Quem é tu, Maluco?

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              Caminhava tranquilo na Eastside Black Night. Havia buscado provas do assassinato de Carmem Hill.
          Estava tão pensativo que acabei sendo atropelado por um táxi. Seu capô amarelo ficou amassado e o farol rachado. Sem lesões. Me levantei rápido, antes que o motorista cobrasse pelo conserto — sim, taxistas são assim em Night City.
          Algumas fontes que possuo disseram apenas que a família da vítima estava em Nova Jersey, aguardando o corpo para enterrá-lo
          “Pobres familiares, sinto muito por eles”, pensei.
          Acendi um cigarro só pra relaxar.

***

          Quando atravessei a avenida entre Medical Center, notei o mesmo táxi estacionado. Vidros fechados. O modo em que estava posicionado, me fez criar suspeitas.
          Fui até lá, e bati no vidro. Ao abrir, falei: — Opa, boa tarde.
          — Boa tarde. Deseja algo, moço? — disse o homem, bem jovem para ter calvície.
          Joguei meu cigarro no chão, e pisei nele. Coloquei meu rosto para dentro, e encarei o motorista. — Cê tá me seguindo desde a Blac Night, né? Tá querendo briga?
          O cara nem respondeu. Observei seu punho direito descer, e ir ao banco traseiro. Atrás tinha uma shotgun. Dei uma breve risada. E pus minhas mãos no pescoço dele.
          O motorista se debateu, tentando pegar a arma.
          — Se pegar, eu quebro teu pescoço!! — gritei.
          O cara insistiu tanto, que quando escutei um “crec”, o larguei e me afastei.
          Ele gemeu de dor.
          Limpei a saliva dele das minhas mãos. Acendi outro cigarro. Fumei, e bufei uma densa fumaça. — Bem... comecei com o pé errado. Vamo, fala tudo.
          — Canalha... !
          Ri pela ponta da boca, e aproveitei para ver o movimento da avenida. Sem policia.
          — Meu braço tá fodido! Quer que eu fale o que!?...
          — Tudo. Comece pelo: quem te mandou?
          Ele suspirou, babando pela boca como uma criança após uma choradeira. — Romero. Tom Romero.
          Sorri malicioso pra ele. — Bom garoto. — Me distanciei do veículo e segui para o outro lado da rua. Percebi que a expressão do homem era de... medo.
          O táxi explodiu.
          Uma enorme labareda, abastecida pela gordura do cadáver, tomou o local. Assisti tudo. Ter falado o nome do chefe deve ter ativado a bomba, que notei dentro do farol no atropelamento mais cedo; percebi uns cabos coloridos dentro, então não tive dúvida quando lembrei.

Fim.

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