toque

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segunda-feira, 21:00

Kara e Lena estavam entre beijos e risos por uns bons minutos. Sua bochechas doíam de tanto sorrir e os lábios começaram a querer ficar inchados. Entretanto, elas não queriam parar.

Nenhuma das duas estavam acostumadas com aquela sensação de prazer de tocar e ser tocada. De observar e ser observada na mesma intensidade num silêncio reconfortante.

As duas já tiveram relacionamentos anteriores, mas nenhum deles tinha aquela conexão. Quando Kara olhou para Lena pela primeira vez naquela quadra, sentiu, bem em seu coração, que ali se encontrava a pessoa que levava amarrada ao dedo mindinho da mão esquerda, um fio vermelho que se conecta à ela, sua companheira de alma.

Kara sabia que sentir tudo aquilo em tão pouco tempo era inimaginável, mas refrear aquilo a deixava fraca e pequena.

Em uma época tão triste teve sorte de conhecer alguém tão doce, inteligente e amável. Kara agradeceu ao universo por uni-las.

- Você é tão bonita, Lena. Seus olhos, seu rosto, seu corpo... Tudo em você grita beleza, força e inteligência. - Kara disse passando o nariz entre o pescoço e orelha de Lena.

A morena ficou arrepiada, seu pescoço era seu ponto fraco. Ela iria acabar perdendo a cabeça.

- É melhor eu ir embora - Lena sussurrou com o resto de sanidade que ainda tinha. Kara sabia exatamente o que fazer para mantê-la acesa.

Kara resmungou e lançou aquele olhar de cachorro sem dono.

- Fique mais um pouco, jante conosco. - A capitã mordiscou o queixo da nerd. - Dorme aqui.

Lena se levantou. Kara rolou na cama em suas costas e segurou a mão da morena. Kara fez um biquinho triste e Lena sorriu ao abaixar para beijar a capitã.

- Eu tô com vergonha para falar a verdade - Lena admitiu sentando na cama de novo.

- De quê?

O rosto de Lena aqueceu e ela foi incapaz de olhar para Kara.

- Quando bati na porta esqueci que a sua mãe podia atender, mas mal me apresentei e ela já sabia quem eu era. Acho que ela possa não gostar de mim, fiz a filha dela ficar muito chateada.

Kara riu.

-Claro que não, Lena, não pense nisso. - Kara beijou o rosto de Lena várias vezes até a nerd escapar uma risada. -  Vamos comer antes que eu morda um pedaço seu.

segunda-feira, 21:36

Eliza estava colocando os pratos na mesa quando as duas chegaram na cozinha. Lena viu que Eliza havia colocado um prato a mais, como se adivinhasse que ficaria para jantar.

- Espero que fique para jantar conosco - Eliza respondeu.

Lena notou os círculos negros de cansaço ao redor dos olhos de Eliza, mas o sorriso era verdadeiro.

- Se eu não for incomodar, eu aceito.

Após comerem uma deliciosa macarronada, Kara se levantou e começou a lavar os pratos.

- Então, Lena, quanto tempo mora na cidade? - Eliza perguntou.

- Não muito. Já morei em muitos lugares, mas sou irlandesa, assim como minha mãe biológica.

- Sua mãe biológica?

Kara se virou da pia e sorriu amavelmente para Lena. A nerd sorriu de volta.

- Minha mãe morreu quando eu era criança. Foi quando conheci meu pai, ele disse que a partir daquele momento eu moraria com a sua esposa e filho. Ele morreu anos depois.

- Ah, sinto muito. - Eliza segurou a mão de Lena por um momento e depois soltou. - Vocês eram próximos?

- Da minha mãe sim, sinto falta dela até hoje, mas as memórias às vezes me escapam. Já meu pai viajava muito e ele nunca foi tão presente para que tivéssemos uma ligação forte.

- E você mora com sua madastra agora?

Lena sorriu amargamente.

- Na teoria sim. - Lena respondeu. Eliza inclinou a cabeça em dúvida e Lena continuou depois de suspirar. - A empresa da família fica na cidade e é um trajeto longo para ela ficar indo e voltando do subúrbio para o centro. Então ela fica em seu apartamento perto da empresa e às vezes vem me ver.

Eliza abriu a boca chocada.

- Você mora sozinha?

- Não, moro com Nana, minha governanta e alguns empregados que às vezes vão até em casa.

Eliza balançou a cabeça tentando entender. Achava um absurdo Lena morar sem a família.

- E seu irmão?

- A última vez que falei com Lex ele estava em Londres, mas agora ele pode estar em qualquer outro lugar do mundo aprendendo a ser o próximo grande empresário.

- Sua família parece ser importante.

Kara secou as mãos no prato e parou em pé atrás de Lena que estava sentada na cadeira. Apoiou o queixo na cabeça da morena e a abraçou por trás.

- Ela uma Luthor, mãe. A família dela é dona da Luthor Corp - Kara explicou.

Eliza ergueu as sobrancelhas impressionada. Como trabalha na área da bioengenharia, sabia da importância da Luthor Corp no ramo da ciência.

- E você vai seguir os passos da sua família?

Lena pareceu incomodada com a pergunta e Kara enrugou a testa. Elas não havia conversado sobre isso ainda, sobre o que iriam fazer quando terminassem o ensino médio dali a poucos meses.

- É o que Lilian, minha mãe adotiva, sempre me orientou fazer. Logo serei CEO da empresa.

Eliza sorriu perspicaz.

- É o que você quer fazer?

Silêncio. Lena queria fazer muitas coisas, mas ficar sentada numa sala lendo e assinando papéis desinteressantes não era o que ela almejava. O que ela queria era contra o que sua mãe queria e Lena não tinha coragem de bater de frente e conseguir alcançar seu objetivo.

- Não, - admitiu baixinho - mas não importa. Toda a minha formação é voltada para a Luthor Corp.

Lena se aprofundou em seus pensamentos e Kara aproveitou a deixa para contar a Eliza como está o campeonato de vôlei e seu treino. Estava animada com o fato de um possível olheiro assistir a próxima partida e se der tudo certo ela podia ter uma proposta para estudar e fazer parte do time de vôlei de alguma faculdade.

A Luthor ficou preocupada. Seu sonho secreto era ser uma grande cientista e a faculdade de seu país natal, a Irlanda, oferecia um dos melhores cursos na área. Entretanto, havia Kara.

Lena a olhou, agora sentada na cadeira em seu lado. Kara fazia carinho na mão de Lena, de algum modo estava sempre a tocando. A necessidade do toque era mútuo e a morena não sabia o que iria fazer quando a escola acabar e ter que viver tão distante.

Lena se afundou mais na cadeira. Seu relacionamento estava com dias contados mesmo quando mal havia começado?

*Agradeço todo mundo que me deu parabéns, vocês não tem ideia do quanto fizeram meu dia mais feliz.

Até mais*

the Greatest Victory - SUPERCORPOnde histórias criam vida. Descubra agora