Raptada

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Acordei com uma bela de uma dor de cabeça, me sentei completamente zonza levei a mão na nuca o local onde latejava, até parecia que havia sido acertada, mas sabia que não era possível já que desmaiei sobre o…

        -O Anjo. –resmunguei e abri meus olhos olhando ao arredor.

         Me deparei com uma enfermeira que estava virada de costas mexendo em alguma coisa.Eu estava sobre uma cama ortopédica, e pensar que nem tão cedo voltaria para aquele lugar.

        Olhei pela janela vendo as nuvens pesadas que encobria todo o céu, as nuvens davam pequenas passagens para que o sol pudesse passar e isso as deixava com aspecto sombrio, me fazia sentir que alguma coisa estava por vim, como quando pressenti que alguma coisa estava a caminho quando “ a anja” ou o “o anjo” –não sabia se usava a palavra anja por ser mulher, ou apenas se tratava no masculino – tudo que sabia era que tudo estava fora dos eixos, desde quando eu conseguia ver aquelas coisas impossíveis?

          Sou daquelas que frequenta a igreja pelo menos uma vez por semana, e costumo assistir à missa todo o domingo com meu pai, era uma das coisas que sempre fazíamos juntos desde o divórcio, foi uma das poucas coisas que não mudaram. Sempre acreditei em Deus, e em algumas histórias bíblicas, mas não queria dizer que acreditava na existência de anjos entre nós, não que fossemos capazes de realmente vê-los.

           Um raio iluminou o céu e nesse instante me arrepiei. Sim, com toda certeza do mundo eu senti, tinha algo de muito errado acontecendo.

          -Vejo que acordou. –observou a enfermeira. Olhei para seus olhos claros cor de mel e notei que nunca tinha a visto antes, só poderia ter sido contratada nesse meio tempo que estive fora.

           Seus cabelos vermelhos encaracolados estavam soltos, sua pele era de um branco pálido, até parecia que nunca tinha pegado sol na vida, usava um batom vermelho vinho nos lábios e segurava uma seringa, conforme se aproximava eu a encarei achando-a meio ameaçadora com aquilo em mãos. Talvez já estivesse me desacostumado, ou simplesmente…

            -O que é isso? –perguntei olhando para a agulha.

            -É só um…

            -Vejam se não é você de novo por aqui dona Ester… -olhei para minha enfermeira favorita, o nome dela é Rosana, ela foi uma das únicas enfermeiras que me dava atenção, por gostar de cuidar de seus pacientes. Rosana parou de falar no momento que presenciou a outra enfermeira, e seus olhos pareciam confusos. –Quem é você?

           -Sofia, e você acabou de me deixar muito irritada com sua interrupção. –disse com doçura e abrindo um sorriso diabólico que me deu náuseas.

          -Saia daqui antes que eu… - a caneta de sua prancheta acertou-lhe o pescoço de forma impossível, pois pareceu que levitou até seu encontro.

         Rosana levou a mão a garganta completamente sem ar. Os sons que produzia deixava claro que sua vida estava… só de pensar nisso me deu um aperto no coração. Ela precisa de ajuda.

        -Socorro! –berrei a todo pulmão, pulando para o outro lado da cama.

         -Cala a boca! –gritou a mulher furiosa, avançou para me pegar mais fui mais rápida deixando-a bater com a cabeça na janela que estava bem atrás de mim.

         Passei por debaixo da cama rapidamente e antes que eu pudesse ir até Rosana que caia, a porta se fechou e foi trancada deixando Rosana pra fora. Com todas minhas forças forcei a maçaneta a girar mais era como uma rocha, impossível de ser movida. Tentei várias vezes sem sucesso abri-la. Soltei um grito e bati com minhas duas mãos na porta implorando por ajuda.

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