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Capítulo 7

Joel

Vejo que muitas pessoas tão dançando na pista e que todas as vozes se uniram quando a música de Lunay tocou. Eu tava pegando mais um copo de bebida quando de longe vi Lara com outra mulher, dançando e cantando a música. Talvez o efeito do álcool tenha me dado coragem de ir até ela de novo, e foi oque eu fiz.

- Você... Você tá muito linda d-dançando. – Eu disse perto de seu ouvido

- Você tá bêbado? – Ela se girou para mim e se distanciou um pouco

- Lara, ele tá bêbado. Sinto daqui o cheiro do álcool. – A amiga de Lara disse me olhando com preocupação

- Não e-estou bêbado...

- Diana, a gente tem que procurar alguém que leve ele pra casa. – Então o nome da amiga é Diana... Ela também é muito bonita, mas agora só consigo pensar em Lara. Nesse momento, minha mãe se aproxima de mim.

- Joel, vamos. Você já bebeu muito. – Ela me puxa pela mão

- Não, mãe! Eu ainda quero falar com Lara. – Solto sua mão da minha.

- E quem é Lara? Mais uma que você leva pro quarto e depois esquece? Pelo amor de Deus, Joel Pimentel de León, não me faça perder a paciência com você. Venha, vamos embora! – Eu sequer consegui me despedir de Lara e da sua amiga, com essa cena da minha mãe. Fomos pra casa e depois de tudo isso, dormi pesado. Despertei com a claridade que vinha da janela aberta. Agradeço porque hoje é domingo e não tenho que ir trabalhar nesse estado. Nem lembro muito de tudo que aconteceu ontem e tenho uma puta dor de cabeça. Merda! Odeio ressacas. Desço a escada com uma mão na cabeça e vejo meus pais tomando café da manhã.

- Bom dia, filho. O que aconteceu com você? Ficou bêbado outra vez?

- Não começa pai. Por favor. Minha cabeça dói muito. – Digo sentando para comer com eles.

- Ele ficou muito bêbado, ontem. Sob efeito de álcool até tentou flertar com uma mulher, mas ela não cedeu. Uma diferente entre tantas que já cederam ao Joel – Eu não lembrava disso. Muito menos de quem foi a tal mulher que eu “tentei flertar”

- Que? Quem é a mulher?

- Se chama Lara. Quando me aproximei, ela estava procurando por alguém que te levasse pra casa, porque percebeu que você tava muito bêbado. – Coloquei minhas mãos nos olhos, sem acreditar no que tinha feito.

- Não consigo acreditar... – Eu disse ainda com as mãos nos olhos – E o que você disse pra ela, mãe?

- Você tava muito insistente, não quis vir comigo e eu te perguntei se ela era mais uma das que você leva pra cama e esquece no outro dia. – Minha mãe responde com naturalidade, como quem dá “bom dia”.

- Não... Não, NÃO! – Grito nervoso – Me diz que você não fez isso, mãe... Pelo amor de Deus! Lara não vai olhar na minha cara. Você falou besteira! – Disse me levantando da mesa

- Joel, você me tirou a paciência ontem sendo insistente, e não vai tirar novamente agora sendo infantil. E eu só disse a verdade! – Volto a olhar pra ela – E ela mesma disse que não quer nada com você. Que não gosta de homens mulherengos.

- Ok. Obrigado, mamãe. – Subo a escada enquanto ela continua falando de mim pro meu pai. Volto pro meu quarto e fecho a porta. Me deito na cama e fico olhando pro teto pensando em quão idiota eu fui e no que disse minha mãe a Lara. Imagino que agora a impressão que ela tem de mim é ainda pior. Depois de alguns minutos ouvi que tem alguém chamando por mim na porta e imagino que seja Nina, nossa empregada. Abro a porta e ela entra no quarto com uma bandeja cheia de comida.

- Seu pai me pediu para trazer algo pra você comer. – Ela coloca a bandeja na beira da cama e eu me sento

- Obrigado, Nina. Eu estou com fome mesmo. – Começo a comer

- Porque a mulher que a sua mãe falou é tão importante pra você? – Comecei a olhar pra ela sem dizer nada – Você tava tentando se aproximar dela?

- Não! – Respondi no susto - Na verdade, não sei. Mas sei que ela é muito bonita. E inteligente. Eu gosto disso.

- E ela não é como as outras, verdade?

- O que você quer dizer com isso? – Eu sorrio – Ela é muito difícil e por isso não é como as outras. Não é o que você tava pensando. – Agora Nina quem sorri

- Mas, eu não disse nada... – Ela brinca

- Mas você pensou, Nina. E eu sei o que passou pela sua cabeça. Deixa eu te lembrar que não acredito no amor das mulheres. E que eu não quero me apaixonar por ninguém.

- E os seus pais? Você nasceu do amor dos dois.

- Eles não se amam. E se amam, não demonstram isso. Você viu os dois se beijando nesses últimos, não sei, sete anos? Porque eu não. Eles sequer se chamam de maneira carinhosa. Não tem amor. – Desabafo. – Eu acredito que nasci do sexo, e não de uma noite de amor.

- Bom, que seja. Eu te conheço e sei que você vai voltar a se apaixonar por alguém um dia, e vai conhecer o amor que você já não acredita que existe. E o que ele faz com as pessoas.

Destiny • Joel PimentelOnde histórias criam vida. Descubra agora