Capitolo tre. UCCELLO IN GABBIA

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ROTEIRO DOIS | PARTE UM
CAPÍTULO TRÊS
PÁSSARO NA GAIOLA

It's so quiet here; And I feel
so cold; This house no longer;
Feels like home

AMBROSIA da VINCI

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AMBROSIA da VINCI

Fechei o livro que eu tentava ler há uma hora sem sucesso. Coloquei-o de volta na estante de meu quarto, prestando atenção em quaisquer vozes no corredor. Principalmente a de Lucrezia, já que ela me avisaria quando estivéssemos partindo.

— Ele irá aceitar — disse Lucrécia a alguém. — Dê tempo a ele. Agora eu preciso ir me aprontar para ir a Roma.

— Você?

— Acha que te deixarei ir a Roma sozinho? Além disso, avise Ambrosia que logo sairemos.

— Para que avisá-la? — perguntou, levemente irritado.

— Ela irá conosco, Lorenzo — avisou Lucrezia. — Soube que a mandou ficar trancada no quarto na noite de ontem. Ela é parte da família, pode e deve ouvir nossos assuntos.

— Ela não é parte dos Medici, nem nunca será — disse ele, convicto. — É um casamento por interesse, apenas isso.

— Apenas avise-a que estamos saindo — pediu. — Faz parte do acordo que fizemos com os da Vinci, que Ambrosia poderia ir ver o irmão sempre que quisesse.

— Em Milão!

— Mas calhou de Leonardo estar em Roma trabalhando em um quadro para um Messer — explicou Lucrezia. — Ambrosia já é infeliz demais aqui, Lorenzo, é o mínimo que podemos dar a ela.

— Se ela está infeliz, que vá embora — sugeriu, alterado. — Ninguém a quer aqui, mãe!

— Ela e Sandro estão se dando muito bem — argumentou ela. — Além disso, Giuliano tem demonstrado certo interesse nela. Talvez você devesse começar a tratá-la como um ser humano, Lorenzo, e não um pássaro que pode prender em uma gaiola até morrer.

Eu era grata pelas palavras de Lucrezia, mesmo que não fossem surtir efeito algum em Lorenzo. Pelo menos, ela conseguia enxergar em mim o que todos afirmavam sem provas. Aquele pequeno ato me alegrava em meio a toda depressão que eu sofria.

Ouvi passos se aproximando no corredor. Silenciosamente, me sentei na penteadeira em meu quarto, fingindo estar penteando meus cabelos longos e escuros.

Duas batidas leves e suaves soaram na madeira da porta entreaberta. Antes que eu pudesse responder, Lorenzo a abriu, ficando entre o corredor e meu quarto, não totalmente dentro, como se fosse incapaz de entrar.

RENAISSANCE 𖠷 𝐋𝐨𝐫𝐞𝐧𝐳𝐨 𝐝𝐞 𝐌𝐞𝐝𝐢𝐜𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora