6

236 41 31
                                    

Capítulo 6

Lara

Depois de toda a emoção da cerimônia, fui ao local de festa acompanhada do Joel, que ainda tentava uma aproximação. Quando ele foi buscar sua mãe, eu fui me sentar na mesa da minha família. Todos estavam muito felizes, falando da cerimônia.

- Chegou a madrinha mais bonita desse casamento. – Disse o meu irmão, fazendo sorrir a todos.

- Obrigada, Luizinho. – Por mais que ele seja mais velho que eu, sempre o chamei assim.

- Eu vi que você chorou igual criança e que o seu par foi muito cavalheiro, quando te ofereceu um lenço. – Não acredito que vamos começar a falar dele

- Ele é muito bonito, né Lara? – Diana, minha cunhada, acaba de me meter em problemas.

- É? Eu não prestei atenção. Tava focada na cerimônia. – Menti, pois sei como todos são emocionados na minha família. E na verdade, eu havia prestado atenção a cada detalhe dele. Tava vestido com a roupa que comprou no dia em que foi até a loja que eu trabalho. Lembro do seu sorriso largo quando me viu no altar, o mesmo sorriso que me irritou durante todo o tempo que ficamos conversando antes da cerimônia começar. Ele é um homem lindo, e hoje um pouco mais. Mas, cortando meus pensamentos, minha mãe voltou a falar.

- Filha, porque você não vai até a pista de dança? Vi que muitas pessoas já estão lá, talvez você conheça algumas delas... Não seja como nós, aproveite sua vida.

- Quando eu tinha a sua idade, não saía das baladas. Faz como disse nossa mãe, aproveita sua vida. Você parece uma velha, que só pensa em trabalho e estudos.

- Falando assim parece que você tem quarenta anos e eu dezoito. Lembra que você tem vinte e oito e eu vinte e dois, por favor. – Revirei os olhos para Luiz.

- Deixem ela em paz... – Diana disse olhando para minha mãe e meu irmão. – Mas Lara, se você quiser eu te acompanho até a pista. Não sou velha e não tenho que ficar sentada em uma cadeira ao lado de um a festa inteira, né? – Meu irmão ficou calado, um pouco incrédulo, pelo que acaba de dizer a sua namorada e vendo que ela não é como ele disse que eu era, uma “velha”. Eu ri, e por dentro zombava dele.

- Sabe que agora me deu muita vontade de dançar, Diana? E você? – Falei já me levantando da cadeira

- Em mim muito mais! – Ela também levantou e nós fomos rindo enquanto caminhávamos até a pista de dança. Diana logo pegou algumas bebidas pra nós, e em seguida começamos a aproveitar as músicas.

- Se você não tivesse aqui, eu não sei o que ia fazer. Eles quase me trouxeram a força pra cá. – Confessei.

- Eles não tão preocupados de que você aproveite a sua vida, só querem ver você apaixonada por alguém, namorando. Eles acham que você já tá na idade de ter um compromisso com alguém. – O que é uma verdade, já que meu irmão e minha mãe estão sempre se metendo na minha vida e tentando mandar em mim, o que eu detesto.

- O que eles têm com isso? Meu Deus, só porque desde os dezoito eu não tenho namorado, agora tenho que ter? Eu não gosto disso, Diana. E agora, muito mais que antes, não quero me apaixonar por ninguém. Muito menos, ter algum tipo de compromisso.

- Faz o que você quiser da sua vida, e não o que eles querem. Mas agora... Vamos somente dançar! – Ela começou a dançar e foi exatamente quando o DJ trocou a música pra uma que eu sei bem e que amo. É Soltera, de Lunay. O coro da música expressa exatamente o que eu sinto e por isso cantei forte, junto de tantos que estão aqui.

-... Y estar soltera está de moda

Por eso ella no se enamora

Y estar soltera está de moda

Por eso no va a cambiar

Eu realmente me identifico com a música, cantei com a alma e depois dela muitas outras. Obviamente o álcool me fez soltar um pouco a jovem divertida que está escondida dentro do meu lado profissional e intelectual, o que é bom também. Hoje eu posso me soltar, é a festa da minha melhor amiga e eu estou feliz por ela. 

Destiny • Joel PimentelOnde histórias criam vida. Descubra agora