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Capítulo 12

Lara

Que noite! Conhecer aquilo que o Joel gosta de fazer nas noites me ajudou a entender um pouco a sua personalidade. E eu preciso admitir que amei sair da minha zona de conforto e fazer algo que nunca tinha feito. Nunca tinha chegado em casa às duas da manhã, com os pés doloridos de tanto dançar e um pouco alcoolizada. E ele me apresentou isso. Também admito que a sua companhia foi essencial pra que essa noite fosse incrível. Ele foi cuidadoso e respeitoso. Diferente do que eu imaginei, e do que a mãe dele tinha deixado escapar. E ainda na questão de admitir coisas, admito que o Joel Pimentel é muito gato! O meu mais novo amigo é um homem muito charmoso, cheiroso e lindo. Difícil lidar viu? Dormi pensando em toda essa noite e acordei me martirizando por ter voltado tarde e dormido tão pouco. Mas isso foi só a terça-feira, que passou lenta e pesada. Agradeci que a sexta-feira chegou rápido e eu já estava com o pé no fim de semana outra vez. Como de costume, fui pra faculdade de manhã, mas quando vim almoçar em casa deixei uma mensagem pro Joel com os detalhes do nosso... Encontro? Do nosso passeio. Prefiro definir assim.

Lara: Ei! Não se esquece de vir aqui hoje. E se veste de qualquer jeito que não seja pra festas! – Adverti ele sobre o vestuário porque vamos a um lugar mais simples

Joel: Aonde a gente vai? Na casa do seu irmão? – Engraçadinho ele né?

Lara: Não, besta. Mas, chega cedo. Não quero voltar pra casa de duas da manhã outra vez.

Joel: Como quiser querida. As seis estarei aí. Beijo! – Ótimo horário. Pra o nosso passeio, temos que ser prudentes com o horário. Decidi levar o Joel ao cinema. Que é bem diferente do que ele me levou pra fazer na segunda, e por isso fico em dúvida se ele vai gostar ou não. Mas, isso me representa. É algo que eu fazia sempre com Jade ou Samy. Só não o fazia quando tinha matéria pra estudar, ou quando estava cansada do trabalho e preferia dormir cedo. Felizmente, meu dia de trabalho correu e logo eu cheguei a minha casa. Tomei um banho e escolhi um vestido solto, estampado, e de alças. Desses que ficam legais com uma bota. E foi exatamente a combinação que eu fiz. E só. Enviei uma nova mensagem pro Joel, pra avisar que já estava pronta e em mais alguns minutos escutei que ele buzinou. Ele desceu do carro pra falar comigo e eu analisei seu look. Ele usa um jeans e uma camiseta branca com uma jaqueta preta.

- Traje: Ok! – Eu disse em tom de aprovação

- Gostou? – Que espertinho! Quer que eu o elogie.

- Tá gatinho. – Eu disse sorrindo, pra que parecesse uma brincadeira.

- Então, vamos! – Ele estava prestes a abrir a porta do carro.

- Ei, a gente não vai de carro. – Eu disse interrompendo-o – Hoje é o meu dia de te levar a algum lugar. E eu não tenho um carro. Assim sendo, iremos caminhando. – Ele me olha incrédulo

- Jura? – Usa a tática da carinha de cachorro sem dono como drama, mas não me comove.

- Que preguiçoso você é Joel Pimentel. Vem, não é longe. – Eu estendo a mão

- Tá bom... Vamos! – Ele se rende e me dá a mão pra que eu o impulsione a sair do lugar. Fomos caminhando lado a lado até o shopping que tem perto da minha casa, que é onde fica o cinema que eu costumo ir e eu, como responsável pelo passeio de hoje, decido iniciar uma conversa.

- Porque Joel Pimentel é um homem solteiro? – Pergunto direta e ele parece não se incomodar

- Porque ele não acredita no amor. Não no das mulheres. – Eu sorri incrédula

- Isso é uma sequela deixada por alguém?

- Isso é uma experiência própria.

- E o Joel Pimentel gostaria de compartilhar isso? – Eu estava fingindo que se tratava de uma entrevista até então, como uma forma de divertir o caminho.

- Eu já te disse o quão estranho é falar de mim mesmo em terceira pessoa? – Eu sorri e ele também

- Não! Mas tudo bem. Vou perguntar normalmente então. O que aconteceu pra você não acreditar no amor das mulheres? – Perguntei tentando realmente entender o lado dele.

- Eu fui traído. Ela era minha noiva. E eu tinha certeza que ela era a mulher pra mim. – Ele fez uma pausa e eu coloquei uma das mãos no seu ombro, indicando que ele tem meu apoio – Eu tinha comprado um apartamento pra nós. Porque vivíamos sempre juntos. De domingo a domingo. No meu quarto ou no dela. E essa proximidade fez com que eu quisesse ter um lugar só nosso pra vivermos juntos. E certo dia, quando eu cheguei mais cedo do trabalho, ela tava com outro. Na nossa cama. – Que história pesada! Pensei que a minha fosse triste, mas a dele é muito mais.

- Nossa! Que nojento da parte dela.

- Foi assim que aos 20 anos, eu deixei de confiar nas mulheres. 

Destiny • Joel PimentelOnde histórias criam vida. Descubra agora