As cigarras cantavam, numa manhã fria e nublada. No dia anterior, havia caído um pé d'água que derrubou árvores e destruiu barragens de córregos. Todas as lojas haviam fechado, inclusive a cafeteria. O impopular funcionário, teve de fazer seu próprio café naquela manhã.
Hoje, o tempo estava se abrindo, e o Sol apontava de vez em quando.
O loiro ao chegar na cafeteria, notou uma pequena mancha de lama em seu casaco bege. Uma simples coisa foi capaz de o deixar irritado até os nervos. Impaciente, se dirigiu ao banheiro, bufando de raiva por ter seu belo casaco manchado.
A iluminação do banheiro era forte, e haviam diversos espelhos a frente dos lavatórios. Haviam cerca de seis ou sete cabines e quatro lavatórios.
Não era sujo, brilhava como um diamante, era um banheiro higiênico.
O loiro pegou papéis higiênicos de uma das cabines, e começou a esfregar freneticamente na região manchada. Molhou um pouco a região e continuou a limpar. Em vão, a mancha acabou crescendo ainda mais.
O homem, já bufando de raiva, ergueu a mão para pegar uma pequena quantia de sabão líquido.
"O sabão só irá piorar." - Disse um homem de cabelos encaracolados, entrando no banheiro.
"Não posso ir trabalhar de tal forma." - O loiro disse enfurecido.
O de cabelos negros, tirou do bolso um pequeno pano de cozinha, estava limpo, havia sido lavado a pouco tempo.
"Você tentou tirar a mancha com papel higiênico?" - Sakusa perguntou rindo, enquanto molhava o pano que segurava em sua mão esquerda.
"Sim, fracassei em tentar limpar." - O loiro respondeu jogando o papel no lixo.
"Com isso você só iria piorar as coisas."
O loiro não disse nada.
Sakusa, após deixar o pano úmido, se aproximou de Atsumu e o ajudou a limpar a mancha. Se agachou, ficando na altura certa de onde a mancha estava. A mancha que se espalhou pela região onde ficavam os bolsos do casaco, demorou um bom tempo para sair. Sakusa era gentil com as pessoas, tratava todos com gentileza, mesmo aqueles que não iam com a cara dele. Tamanha bondade num homem tão reservado.
Com o casaco úmido, entretanto, limpo, o loiro agradeceu.
"Obrigado." - O loiro disse simples.
"Ora não se preocupe com agradecimentos. Não foi nada...? Pois eis de me dizer seu nome, sou tão tolo que nunca me dei ao simples trabalho de perguntar-lhe." - O de cabelos encaracolados disse rindo.
"Atsumu Miya." - O loiro respondeu sorrindo.
"Vejo que não terei mais que te chamar de Dourado-kun, Atsumu." - Sakusa disse retribuindo o sorriso, invisível devido a máscara.
Os dois saíram do banheiro, não eram mais estranhos, ao menos já sabiam o nome um do outro.
Atsumu pediu o de sempre, porém o mesmo sabia, que não teria uma xícara bem preparada. Como não tivera a permissão de entrar na cozinha, o que lhe restou foi aguardar, sua xícara de café mal feita.
Ao tomar sua xícara de café, insatisfeito, Atsumu percebeu que não havia trago consigo, seu jornal. Procurou em seus bolsos, porém tudo o que achou, foi um pano úmido e sujo. Ao perceber que o pano pertencia a Sakusa, o mesmo, o procurou com os olhos por toda a cafeteria. Decidiu ir a procura dele com suas próprias pernas.
Na cozinha, disseram que o mesmo, estava no banheiro procurando seu pano.
Ao entrar no banheiro, não o viu, então supôs que ele estaria dentro de alguma cabine.
"Seu pano está comigo." - Atsumu disse esperando alguma resposta.
Sakusa saiu de dentro da cabine na qual estava e olhou sorridente para o loiro. Estava sem sua máscara por alguma razão, então o loiro pôde ver seu sorriso pela primeira vez. Era um belo sorriso.
Ao se aproximarem, os olhos negros de Sakusa olhavam fixamente para os de Atsumu, e assim ficaram, por um bom período de tempo.
"Aqui." - Atsumu disse entregando o pano úmido e sujo para o outro, e saindo do seu estado de pane, desviando seu olhar.
O de cabelos encaracolados estendeu a mão para pegar o pano, e colocou suas mãos sobre as de Atsumu, voltando a encará-lo com seus olhos escuros.
Ao notar a situação em que se encontrava, Atsumu deu um longo passo para trás, se afastando de Sakusa.
"Até amanhã de manhã!" - Atsumu disse saindo, com um sorriso sem graça em seu rosto.
Talvez, as manhãs do impopular funcionário, ficariam mais interessantes a partir daquele dia.
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Dourado - SakuAtsu.
Fiksi PenggemarNas manhãs, sempre me recorri a pequena cafeteria no fim da rua. Sempre servido com a mais alta qualidade, acompanhados de sentimentos cujo a compreensão está fora de meu alcance. Agora estou indo para onde dizem ser meu lar. Deixei o ouro na cafete...