no peito. – Um estupro vivo.

Kalita abaixa a cabeça, olha na direção da irmã, deixa o desespero tomar conta chorando com toda a sua dor.

-- Pe...--- ela gagueja entre lágrimas...—Perdão. – ela pede fitando Micaela.

A loirinha sobe as escadas com passos de tartaruga. Já eu viro Kalita pra mim e me arrependo ela se encolhe, era a primeira vez que víamos ela fazer aquilo, não sabia se era medo.receio por acreditar que eu não sabia de nada, até mesmo pelo que acabou de passar.

-- Não vou machucá-la. – digo sem saber o que fazer.

-- Eu sei, mas não quero que tenha que encostar em algo que sei o quanto abomina, assim como toda a família abomina.

-- A mim pouco importa como foi concebida. – digo firme.

-- Na verdade todos nós agradecemos mental mente a quem fez o que fez com a Oxana. – Micaela diz e Kalita se volta para a irmã como quem não entendeu.—Graças a isso, ao tal italiano, tenho você em minha vida. E se quer saber. – Micaela continua. – Se eu conhecer algum dia esse italiano vou agradecer a ele.—Kalita faz cara feia. – Sem o que ele fez, e pouco me importa como ele fez, mais graças a isso, tenho a melhor irmã do mundo, e meus filhos a melhor tia. Todos nós temos a melhor pessoa do mundo ao nosso lado.

- Oxana perdeu tudo porque um covarde gerou a mim. Sou a vergonha e a dor dela e a sua e sou a nojo que os Pasini nutrem do...—ela chora depois cessa bruscamente o choro leva as mãos na boca correndo até o banheiro e volta a vomitar.

Vou atrás da minha morena, reparo no cuidado dela com os símbolos do que nos une, fico feliz com aquilo. Seguro seus cabelos e me preocupo se meu bambino estaria bem.

-- Não aguento mais vomitar. – ela reclama.

-- Precisa se alimentar, logo isso vai passar. – digo com calma certo que de tá assim porque meti um filho dentro dela.

-- Precisa me deixar ir. – ela diz chorando.

-- Porque? – pergunto magoado.

-- Porque te amo mais do que tudo na vida, e não suportaria se um dia me olhasse como o que sou. – ela se afasta. -- Prefiro a morte do que um dia nota que um de vocês, me olham como o que sou.

-- Sabe realmente o que é? – pergunto.

-- Todo o mal da mulher que gerou o fruto de um estupro. – ela responde levando as mãos na boca chorando desesperada.

Sem dizer nada a pego nos braços, beijo seus lábios com cuidado. – Como eu disse pouco me importa como foi gerada, só importa que sua irmã está certa. – ela, me olha incrédula. – Sem aquele homem com seu ato, eu não teria tido a chance de aprender a amar, não conheceria o despertar de tudo que há de mais maravilhoso que um ser pode ter,  pode conhecer. – respiro fundo. --Te amo Kalita e nada mudará isso.— volto a respirar fundo. – Precisa saber que eu e sua mamma Lorene já sabíamos. – ela salta dos meus braços quase caí fazendo meu coração pula preocupado com mio bambino. – Não pode mais fazer esse tipo de coisa. – ordeno. – Ela olha por baixo nitidamente irritada. Aquela era a minha morena encrenqueira.

-- Como? – ela pergunta indignada. – Porque não contaram nada?

-- Porque amamos você morena, mais do que tudo e não íamos permitir que sofresse, olha como ficou. -- explicou.

-- Não sentiu nojo de mim? – ela pergunta desconfiada.

-- Nem por um momento. – afirmo. -- É a minha linda morena, a mulher que amo. Que agradeço por existir e ter cruzado meu caminho.

 Que agradeço por existir e ter cruzado meu caminho

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-- Que sempre me defendeu. – Micaela invadiu minha suíte falando. -- Que me fez provar o que é amor de uma família de verdade. – ela diz sorrindo. – Sim porque desde que nos conhecemos somos isso uma da outra. E eu não teria durado nas ruas sem a minha irmã. Por tanto, se for embora, vou junto e vou levar meus filhos e vai ter de me ajudar a cuidar deles. – ela diz decidida, fazendo Luca entrar atrás dela derrubar o charuto.

-- Não pode fazer isso. – Luca diz com veemência.

-- Se a minha irmã for, eu vou. – Micaela afirma. – Kalita é uma encrenca ambulante, mas é minha irmã. E vou aonde ela for. Tenho o dito.

-- Sabe que é casada, né? – Kalita pergunta incrédula com o que ouviu.

-- Sabe que também é casada, né? – Micaela revida.

-- Sei. – Kalita diz se afastando de todos.

Uma invasão Pasini foi feita na minha suíte. Kalita apenas olhava todos, notei seus olhos em busca da zia Lorena, essa não se encontrava ali...

-- Sabem o que represento. – ela diz envergonhada. – Como podem me amar?– ela pergunta andando para trás.

Micaela olha a irmã como quem tenta entender algo.

-- Preciso ficar sozinha. – Kalita fala baixo. --Não vou suportar isso...—ela diz chorosa. – Amo a todos vocês, nunca duvidem disso, mais ser a cria de um horror desses, acabou com minha forças e não suporto mais isso.

Descemos a escadaria, Micaela ficou parada nos degraus, olhou para todos nós. Gritou com um desespero ainda não visto por nós, depois voltou correndo para a minha suíte, corremos atrás quando damos de cara com Kalita ajoelhada e com a pistola do Eric apontada para a cabeça. Pela primeira vez vi todos nós em completo pânico.



Fred Pasini O Despertar Onde histórias criam vida. Descubra agora