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Capítulo 13

Joel

A semana pra mim tinha passado muito lenta. Eu tava com muito trabalho na empresa e mal tive tempo pra sair. Pensei várias vezes em Lara e em como estou ansioso pelo nosso passeio de sexta. Algumas vezes até escutei a minha mãe dizendo que está surpresa porque eu não trouxe nenhuma mulher pra dormir comigo, o que eu não dei muita importância. Finalmente havia chegado a sexta-feira e Lara me havia passado tudo por mensagens como tinha dito que faria, e a “sua noite” já começou me surpreendendo, porque vamos a pé. O que não foi tão ruim já que estamos conversando agora.

- Eu entendo você. Passei por algo parecido. – Fiquei curioso

- E a Lara Sanchez deseja compartilhar isso? – Eu brinco como ela fez antes

- Eu tinha 17 anos quando comecei a namorar com o tal. Era o meu último ano de colégio e ele era o garoto mais bonito da turma. A relação durou um ano e pouco. Terminamos depois que... – Percebo que é um assunto complicado, já que ela suspira antes de seguir falando. – Depois que transamos... O que eu não sabia é que ele não me amava. Que eu não passava de uma aposta. E eu também não sabia que eu era a única da turma que ele não tinha levado pra pra cama. Ele ficou todo o tempo fingindo que gostava de mim só por uma transa. Só por uma aposta, entende? – Ela disse sentimental

- Que filho da mãe! – Respondi realmente envolvido com a história dela

- E ele ainda disse tudo isso na minha cara. E acrescentou que eu não sou uma mulher desejável, que não sou capaz de satisfazer um homem. E desde então, não me envolvi seriamente com ninguém. – Ele é maluco? Lara não ser desejável é algo fora de questão.

- Ainda bem que você se livrou desse idiota. – Eu acrescentei tentando encerrar esses assuntos tristes. Percebo que Lara me toma pela mão e acabamos de entrar a um shopping.

- Chegamos! – Ela disse animada enquanto estamos parados na entrada do cinema. Lara comprou pipoca e coca-cola pra nós dois.

- Você vem ao cinema nas sextas? – Eu sorri quase zombando do passeio

- Não em todas. Mas sempre que tem um filme que eu queira ver. E hoje tem. Espero que você goste de filmes de terror. – Lara gosta de filmes de terror? Olha aquela coisa de que ela é uma caixa de surpresas acaba de se confirmar.

- Eu achava que você gostava das comédias românticas.

- Eu gosto também. Mas o filme que está em cartaz é de terror. E já vai começar. Vem! – Ela foi me indicando o que fazer, já que agora tem os braços cheios de comida e não consegue me puxar pela mão. Entramos na sala e sentamos em uma das poltronas do meio, pra ter uma visão melhor do filme. Lara me havia passado a pipoca e eu estava comendo antes mesmo do filme começar. E enquanto eu via as propagandas que passam antes do filme começar de verdade, eu senti que Lara me olhava, em silêncio.

- Você veio ao cinema pra não vai ver o filme? – Brinquei voltando meu olhar para ela

- Ainda não começou, besta. – Ela me deu um tapa de leve e eu sorri. O filme era realmente assustador, o que significa que ele é bom. Inclusive, em alguns momentos Lara se assustou e escondia o rosto em mim. Ela gosta de ver esses filmes pra ficar se abraçando com as amigas no cinema? Porque pelo menos foi o que eu fiz cada vez que ela se assustou. Isso foi divertido. Ver a cara dela de assustada me dava vontade de rir, mas tentei me manter sério. E não satisfeita com a tonelada de pipoca que comemos, Lara me levou no seu fast food favorito e pediu hambúrgueres pra nós.

- Você nem aguenta ver esses filmes! – Eu disse enquanto discutíamos sobre o filme

- Eu me assustar não significa que não aguente. Paguei por um filme assustador, no mínimo eu quero me assustar né? – Não me contive e comecei a rir do jeito que ela falou, e de como reagiu ao filme na hora. – Você não tem o direito de zombar de mim, Pimentel.

- Mas eu não disse nada! – Tentei falar sem sorrir, mas sem sucesso. Agora ela começou a rir de si mesma.

- Eu poderia ser uma má amiga e não te dizer isso pra você passar vergonha, mas você tá todo sujo de molho.  – Entendo agora o motivo da risada dela.

- Sério? Onde? Limpa! – Eu disse desesperado e ela seguia rindo. – Lara, Limpa!!

- Calma, bebê. Vou limpar. – Ela soltou o hambúrguer, pegou um guardanapo e limpou o canto da minha boca e meu queixo. Eu a olhava com atenção enquanto ela fazia isso, quase não restava espaço entre nossos rostos. – Prontinho! – Ela disse baixo, com um sorriso tímido no rosto.

- Obrigado! – Eu lhe respondi da mesma maneira

- Bom, vamos terminar logo de comer. Temos que andar pra voltar pra casa ainda. – Ela volta a comer e eu faço o mesmo, mas agora pensando no que acaba de passar.

Destiny • Joel PimentelOnde histórias criam vida. Descubra agora