Capítulo V

1.5K 334 172
                                    

"Oh... Ainda sinto seu doce aroma de café, Dourado." - Pensou Sakusa, enquanto limpava a cafeteira.

A cafeteria estava cheia, e ainda eram 6:16 da manhã. Ora, pois o de cabelos encaracolados estava agindo como um adolescente apaixonado, que acabara de ter conhecido seu primeiro amor. Relacionamentos passados de Sakusa não tiveram muito sucesso, ou algo que pudesse ser chamado de amor.

Sakusa comia um bolo de cereja no café da manhã, que havia trazido consigo, do aniversário de noivado de sua prima do exterior. Não era o maior fã de bolos, entretanto, aquele estava com um sabor divino.

A imagem de um homem loiro, com olhos cor de mel, aroma de café e charme no olhar, invadia seus pensamentos, e o fazia sorrir inconscientemente. Criatura doce, que lhe trazia paz e conforto.

Ao dirigir seu olhar até a entrada da cafeteria, viu a bela imagem da doce criatura, lendo seu jornal com cara fechada. Flutuante, fora atendê-lo.

"Bom dia." - O de cabelos encaracolados disse, cumprimentando-o.

"Bom dia, Sakusa." - Atsumu o cumprimentou, sorrindo de canto.

"O mesmo de sempre, hum?" - Sakusa perguntou pegando sua caderneta e uma caneta no bolso do lado esquerdo da camisa.

"Me traga algo diferente hoje." - Atsumu respondeu, disposto a confiar em Sakusa, para que lhe trouxesse, um bom café.

O de cabelos encaracolados sorriu com os olhos, e voltou para a cozinha.

Era a primeira vez, em quase um ano, que o loiro pedia algo diferente. O que o levou a isso? Talvez estivesse disposto a experimentar coisas novas? Ou talvez, tivesse simplesmente enjoado daquele sabor de café.

"Nada mudou." Era a frase que Sakusa queria poder afirmar. Talvez, se o ocorrido no armazém não tivesse ocorrido, as coisas ainda estariam iguais. Agora, o loiro queria outro sabor de café, queria mudar.

Irritado, o moreno deixou o pote de açúcar cair no chão, por sorte, pouco açúcar foi derramado.

As coisas não podiam mudar, estava tudo indo perfeitamente bem, nada podia ser mudado.

Ao acabar de preparar a xícara de café, ainda enfurecido, Sakusa foi servir o loiro.

Com sorriso reluzente, o loiro caminhou em direção ao de cabelos encaracolados, fazendo com que o mesmo, voltasse para dentro da cozinha.

"Por que me encurralou de volta para a cozinha?" - Sakusa perguntou, ainda com a bandeja na mão.

"Você parecia bravo, então vim conversar em um lugar particular com você." - O loiro respondeu simples.

"Como sabia que eu estava enfurecido? Não tinha o conhecimento de que você podia ver através de máscaras." - O moreno disse sarcástico.

"Os olhos às vezes, falam mais do que a boca." - O loiro respondeu sorrindo.

Atsumu estendeu sua mão, pegando sua xícara de café em cima da bandeja que Sakusa segurava.

Tomando um pequeno gole, o loiro fechou os olhos, e deu um leve suspiro. Estava incrível. Nenhuma palavra precisava ser dita para que o outro entendesse isso.

"Você provavelmente está bravo porque pedi outro sabor hoje. Pois saiba que isso, foi para que eu pudesse experimentar cada sabor feito por você, seja café, ou qualquer outra coisa." - O loiro disse, tomando o último gole de café, até que não restasse mais nenhuma gota sequer.

Sem reação, e arrependido de ter se enfurecido por algo tão idiota, Sakusa ficou ali, parado, sem ter o que dizer, sem saber como reagir.

Um silêncio constragedor reinou. Havia uma tensão indescritível ali.

"Merda." - Sakusa disse baixinho, se aproximando do loiro.

"Eu estou em horário de trabalho, então pare de me provocar, senhor perfeitinho." - O de cabelos encaracolados disse, segurando na gola da camisa do outro.

"Falas isto como se fosse a primeira vez que estaria desrespeitando o horário de trabalho, não é mesmo?" - O loiro disse o provocando ainda mais.

"Saia." - O moreno disse.

"Como quiser, senhor certinho." - O loiro disse sorrindo malicioso.

Antes que o loiro saísse, Sakusa deu um breve beijo nos lábios do outro, depois o soltou, e o deixou ir embora.

Satisfeito, o loiro seguiu para seu trabalho, com sabor de bolo de cereja em seus lábios.

Ambos os jovens, não sabiam para onde estavam indo, mas sabiam aonde pertenciam.

Dourado - SakuAtsu.Onde histórias criam vida. Descubra agora