Capítulo VII

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O despertador não tocou. Talvez tivesse tocado, entretanto, ambos estavam cansados demais e acabaram não ouvindo. Eram 10:45 da manhã, já era quase meio dia, ora pois o sono mirou e acertou em cheio em ambos.

Sakusa acordou alguns minutos antes, e foi para a cozinha preparar um bom café da manhã. Era diferente, ultimamente as coisas estavam diferentes, mas Sakusa gostava desse "novo". Se sentia feliz em estar ao lado do outro, mesmo que ele talvez nunca fosse admitir isso em palavras saídas de sua própria boca.

Pegou uma panela que encontrou no armário de baixo, encheu com água natural do filtro, e pôs para ferver. Não estava encontrando o café em lugar algum, então teve de ir acordar o outro para perguntar.

Foi até o quarto, com uma xícara de água fria e o cutucou, o mesmo, dava pequenos resmungos, se recusando a abrir os olhos.

"Acorda!" - Sakusa disse quase gritando, jogando a água que havia na xícara no rosto do loiro adormecido.

"AAAH!" - Atsumu berrou enfurecido.

Sakusa sorriu satisfeito.

"Onde está o café?" - Perguntou o moreno.

"Você me acordou só para me perguntar isso?! Ah... Está no armário de cima, perto da geladeira, sexta porta da esquerda para a direita." - O loiro respondeu, limpando seu rosto com uma toalha.

O loiro se levantou da cama com os lençóis bagunçados, e abriu as janelas. O dia estava lindo, as nuvens eram brancas como algodão, o Sol não queimava, seu calor era reconfortante. A brisa sutil fazia carinho no rosto, e o som dos pássaros catarolando deixavam o ambiente mais calmo. Ao que parece, todo aquele temporal que se estendeu até o dia anterior, tinha dado um tempo.

Depois de abrir as janelas e arrumar os lençóis da cama, o loiro foi se banhar, para despertar de vez e mandar o sono embora. Um banho rápido, suficiente para limpar-se bem.

Após se banhar, se enrolou num roupão verde escuro, e se dirigiu até a cozinha. Mesmo estando do outro lado da casa, o aroma da comida de Sakusa chegara até suas narinas e atiçaram sua fome.

Sakusa preparava um belo café da manhã, caprichado, assim como tudo o que mesmo fazia. A sutileza que Sakusa tinha quando preparava as refeições, o encantava. Ao ver o loiro na cozinha, se espantou com as vestimentas que o mesmo trajava. O olhou de cima a baixo, com os olhos arregalados e as bochechas rosadas.

"Essa é a minha casa, me visto assim nas manhãs de fins de semana, não preciso de tanta formalidade quando estou em casa." - O loiro disse indiferente.

O loiro se sentou na mesa, e logo a comida foi servida. Haviam sido preparados, panquecas fofinhas, com mel e pedaços de morango jogados por cima. Sakusa o serviu, e trouxe as xícaras de café logo após.

"Não sabia que também cozinhava." - Miya disse quase babando em cima do prato. O ditado 'comemos primeiramente com os olhos', nunca fez tanto sentido.

O de cabelos encaracolados sorriu de canto, se sentando na cadeira à frente de Atsumu. Ainda vestia o mesmo pijama, mas se sentia confortável o vestindo. Os dois tomaram café da manhã juntos, algo simples, entretanto, muito significativo. Quem não os conhecessem bem, diriam que os dois estariam agindo como marido e mulher.

Como estava delicioso. Oh, céus! Miya se sentia no paraíso, mesmo sem nunca ter entrado lá.

Sem se importar com os bons modos, o de cabelos encaracolados passou o dedo no mel, pegando um bocado, e comeu, fechando os olhos e dando um longo suspiro.

O loiro olhou para seu prato e viu que havia comido todo o mel que estava sobre as panquecas. Pensou em pegar mais na dispensa.

"Hum, quer?" - O moreno questionou, passando o dedo mais uma vez no mel que cobria sua panqueca.

Os olhos de Miya brilharam como os de um cachorrinho, e o mesmo disse que sim com a cabeça.

O de cabelos encaracolados estendeu seu braço, e o loiro abriu sua boca. Lambeu o dedo de Sakusa até que o sabor do mel sumisse por completo.

Sakusa resmungou baixinho.

O de cabelos encaracolados se levantou, na altura em que pudesse alcançar Miya. Puxou o loiro para um beijo caloroso, beijo cujo tivera a retribuição, que o aprofundou ainda mais. Necessitados de oxigênio, separaram seus lábios, e Sakusa se sentou novamente em sua cadeira.

Terminaram suas refeições da manhã, lavaram a louça, e foram ver algum filme no sofá da sala. Conversar sobre coisas com ou sem sentido, rir do vento que estiver passando, se divertirem como jovens novamente, reviver a sensação de ser criança, e viver uma juventude que ambos não tiveram a oportunidade de aproveitar tanto quanto poderiam.

O Sol do lado de fora sorria para os cidadãos da cidade, iluminando os lugares ausentes de luz, doando vitaminas para os que estivessem fazendo alguma caminhada ou aproveitando a vida do lado de fora, dando bom dia as belas flores da cidade. Os pássaros que voavam de galho em galho pelas árvores da cidade, buscavam por comida, e pequenos galhos e folhas para a construção de um novo ninho, que provavelmente teria sido destruído pela chuva. As nuvens que pareciam grandes algodões doces, estavam limpas e branquinhas, a chuva havia ido embora.

Tudo estava nascendo e se reconstruindo.

Dourado - SakuAtsu.Onde histórias criam vida. Descubra agora