o Espírito

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        Era estranho estar no meio de um lugar onde não se conhecia ninguém e todos te olhavam feio, como se fosse um tipo de anomalia. Não que eu fosse uma pessoa muito normal, mas não queria dizer que eu culpada por tudo aquilo que estava me acontecendo.

        Sentei no sofá e descruzei os braços.

        Adonai me encarou e forçou um sorriso para mim, forcei outro que logo se desfez ao ver Laylah, aquela garota me dava arrepios, só de ver que ela me olhava já sentia um aperto no coração. Estava concretizado, nunca nos daríamos bem.

       Olhei ao meu arredor e notei que todos me olhavam. Era meio gritante aquela situação, já me dava nos nervos.

       -Pelo amor de Deus, eu sei que sou uma intrusa aqui mais não posso ir para casa ainda. Será que não poderiam ser um pouco mais discretos quanto aos olhares? Não sou nenhuma aberração. –falei com rispidez.    !      Talvez eu fosse um pouco ousada, mas não dava certo aquilo me incomodava.

        Caminhei em direção a porta a empurrando. Sai da mansão e fui em direção ao jardim. Estava escuro, mas qualquer lugar era melhor do que estar lá dentro. Eles estavam começando a me sufocar.

         Caminhei até a árvore grande, era uma macieira. Seus frutos estavam bem maduros, mas não estava interessada, eu estava preocupada com minha família, só de pensar que minha mãe devia de estar tomando calmantes para dormir me chateava, afinal ela sempre foi assim preocupada demais.

            -Ora, ora se não é a menina de que todos estão falando.

             Encarei a escuridão a minha frente, era onde a voz vinha e ela não era nada amigável.

           -Quem está falando de mim? –indaguei fitando a escuridão.

           -Todos interessados em alguém como você. –me respondeu enigmático permanecendo nas sombras.

           –Você devia saber ocultar seu brilho princesa, ou coisas ruins irão de acontecer mais cedo do que o esperado. –aconselhou-me.

            Agora aquilo ficou estranho, e o arrepio que senti foi forte demais para que eu pudesse ignora-lo assim tão fácil.

            Adentrei na escuridão um pouco receosa, assim que uma rajada de vento me acertou eu parei imediatamente.

            -Ester saia dai, agora! –ordenou Adonai. 

            Olhei para ele e percebei que corria na minha direção, só não entendi bem o porque.

            -Há! –gritei ao ser puxada com força e cair sobre um arbusto por ter me largado no mesmo instante que me puxou.

            Olhei para o nada que estava na minha frente e percebi que o que fez a criatura me largar foi o  contato que teve com minha pele, o queimou sabia perfeitamente disso. Olhei para meu antebraço e vi a mancha escura como a noite em minha pele, eu também havia sito ferida, a mancha me queimava, mas em segundos desapareceu num piscar de olhos.

             -Você está bem? –Adonai me levantou e me vi a centímetros de seu rosto, ao ponto de sentir sua respiração pesada. Seu coração estava acelerado e suas pupilas dilatadas.

            -Não devia se preocupar tanto assim comigo. –observei.

            Afastei-me dele pegando ar, pois Adonai me agarrou com tanta força de forma protetora que quase me sufocou.

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