Capitolo dodici. L'INFERNO DI LORENZO

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ROTEIRO CINCO | PARTE DOIS
CAPÍTULO DOZE
O INFERNO DE LORENZO

AMBROSIA da VINCI

Com a reforça da oficina de Sandro quase acabando, eles julgava ser um boa hora para pintar o quadro que há meses dissemos que seria entregue como um presente para Vespucci.

Eu não estava animada, mas preferia estar em qualquer lugar que não fosse na casa dos Medici. Eu não aguentava aquela criaturinha horrenda que denominavam como bebê. Em todas as vezes que tentaram me fazer segurá-lo, neguei freneticamente, gritando para que o mantivessem longe de mim, caso contrário, eu poderia jogá-lo pela janela.

Seria uma bela queda.

Ah, e ainda tínhamos Bianca grávida, prestes a parir, com medo de não dar um menino a Guglielmo.

Pelo menos, eu posaria para Sandro com Giuliano, o que era menos mal do que Lorenzo e sua sugestão de posar comigo. Quando ele disse isso, revirei meu olhos e sai da sala, alegando que iria vomitar se continuasse com ele por mais um segundo na mesma sala.

Fora isso, posar quase nua com Giuliano era estranho.

Me surpreendi ao chegar e perceber que a silhueta já estava pronta, junto de metade do fundo da tela. Me apoiei no ombro de Sandro, estudando sua pintura.

— Eu ficaria bem loira — contemplei.

— Não ficaria não — negou Giuliano, me irritando. — Pareceria uma espiga de milho que voltou de um enterro.

— Prefiro ser uma bruxa má, palavras suas e não minhas, do que uma princesinha que precisa ser salva — resmunguei. — Tire um pouco do brilho nos olhos dela.

— Por quê? — perguntou Sandro a mim. — Achei que deveríamos focar em Simonetta.

— E devemos — concordei. — Mas ninguém brilha mais do que eu.

Giuliano revirou os olhos, rindo alto e em bom som do que falei. Mas não menti, elevar meu ego era a maior forma de proteção que eu poderia me oferecer contra as pessoas a minha volta. E, além disso, os homens tendiam a detestar mulheres respondonas e convencidas.

Caminhei até o suposto cenário para o desenho da tela. Assim que me acomodei, Giuliano, com um pedaço de tecido apenas cobrindo seu parte íntima, caminhou até estar na minha direção contrária, tomando a pose que Sandro o indicava.

Sandro ficava sério e focado quando pintava, uma característica que a maioria dos artista tinha — com exceção dos loucos. Tentei segurar o riso, mas não consegui. O jovem maestro revirou os olhos, jogando as mãos para o ar.

— Não tenho maturidade o suficiente para isso — sibilei, ainda rindo.

— Para posar quase nua? — retrucou Sandro, já descabelado.

— Eu sempre pintei os outros, nunca tive que modelar — dei de ombros.

— Vamos terminar este quadro ainda este ano? — reclamou ele. — Ou só no próximo século.


・❉・


Os empregados estavam alertas com a possível chegada por filho de Bianca. Eles corriam de um lado ao outro, carregando cadeiras de partos e pilhas de toalhas, além de gritaram para deixarem a água fervendo.

Eu caminhava em passos rápidos pela casa dos Medici, Quando menos tempo eu ficasse a vista dos outros, maiores as chances de eu não ser incomodada.

Entretanto, como sempre, a sorte nunca estava ao meu lado. Quando eu cruzava o pátio central para as escadas, Lorenzo entrou na minha frente. Tentei desviar, mas ele não permitiu.

— Posso te ajudar? — perguntei, logo me corrigindo: — Esqueça o que eu disse, não tenho boa vontade o suficiente para querer ajudar.

— Quase não te vi esses dias, Ambrosia — disse ele, nervoso.

— Ainda bem, não é mesmo? — retruquei. — Pode sair da frente?

— Esteve posando para Sandro, certo? — me ignorou. — Como anda o quadro para Vespucci?

— Vai muito bem — afirmei, cruzando os braços. — Pare de tagarelar e fale logo o que quer, Lorenzo. Tenho mais coisas para fazer.

Lorenzo abriu e fechou a boca várias vezes, buscando pelas palavras certas.

— Preciso da sua ajuda.

— Não acabei de dizer que não tenho boa vontade para ajudar? — repeti. — Bom, pelo menos ajudar você.

Lorenzo suspirou.

— Eu sei que está brava comigo, e você tem seus direitos — começou ele —, mas eu preciso que se encarregue de Imola para mim.

— E desde quando você quem me dar algum poder por aqui? — zombei. — Peça a Giuliano, não estou interessada.

Mais uma vez, Lorenzo me segurou pela braço, me impedindo de prosseguir meu caminho.

— Giuliano está chateado comigo — revelou. — Ele não irá me ajudar.

— Sua mãe mandou que encarregasse ele de Imola, não é? — supus.

— Bem... — gaguejou. — Ele é meu irmão e você é a minha esposa...

— Não se eu ficar viúva logo logo — ameacei. — Tire a mãos daí — mandei indicando meu braço.

Lorenzo, relutante, fez o que mandei.

— Eu confio em vocês.

— Não vou sair de Florença — decretei. — Os outros estão ligados a você por influência política ou crenças compartilhadas, sabe disso não é? Você criou seu inferno, Lorenzo, agora sofra nele.


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18.02.21

𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:

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𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:

Sumi de novo e já voltei. Eu estou trabalhando para finalizar todas as minhas obras e, se tudo der certo, eu vou terminar de escrever Renaissance este final de semana.

Depois de muito implorar, principalmente pelas mensagens da bborba619 , eu voltei com o capítulo 12. Espero que tenham gostado.

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RENAISSANCE 𖠷 𝐋𝐨𝐫𝐞𝐧𝐳𝐨 𝐝𝐞 𝐌𝐞𝐝𝐢𝐜𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora