Capítulo IV

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Ora como as manhãs mudaram. O anseio de ser servido com uma boa xícara de café havia sido substituído pelo anseio de ir ao encontro do homem de cabelos encaracolados.

Lendo seu jornal, com notícias não muito interessantes, o loiro olhava de segundo em segundo para a porta da cozinha, sempre com a esperança de que Sakusa apareceria ali a qualquer momento, para atendê-lo.

Atsumu nunca se rotulou, mas começou a pensar mais sobre isso. O de cabelos encaracolados fazia seu tipo, e isso o irritava mais do que o satisfazia. O anseio de ver o homem novamente não podia ser contido ou controlado, o coração não é algo que se guia. O loiro apenas aceitou o que sentia, apesar de que o mesmo, ainda temia ver o outro homem. É normal que, em momentos embaraçosos, o loiro recuasse por nervosismo ou quando se sentia desconfortável, como no dia anterior.

Quando fora atendido por uma das garçonetes, ao invés de Sakusa, o loiro se preocupou, talvez o mesmo, estivesse o evitando. Talvez Sakusa pensasse que havia sido rejeitado no outro dia.

Ao se dar conta da confusão que havia criado, o loiro colocou suas duas mãos na mesa, e se levantou com um impulso.

Se dirigiu até a porta da cozinha, a procura de Sakusa. Ao abrir a porta, um dos cozinheiros o recebeu com cara de poucos amigos.

"Posso lhe ajudar?" - O homem perguntou sério.

"Quero falar com o gerente." - Atsumu respondeu simples.

"O que é tão importante que você não pode falar com alguma das garçonetes?" - O homem voltou a perguntar.

"As garçonetes? Oh... elas não podem me ajudar nisso." - O loiro disse sorrindo de canto.

O cozinheiro, contra sua vontade, deixou o loiro passar, não queria arrumar encrenca com o gerente depois, por não ter o deixado entrar.

Atsumu foi até o armazém, onde guardavam os grãos de café, com a esperança de encontrá-lo ali. Talvez ele estivesse no banheiro? Ou em outro lugar?

"Cansou de tomar café? Saiba que comer grãos puros de café lhe farão muito mal, além do sabor horrível, claro." - O homem de cabelos encaracolados disse entrando no armazém.

"Não vim aqui para comer grãos." - Atsumu disse se virando, rindo do que Sakusa havia dito.

O armazém era grande, com inúmeros sacos de grãos de café, e caixas de cápsulas para máquinas de café. A marca "Golden", marca qual o impopular funcionário trabalhava, também estava ali. Não era uma marca tão famosa quanto Nexpresso ou Três Corações, entretanto, era tão boa quanto. Atsumu trabalhava na fábrica da Golden, administrando quase tudo que se passava ali.

"São muitos pacotes não é?" - Sakusa perguntou sorrindo, por alguma razão, o mesmo não estava usando sua máscara, então seu sorriso era totalmente visível.

Atsumu admirava as inúmeras variedades de café que ali haviam.

"Um dia ainda terei minha própria cafeteria." - O loiro disse sorrindo.

"Então por que ainda não tem uma?" - O moreno perguntou curioso.

"Não posso sair do meu trabalho atual." - Atsumu respondeu simples, com suavidade na fala. Não parecia chateado.

"Então, por que não trabalha aqui num período que esteja livre?" - Sakusa perguntou baixinho, sussurrando em seu ouvido. O loiro não havia percebido quando o outro tinha chegado tão perto assim.

O loiro sentiu todos os pelos de seu corpo arrepiarem, e a sensação de borboletas no estômago.

Quando ousou olhar para o de cabelos encaracolados, viu que o mesmo, ainda estava muito próximo. Tudo o que conseguiu fazer, foi deixar a situação ainda mais embaraçosa.

"Tenho que trabalhar em casa também." - Mentiu Atsumu, tentando sair da situação em que se encontrava.

O real motivo, de Atsumu estar a procura de Sakusa, era na verdade, se desculpar por ter fugido no outro dia. Entretanto, ao ver que o mesmo estava se repetindo novamente, achou que a melhor forma de se desculpar, era se deixar levar pelo momento.

Mudando sua expressão facial de nervosismo, para uma expressão séria, o loiro agarrou a gravata bem arrumada de Sakusa, e a puxou com não muita força, com força suficiente para deixar seus rostos extremamente próximos, com pouco mais de 4cm de distância. O de cabelos encaracolados se surpreendeu com o ato.

"Essa sua personalidade me agrada bastante." - Sakusa sussurrou no ouvido do loiro, que estremeceu novamente.

O loiro puxou sua gravata ainda mais, e o beijou, um toque suave e rápido entre dois lábios, que Atsumu logo separou.

Sem dizerem uma palavra, Sakusa ergueu Atsumu, os colando numa posição embaraçosa. O loiro estava com suas mãos entrelaçadas ao redor do pescoço do de cabelos encaracolados, com sua pernas ao redor de sua cintura. Sakusa o segurava com facilidade naquela posição.

Andando não muito rápido em direção as prateleiras de café, o moreno o beijou novamente, entretanto dessa vez, não fora um beijo sutil ou suave.

Com as costas contra a prateleira de sacos de grãos de café, Atsumu retribua o beijo, que não fora um beijo romântico, ou cinematográfico. Atsumu com a boca entreaberta, foi surpreendido com a língua do outro, explorando cada canto de sua boca. Seu corpo sensível, reagia a cada toque vindo do outro, arrepiando dos pés a cabeça.

Sakusa desceu os beijos para o pescoço do outro, retirando antes, sua gravata, e desabotoando os três primeiros botões de sua camisa, o deixando com parte do peitoral a mostra.

Atsumu soltou um mísero gemido ao sentir os dentes de Sakusa em seu pescoço. Estava tentando ao máximo, conter gemidos e barulhos. Arranhou as costas de Sakusa, com não muita força.

Atsumu estava escorregando aos poucos, o de cabelos encaracolados o ergueu ainda mais alto, para que o mesmo, não caísse. Miya por pouco conseguiu conter um gemido alto, ao sentir as mãos de Sakusa apertarem suas nádegas macias como as de um neném.

Com a gravata já frouxa, Atsumu a tirou por completo. Seus lábios se encontraram novamente, seu sabor era de café meio amargo, e isso valia para ambos, já que os dois tomavam todas as manhãs, o mesmo sabor de café.

Atsumu sentiu que algo lá em baixo havia acordado, sem permissão. Ao sentir o toque repentino do membro do de cabelos negros, se assustou, e se preocupou em onde aquilo iria parar. Por mais que sua mente rejeitasse, seu corpo queria mais.

Passados alguns minutos, Sakusa desceu Atsumu do ar, e o colocou no chão. Com os lábios ainda selados, separaram-os. A respiração ofegante uma contra a outra, com os braços de Atsumu ainda entrelaçados no pescoço do outro, os dois sorriram um para o outro.

O loiro abotoou sua camisa e vestiu sua gravata novamente. Sakusa fez o mesmo.

Mesmo com o volume aparente nas calças de ambos, os dois seguiram de volta para a cozinha. Sakusa, estava tranquilo, pois vestia um avental que cobria o volume. O real problema, era Atsumu.

Ambos não trocaram muitas palavras. Se comunicaram por sorrisos.

Ao ter um avental emprestado por Sakusa, Atsumu tomou calmamente sua bela xícara de café, feita por Sakusa, com a mão já recuperada.

"Até amanhã de manhã, Miya." - Sakusa se despediu de Atsumu, o chamando pelo sobrenome.

Atsumu sorriu envergonhado, virou as costas e foi para o trabalho, com marcas em seu pescoço, e sorriso no rosto.

Dourado - SakuAtsu.Onde histórias criam vida. Descubra agora