capítulo 7

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Na porta do escritório

Lucas caminhava em círculos, a inquietação visível no rosto.
– Lucas, respira. Vai ficar tudo bem. – murmurei, tentando acalmá-lo.

Antes que ele pudesse responder, a porta se abriu, revelando Santiago, seguido por Ana.

– Está tudo bem? – Lucas perguntou, apreensivo.

– Sim, nada com que se preocupar. – Ana respondeu com um sorriso forçado.

Sabine apareceu logo atrás, sua presença sempre imponente.
– Santiago, você precisa descansar. Julia, amanhã voltamos para continuar.

– Tchau... – murmurei, ainda observando Lucas.

Ele sorriu, finalmente relaxando um pouco.
– Acho que hoje consigo um tempo só com a minha namorada.

– Que tal uma caminhada? – sugeri, tentando aliviar o peso no ar.

– Adoraria. – respondeu ele, segurando minha mão.

Na floresta

O cheiro de pinho fresco enchia o ar enquanto caminhávamos lado a lado. A floresta parecia um refúgio perfeito.

– Não é lindo? – perguntei, observando o brilho suave do sol filtrado pelas árvores.

– É incrível. – ele disse, seus olhos fixos em mim mais do que na paisagem.

– Quer correr? – ele ofereceu com um sorriso animado.

Minha expressão endureceu.
– Eu não posso... se eu me transformar, perco o controle.

Ele parou e segurou meu rosto com ternura.
– Tudo bem, amor. Não precisa.

Seguimos em silêncio, mas algo no ambiente começou a mudar. As árvores pareciam mais escuras, o ar mais pesado. Foi então que notei uma área queimada no chão.

– O que é isso? O que aconteceu aqui? – perguntei, alarmada.

Lucas não respondeu. Um gemido rasgou o silêncio.

– Lucas?

Quando me virei, ele estava caído no chão, gritando de dor. O som de ossos se partindo ecoava na clareira. Antes que eu pudesse reagir, duas figuras emergiram das sombras.

– Audacioso, não acha? Entrar aqui como se fosse dono do lugar. – uma das mulheres falou com um sorriso cruel.

– Soltem ele! – gritei, meu coração acelerando.

A segunda mulher riu.
– Pelo menos trouxe um presente. A híbrida...

Minha paciência se esgotou. Ergui minha mão e murmurei:
– Tentorium Sanguis.

Uma delas caiu no chão, sufocando, enquanto eu puxava Lucas para junto de mim. Mas a outra manteve o feitiço de dor sobre ele, intensificando seus gritos.

– Pare, ou eu mato sua amiga. – ela ameaçou, com uma calma aterrorizante.

– Você pode ser poderosa, mas não me assusta. – respondi, minha voz fria como gelo.

Os gritos de Lucas quase me fizeram perder o controle, mas eu sabia que precisava focar. Fechei os olhos e murmurei o feitiço.
– Ianuae Magicae.

Quando abri os olhos, estávamos no chão, de volta à base. Lucas ainda estava inconsciente em meus braços.

Na base

– Julia, o que aconteceu? – Ana correu em nossa direção.

– Deu certo... conseguimos sair. – murmurei, exausta.

– Ele está bem?

– Não. Precisamos de ajuda. É um feitiço muito forte. Onde está Santiago?

A voz dele ecoou antes mesmo que eu terminasse a frase.
– Chamaram por mim?

Santiago apareceu, com o rosto tenso.
– Você usou muita magia. Julia, o que houve?

– Fomos atacados por duas bruxas. Ele... ele precisa de ajuda.

Santiago se ajoelhou, examinando Lucas com cuidado.
– Você o trouxe a tempo. Ele vai ficar bem.

Minha respiração aliviou.
– Graças à Deusa...

Santiago ergueu os olhos para mim.
– Não foi a Deusa, Julia. Foi você.

Ana, que observava de perto, parecia aliviada, mas quando Santiago tentou segurar sua mão, ela a afastou rapidamente, como se aquele toque fosse uma lâmina

cuidarei da loba / ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora