A descoberta

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         Minha nuca doía. Havia batido a cabeça com força.

         Escutava vozes, abri meus olhos e vi um pequeno grupo de pessoas conversando. Olhei para cima e presenciei um lustre de cristal impressionantemente caro. Estava deitada num sofá aconchegante que parecia muito com uma cama, uma manta verde foi jogada sobre mim e tinha o cheiro do amaciante que minha mãe costuma pôr em minhas roupas.

         Pensando em minha mãe… Ela deve estar muito preocupada comigo por não ter voltado para casa, só pensar que a deixava nessa situação isso fazia me sentir muito culpada.

         Me sentei e todos que falavam baixo me olhou imediatamente.

         -Ester. –o moreno de olhos castanhos estava diferente.

         Ao invés de usar as roupas de couro, vestia jeans e regata branca que mostrava seus braços torneados. Ele se aproximou de mim e eu me encolhi desconfiada.

          Só por que ninguém tentou nada contra mim não queria dizer que eu poderia confiar em qualquer um deles.

         -Tenho que ir embora. –falei rapidamente me levantando do sofá e me senti um pouco zonza caindo sobre uma mesinha, o vaso de flores que estava sobre ela se espatifou no chão.

          -Não pode ir embora. –disse uma loira de olhos azuis, quase cinzas.

           A encarei e notei que ela portava uma adaga e pelo seu olhar ameaçador parecia que a usaria se necessário.

          -Claro que eu posso! –retruquei.

          A loira deu um passo à frente irritada, mais parou quando alguém a repreendeu com um puxão no braço e lhe disse algo no ouvido a contendo, resolvendo guardar a adaga.

          -Ester o que estamos dizendo é que você não está em condições de sair assim. Precisa melhorar enquanto pensamos no que fazemos com você.

          Arquei as sobrancelhas.

          Será que ele achava que dizendo isso todo enigmático quanto à “enquanto pensamos no que fazemos com você” era melhor do que ser ameaçada com uma faca?.

          -Não vou ficar aqui, não vou dar o tempo de vocês pensarem em maneiras de me matar. –disse o olhando como se estivesse louco.

         Talvez eu que estivesse enlouquecendo. Tudo me parecia tão confuso.

           Me desencostei da mesinha e caminhei em direção ao outro cômodo com intuito de achar uma saída daquela mansão repleta de gente sem noção. Será que não sabiam que o que estavam fazendo era um crime? Raptando-me da forma como fizeram?

           Virei a esquerda e me deparei com o homem de olhos claros que me deixava histérica. Não que seu olhar me dava arrepios, ele me despertava algo misterioso até para mim.

           -Você vem comigo. –ordenou pegando em meu braço e me fez subir as escadas da mansão.

          -Ei Amitiel, o que você vai fazer? –perguntou o moreno.

          -Eu vou descobrir o que ela é Adonai. –disse me puxando.

          -Posso ir com você?

           Ele parou nos últimos degraus da escada.

          Olhei para a loira que lhe abriu um sorriso, ele o devolveu mais fez que não.

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