Gab-Rê pt 1

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Depois de almoçar, Gabriel e eu estávamos no sofá conversando, até que ele parou subitamente de rir e disse:
- Amor, tem certeza que não tá na hora de contarmos às pessoas o que tá rolando?
- Não, baby, eu não quero que a galera (nossos amigos em comum) fique pegando no nosso pé falando que sempre desconfiaram e blá blá blá... - revirei os olhos.
- É, você tem razão.
O celular dele toca numa chamada de vídeo.
- São eles! - sorriu maroto pra mim.
- Eu vou lavar a louça. -  dei um selinho nele e me dirigi à pia da casa do meu namorado.

Mas que droga! - pensei assim que terminei de lavar a louça e lembrei que tinha levado o pano de prato pra sala enquanto comíamos sorvete.
Pensei, pensei e decidi mandar mensagem pro Gabriel avisando que ia passar atrás da câmera do notebook e que não era pra ele olhar pra mim.
Me distraí olhando stories e quando vi já tinham passado 25 minutos (hahaha mds, isso é uma flor de lótus).
Quando eu fui chegando na parede que dá pra sala, ouvi umas risadas. Devia ser da galera de sempre.

- Chatinha e sem conteúdo. - disse BH
- E feia! - berrou Rafinha
Risada de todos.
- Tu acha que ela nunca beijou por quê? Ninguém quer, mermão. - riu Arrasca.
Mais risadas
- Por que sério, Gabriel? Normalmente tu é o primeiro que ri. - dispara Gérson rindo.

Ok, eu sabia que era errado ficar ouvindo atrás da porta, mas é mais forte que eu.

- Aliás, vamo ligar pra ela agora que a gente riu? - Natan sugeriu.
- Vocês são péssimos - rindo disse BH
- Imagina alguém chegar pra ela e soltar um ô Renatinha tu é chatinha, viu? Não é pesado? Pois é, que ninguém tem coragem de dizer algo assim pra ela, a gente é sincero entre nós.  - argumentou Rafinha.

Fui até a gaveta de panos de prato e peguei outro. Enxuguei a louça, guardei enquanto lutava contra as lágrimas. Eu não sei o que mais doía, se era meus "amigos" falando tudo aquilo ou se era meu "namorado" calado, rindo discretamente.

Fui até o banheiro, lavei o rosto e decidi que não ia mais ficar aqui, nessa vida onde pessoas são duas caras.

Ouvi uma gargalhada do Gabriel enquanto pegava minha bolsa, devia ser sobre a idiota aqui.

Fui em direção à porta, ele me olhou com o cenho franzido, eu me apoiei na porta, já com os olhos lacrimejando e mandei  uma mensagem pra ele:

ACABOU

Vi seu olhar de confusão ao ler a mensagem. Aproveitei pra completar.

Você merece bem mais do que alguém chatinha e sem conteúdo, não é Gabigol?

Eu queria que ele soubesse que eu tinha ouvido. Eu queria que ele soubesse que eu estava chateada, mas eu não queria suas desculpas.
O mais engraçado (se é que pode ser assim chamado) é que ele continuava na chamada, enquanto alguém fazia uma piada, ele parecia alheio à tudo, inclusive a mim naquele momento.
Abri a porta e saí. Da casa, daquelas amizades, da vida dele, daquela atmosfera de falsidade.

Eu perdi as contas de quantas vezes disse a ele que não queria me envolver porque eu sabia que não era suficiente, e ele fez questão de quebrar cada uma dessas ressalvas. Só pra que agora elas aparecessem de forma ainda mais resistente.

Droga, Gabriel!

Short Fics Gabigol❤?Onde histórias criam vida. Descubra agora