Destiny • Joel Pimentel

27

Capítulo 27

Joel

Lara é uma mulher linda e qualquer um morreria para tê-la como eu a tive toda esta noite. Ela estava tão direta e fazendo o que queria. Tomou as iniciativas de muitos dos nossos beijos e amassos... Garanto que qualquer homem se sentiria um sortudo por ter isso. E eu me sinto.

Senti o cheiro forte da vodka e pelas suas atitudes sabia que ela não estava 100% consciente de seus atos E não é por fazer pouco caso dela que não segui com aquilo que ela queria fazer no meu carro. É por não querer que seja assim e aqui. É por não querer que ela se esqueça no outro dia. É por não querer me aproveitar desse momento de vulnerabilidade que ela se encontra. É por respeitá-la. É por cuidá-la. É por querer fazer com ela do jeito certo. É por ser ela, e ela é diferente, é especial.

Voltei pra casa pensando nela e esperando que ela se lembre de algo mais tarde. Tomei um banho frio e dormi depois de algum tempo revivendo na mente essa noite. Assim que acordei lhe deixei uma mensagem engraçada, mas que expressa minha preocupação. Me organizei pra ir a empresa e antes de descer pra comer alguma coisa, já tinha a resposta dela.

Lil Mermaid 🧡: Quem é você mesmo? Haha. Obrigada por ter me trazido. Lembro de muita coisa, mas preciso que você me conte o resto.

Lil Mermaid 🧡: Bom dia, meu mexicano favorito. – Lara havia ficado muito engraçada bêbada e ela precisava saber disso. Comi ao lado do meu pai e logo em seguida fui para a empresa. Tive que negociar sozinho com mais alguns investidores e cuidar de alguns contratos e planilhas, como parte do treinamento do meu pai. Confesso que foi uma manhã bem cheia e um pouco estressante por tantas informações a serem absorvidas.

Decidi ir almoçar com Lara, para poder contá-la de ontem e também espairecer um pouco depois dessa manhã na empresa. Chamei Erick para sair para o horário de almoço mais cedo e fomos à universidade dela. Fiquei do lado de fora do carro, sem meu terno e a gravata, fiz questão de me desmontar um pouco, e Erick havia assumido o volante da minha máquina, que está estacionada em frente à saída da universidade. Depois de esperar alguns minutos encostado  no carro, vejo ela sair conversando com Jade. Assim que me viu abriu um sorriso, ao parecer, de surpresa.

- Ei, você por aqui? – Ela disse se aproximando

- Vim te ver. – Jade soltou um “onww” e eu deixei um beijo curto na bochecha da minha ruivinha.

- Erick! Como está? – Ela cumprimenta Erick que está dentro do carro.

- Vou bem, Lara. E você até melhor que eu, acredito. – Lara sorri, mas logo volta sua atenção para mim.

- Eu tenho que ir correndo pra casa, ainda vou trabalhar, lembra?

- Você tem exatos uma hora e trinta e cinco minutos até começar seu horário no trabalho. E é só desse tempinho que eu preciso. – Eu digo olhando para o relógio e ela sorri.

- Tudo bem! – Ela veio para o meu lado, agora estando de frente para Jade. – Nos vemos amanhã?

- Claro! E não se esqueça de me passar tudo depois. – Claramente não era sobre nenhuma matéria que Jade falava. Ela foi caminhando sozinha depois disso.

- E pra onde nós vamos? – Lara me perguntou enquanto eu coloquei minhas mãos em sua cintura.

- Coloca suas coisas no carro, Erick vai nos esperar na sua casa. Pega só aquilo que você achar necessário pra sair pra almoçar. – Ela assentiu e soltou no carro seus livros e a pasta com os tão famosos croquis.

- Pronto! – Ela parecia uma criança que vai ganhar doces.

- Agora nós vamos. – Eu a tomei pela mão.

- Vamos caminhando? Que milagre, Joel Pimentel! – Ela zombou

- Você gosta de caminhar e acho que o passeio de hoje vai ser mais agradável se o fizermos a pé. – Ela assentiu e nós fomos caminhando até uma praça bem famosa dessa parte, que tem muitos restaurantes e lojas. Como sempre, fomos conversando sobre tudo e nada. Acho incrível como compartilhamos qualquer coisa.

- Você estava louquinha ontem. – Relembro esse assunto e ela coloca uma das mãos na cabeça, como se estivesse se lamentando.

- Eu me lembro de tudo até a parte que te puxei pra uma das saídas de emergência, mas depois disso só tenho uns flashes.  – Desabafa

- Nós fomos até o meu carro. E quase aconteceu você-sabe-o-que. – A ruivinha agora estava vermelha de vergonha e sorrindo sem parar.

- Porque “quase”?

- Porque eu parei antes de esquentar ainda mais as coisas. Não podia ir em frente com você daquele jeito. – Sou sincero e ela assente

- Eu tava bem fora de mim, né? – Ela sorri

- Você disse que eu estava te desrespeitando por parar assim! – Eu falo e ela sorri ainda mais. – E no fim ainda disse que eu era um fofo, e me deixou um beijo bem demorado na bochecha.

- Meu Deus que vergonha da minha versão bêbada. Quase tão idiota quanto você! – Ela zombava dela mesma e de mim. Enquanto seguíamos caminhando vimos um cachorrinho lindo parado junto de um pote de ração, outro de água e um cartaz de adoção. Ele tinha até coleira! – Olha que lindo, Joel! – A brasileira se aproximou do cãozinho e começou a enchê-lo de carinho e eu me uni. Amo animais.

- Você é muito lindinho, campeão! É... Você é muito lindo! – Eu falava com o cãozinho como se ele fosse me responder.

- O cartaz diz que ele chegou aqui hoje e que a família com quem ele vivia não pode mais tê-lo, e por isso o colocaram aqui para que fosse adotado depressa por alguém. – Detesto ver esses casos. É abandono. E de uma coisinha muito fofa. Que por mais que agora estivesse saudável e bem cuidado, não tinha mais um teto e isso logo mudaria.

- Lara, a gente não pode deixar esse cãozinho aqui! – Eu digo ainda brincando com ele.

- Não mesmo! Vou adotá-lo. Ele vai me fazer companhia naquela casa. – Fico feliz por ver que Lara realmente não decepciona.

- Jimmy, agora você vai ter uma nova família! – Eu digo afagando o nosso mais novo bebê.

- Você o chamou de quê?

- Jimmy. Jimmy Pimentel Sanchez. – Eu adicionei nossos sobrenomes por estarmos juntos agora - Nosso primeiro filho!  – Lara sorri enquanto brinca com ele

- Ok, Jimmy é um ótimo nome. – Ela levanta e nós levamos Jimmy, que já parecia tão familiarizado conosco. – Agora você precisa achar um restaurante que não impeçam Jimmy de entrar.

- Isso é fácil! Vem. – Pego sua mão mais uma vez e a levo até um restaurante onde algumas mesas ficam na calçada, do lado de fora do estabelecimento. Sentamos e Jimmy deitou-se no pé da cadeira de Lara. Fizemos os nossos pedidos e comemos rápido. Passamos em uma loja para pets e compramos tudo que Jimmy precisaria para se instalar, desde potes de ração até camas. Voltamos caminhando e o caminho até a casa de Lara parecia tão curto, já que quando chegamos eu nem senti que já havia passado as horas.

- Meu amorzinho, essa vai ser sua nova casa! – Ela diz abrindo a porta.