Capitolo quindici. PIÙ MOTIVI PER ODIARTI

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ROTEIRO SEIS| PARTE UM
CAPÍTULO QUINZE
MAIS MOTIVOS PARA TE ODIAR

AMBROSIA da VINCI

Eu já estava cansada das merdas de Lorenzo e como elas conseguiam se ligar aos membros daquela família amaldiçoada. Não era justo — a vida não era justa — para que até mesmo pessoas inocentes nos assuntos políticos, como eu, Giuliando e Sandro, fossem envolvidos em guerras internas.

No andar de cima, Bianca tinha em braços seu primeiro filho. O seu choro era ouvido em toda a casa, me enlouquecendo. Como uma criatura tão pequena era capaz de ter um pulmão tão forte como aquele, eu me perguntava.

Assim que desci as escadas, em busca de um lugar tranquilo, as portas da casa dos Medici foram abertas, cavaleiros entraram e se posicionaram. Assim, um homem com armadura entrou em passos firmes, retirando sua capa.

— Duque, seus homens devem esperar aqui — informei, contendo a vontade de revirar os olhos e lutando contra a dor de cabeça.

— Senhora Medici, um prazer como sempre — disse ele, mas não sabia dizer se era totalmente ironia ou não.

— Prefiro da Vinci, se não se importa — comentei.

— O que é tão urgente que eu precisei vir a Florença pessoalmente?

Suspirei, mas antes que eu pudesse dizer algo, Lucrezia saiu de uma das salas ao lado, cumprimentando rapidamente o Duque e pedindo para que ele o seguisse.

Não fiz menção de os seguir, percebendo que Giuliano descia as escadas e caminhava até mim. Acompanhei Lucrezia e o Duque caminharem em direção ao escritório, desaparecendo entre as portas.

Foi no mesmo instante que um servo se aproximou de mim, entregando-me uma carta. A peguei, logo abrindo e lendo seu conteúdo.

— Sem Sforza não vão ter alianças — sibilei, Giuliano ao meu lado. — Lorenzo não vai arriscar, visto a segurança que isso traria, não é?

— Meu irmão é imprevisível — deu de ombros. — O que tem na carta?

— Os Pazzi estão causando agitação política em Cittá Di Castello — respondi. — Fazendo as pessoas se voltarem contra o Gonfaloniere.

— Com que objetivo?

— Nós deveríamos mesmo estar falando de assuntos que nem nos fazem diferença? — interrompi, curiosa.

— Claro que não — disse Giuliano. — Mas achei que gostássemos de certas intrigas políticas e famíliares como entretenimento. Além disso, não é você a pessoa que estudou sobre tudo e sabe de tudo por aqui?

— Tem razão — sibilei. — A cidade faz parte dos estados papais, mas está sob proteção de Florença há anos. O Gonfaloniere de lá é corrupto. Na minha opinião, vocês deveriam ter se livrado dele há anos.

— Eu vou — declarou ele. — Descubro o que está acontecendo...

— Vai para onde?

A voz de Lorenzo reverberou atrás de nós, no mesmo instante em que ele, Lucrezia e Sforza saiam da sala. O Duque me deu um leve sorriso malicioso — um que tentei ignorar — e ordenou que seus homens se recolhessem, assim saindo da propriedade.

Enquanto Lucrezia se direcionou para um servo, Lorenzo daminhou até nós, pedindo a carta que eu tinha em mãos.

— Pazzi causando problemas — resumi.

RENAISSANCE 𖠷 𝐋𝐨𝐫𝐞𝐧𝐳𝐨 𝐝𝐞 𝐌𝐞𝐝𝐢𝐜𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora